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sábado, 24 de novembro de 2012

LABORATÓRIO DE RÁDIO 2012

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

TCC JORNALISMO 2012



FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ DE BELO HORIZONTE – CAMPUS PRADO
8º PERÍODO DE JORNALISMO – MANHÃ




                    










QUAL O IMPACTO DA COMUNICAÇÃO NA CULTURA PARA POSSIBILITAR A CONSTRUÇÃO DE UM SISTEMA CARCERÁRIO HUMANIZADO E VERDADEIRAMENTE REGENERADOR?






PAULO AZEVEDO








BELO HORIZONTE
2011
PAULO AZEVEDO














QUAL O IMPACTO DA COMUNICAÇÃO NA CULTURA PARA POSSIBILITAR A CONSTRUÇÃO DE UM SISTEMA CARCERÁRIO HUMANIZADO E VERDADEIRAMENTE REGENERADOR?
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO DESENVOLVIDO PARA OBTENÇÃO DO TÍTULO DE BACHAREL EM COMUNICAÇÃO SOCIAL COM ESPECIALIZAÇÃO EM JORNALISMO PARA A FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ DE BELO HORIZONTE.

PROFESSOR ORIENTADOR: GILVAN F. ARAÚJO.













BELO HORIZONTE
2011
PAULO AZEVEDO



QUAL O IMPACTO DA COMUNICAÇÃO NA CULTURA PARA POSSIBILITAR A CONSTRUÇÃO DE UM SISTEMA CARCERÁRIO HUMANIZADO E VERDADEIRAMENTE REGENERADOR?
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO DESENVOLVIDO PARA OBTENÇÃO DO TÍTULO DE BACHAREL EM COMUNICAÇÃO SOCIAL COM ESPECIALIZAÇÃO EM JORNALISMO PARA A FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ DE BELO HORIZONTE.

PROFESSOR ORIENTADOR: GILVAN F. ARAÚJO.
Aprovada em: ____ / ____ / ____.

BANCA EXAMINADORA


Professor Gilvan F. Araújo
Faculdade Estácio de Sá de Belo Horizonte


Professora Taílze Melo
Faculdade Estácio de Sá de Belo Horizonte

DEDICATÓRIA









Com muito amor e carinho dedicamos este trabalho aos meus pais: José Olinto & Enedina Maria, aos tios José Thomás & Thaís Silva; à Kelvin Miller de Jesus; à Dra. Míriam Nadim Abou-Yd; à Marta Elizabeth de Souza; ao Dr. Mark Napoli Costa, ao professor Virgílio de Mattos e seu discípulo Ricardo Lara; à amiga Lourdes Machado; à Dra. Ana Marta Lobosque, ao MST e aos mais dedicados e entusiasmados professores, verdadeiros Mestres, que amam praticar a arte de ensinar.
AGRADECIMENTOS


À Deus; à Oxalá, aos Orixás, aos Pretos Velhos, aos espíritos iluminados (encarnados e desencarnados), ao meu professor orientador Gilvan Araújo, pela paciência e pela ajuda na construção do trabalho e do videodocumentário; a todo o pessoal do NUCOM pelas orientações técnicas para realizarmos as filmagens e pelo apoio na edição do documentário; ao pessoal do Grupo de Amigos e Familiares de Pessoas em Privação de Liberdade; ao Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais e a todos os entrevistados que doaram seus preciosos tempos para a realização do nosso TCC (Trabalho de Conclusão de Curso); a todos amigos e familiares que sempre acreditaram em mim.






























“(...) Apaga a fumaça do revólver da pistola, manda a fumaça do cachimbo prá cachola, acende, puxa, prende, passa. Índio quer cachimbo, índio quer fazer fumaça (...)”
Gabriel o Pensador
RESUMO

A sociedade do espetáculo está mais preocupada em formar consumidores ao invés de cidadãos. Sempre na busca da audiência para atrair expectadores e patrocinadores, o showrnalismo se perdeu. A ética não é mais importante, o que importa é polarizar as questões de uma forma maquineísta para manter os valores burgueses prevalecendo como ideologia dominante. Sem explorar a complexidade e a diversidade que questões como a criminalização de comportamentos exigem, os presídios lotam e formam, cada vez mais, pessoas revoltadas que não suportam tamanha violência e rompem com o contrato social, prejudicando mais pessoas inocentes. Para analisar a falência do sistema prisional e propor novas possibilidades de estar em dia com a lei, ao invés do sistema punitivo, o trabalho foi desenvolvido. Além do trabalho teórico, coletou-se depoimentos de autoridades, ex-presidiários e familiares de presidiários o que culminou no vídeo documentário ‘Segredo Simples’. Na discussão dessa questão social importante, criminalizada pela mídia, faz se uma análise dos conhecimentos já existentes para construir um sistema carcerário humanizado e verdadeiramente regenerador. A análise mostra a omissão dos meios de comunicação que através de uma espiral do silêncio, mantêm o status quo a serviço da concentração do capital nas grandes corporações econômicas. Uma avalição da possibilidade de discutir com profundidade questões sociais é deixada de lado em uma sociedade de consumo, que para manter a mentalidade consumista usa do poder da comunicação para determinar os assuntos e temas que devem ser pensados e discutidos, a agenda setting.

Palavras-chave: Sistema prisional, APAC, práticas punitivas, desconstrução, inclusão social.


ABSTRACT

The society of the spectacle is more concerned with form rather than consumer citizens. Always in search of the audience to attract viewers and sponsors, showrnalismo lost. Ethics is not more important, what matters is polarizing issues in a machine for maintaining bourgeois values ​​prevail as the dominant ideology. Without exploring the complexity and diversity issues such as the criminalization of behaviors require the form and fill prisons, more and more angry people that do not support such violence and break with the social contract, hurting more innocent people. To analyze the failure of the prison system and propose new ways of keeping up with the law, rather than punitive system, the work was done. In addition to theoretical work, was collected statements by authorities, inmates and families of inmates which culminated in the video documentary 'Simple Secret'. In the discussion of this important social issue, criminalized by the media, makes an analysis of existing knowledge to build a humane prison system and truly regenerative. The analysis shows the failure of the media that through a spiral of silence, maintain the status quo in the service of the concentration of capital in large corporations. The possibility of a chance to discuss social issues in depth is set aside in a consumer society, that to keep the consumer mentality uses the power of communication to determine the issues and themes that should be thought about and discussed the agenda setting.

Keywords: Prison system, APAC, punitive practices, deconstruction, social inclusion.





SUMÁRIO

1.    INTRODUÇÃO
2.    CONTEXTO HISTÓRICO
3.    DISCUSSÃO TEÓRICA
3.1.        SHOWRNALISMO E ÉTICA NO JORNALISMO
3.2.        A HUMANIZAÇÃO E A INCLUSÃO POSSÍVEL EM OUTROS SEGMENTOS SOCIAIS
3.3.        TÉCNICAS E LINGUAGENS DE DOCUMENTÁRIOS
4.    METODOLOGIA
4.1.        RELATÓRIO SOBRE O VIDEODOCUMENTÁRIO
4.2.        HISTORY BOARD
5.    CONCLUSÃO
6.    BIBLIOGRAFIA
7.    REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFIAS
8.    REFERÊNCIAS DE SITES
9.    REFERÊNCIAS FILMOGRÁFICAS
10. ANEXOS
I.              DANIEL NEPOMUCENO
II.            MAROLINTA DUTRA
III.           DURVAL ÂNGELO
IV.          MARISA SANABRIA
V.           JOAQUIM MIRANDA
VI.          FERNANDA VIEIRA
VII.         GRAZIELI SANTARELLI
VIII.       GREGÓRIO ANDRADE
IX.          DONA TEREZA
X.           LUIS CARLOS BERNARDES
XI.          GUILERME PORTUGAL
XII.         VALDECI FERREIRA
XIII.       APAC MASCULINA DE ITAÚNA

1.    INTRODUÇÃO
Para discutir o sistema carcerário é preciso entender o papel do Estado na função regeneradora dos encarcerados e ver a realidade que se apresenta. A partir deste entendimento, pesquisar novas alternativas que foram sendo desenvolvidas para humanizar o sistema carcerário. Uma dessas iniciativas são as APAC’s (Associação de Proteção e Assistência aos Condenados). Aprimorando a discussão com um estudo teórico sobre o exercício da crueldade e da tirania por parte do estado, coletar depoimentos de autoridades e usuários das APAC’s para desenvolver um documentário em defesa de um sistema carcerário humanizado.
Desde a Constituição Federal de 1988, onde foram registradas as diretrizes magnas para educação, saúde, segurança pública e outros, as leis preconizavam que o sistema carcerário seria construído no sentido de promover a regeneração, inclusão social e a reintegração dos encarcerados que cumprem penas no sistema carcerário brasileiro. Muito tempo se passou e esse projeto de construção de um sistema carcerário humanizado ainda não vingou. Nas carceragens, onde ficam detentos que aguardam julgamento, existem pessoas que ficam anos esquecidas, simplesmente por não conseguirem pagar um advogado, ou porque a estrutura da defensoria pública não consegue oferecer advogados para todos os encarcerados. Nos presídios no qual caberia a função social da regeneração dos presos acontece o aprimoramento dos criminosos que além de saírem mais revoltados com a sociedade, saem bandidos mais experientes.
O estado brasileiro, que deveria assumir a responsabilidade da construção de um sistema carcerário, fracassou. Muito se houve falar em penas alternativas e PPP’s (parceria público privada). As penas alternativas são uma solução para diminuir o inchaço no sistema carcerário para penas mais leves que podem ser cumpridas com trabalhos voluntários à comunidade. As PPP’s ,que seriam uma espécie de privatização do sistema carcerário, criam polêmica e dúvida. Será que o preso é uma espécie de mercadoria onde empresas multinacionais, com ações cotadas nas bolsas de valores, podem explorar os cuidados com a massa carcerária e ainda lucrar? Porque o Estado falhou em seu papel?
Ainda como uma solução substitutiva ao presídio vão surgindo as APAC’s, que com limite de presos respeitado e uma abordagem diferenciada, os detentos participam da organização. Nesse novo sistema a satisfação dos regenerandos e o baixo índice de reincidência é um fato, mas porque o Estado não investe maciçamente nesse novo modelo?
Certamente a comunicação tem um papel fundamental nesse processo, pois os jornalistas fazem sensacionalismo com notícias de bandidos. A lógica de espetacularizar a notícia na busca de audiência, num poderoso veículo de comunicação de massas, forma a opinião para além de uma realidade existente. Esta lógica do ‘showrnalismo’ é irresponsável e atrai o público pela curiosidade mórbida, sem nenhuma responsabilidade ética, principalmente porque no Brasil é muito difícil responsabilizar os veículos e os jornalistas, já que não existe conselhos que regulamentam a profissão de jornalista. Com toda esta liberdade de imprensa junto com a ideologia comercial, os direitos humanos e os seus defensores ficam muito prejudicados. Será que a sociedade precisa demonizar algum setor social que deve ser eleito como o inimigo número um a ser eliminado. Será que é possível elaborar uma comunicação para uma sociedade mais justa, onde mais segmentos sociais possam ser beneficiados? Será que a comunicação tem que lutar pela audiência explorando a curiosidade mórbida dos expectadores?
O sistema prisional brasileiro está falido no uma vez que não cumpre a função a que se propõe: ressocialização. Sem fazer muita distinção de pessoas, as prisões promovem reuniões de condenados à ociosidade, onde, numa espécie de sindicato do crime, todos ficam contaminados pela delinqüência, fruto do ódio contra estado que abandona os encarcerados, que como opção de sobrevivência, aprendem a ser mais bandidos e cada vez mais “profissionalizados”.
Por um lado a sociedade clama por justiça: porque os trabalhadores devem ser sacrificados e os “bandidos” ficam a curtir as facilidades desta vida errante? Por outro lado o Estado exclui os marginalizados e colocam-os em grandes depósitos sem a competência de cumprir sua obrigação e função social? O certo é que a violência sempre existiu e atualmente os índices são assustadores. Será possível uma sociedade mais pacífica sem prisões?
Os personagens que trabalham para a manutenção do status quo praticam a tirania psicológica nos meios de comunicação de massa, que afeta a sociedade de alguma maneira. O desafio de construir uma sociedade sem prisões que gera mais delinqüência não deveria ter um apoio da cultura divulgada na comunicação do país?

















2.    CONTEXTO HISTÓRICO
Nas sociedades o homem sempre inventou métodos de punição que teoricamente seriam usados ou para punir da forma mais cruel, ou para recuperar através de uma disciplina bem rígida, pessoas consideradas desviantes. As leis, quando aplicadas, eram anunciadas num ritual de terror, onde os condenados supliciavam, depois de tanta tortura, pedindo o perdão e confessando a culpa publicamente. Tudo isso não bastava para o perdão, o prisioneiro era executado pelo carrasco em praça pública, enquanto o mensageiro do rei anunciava ao povo os crimes cometidos. Atualmente esses mensageiros do rei podem ser vistos como os jornalistas sensacionalistas, que estão a serviço do poder. Isso para manter os ensinamentos de Maquiavel que dizia que o poder deve ser mantido pelo terror e não pelo amor.

Uma vez retiradas essas quatro partes, desceram os confessores para lhes falar; mas o carrasco informou-lhes que ele estava morto, embora na verdade, eu visse que o homem se agitava, mexendo o maxilar inferior como falasse. Um dos carrascos chegou mesmo a dizer pouco depois que, assim que eles levantaram o tronco para lançar na fogueira, ele ainda estava vivo. Os quatro membros, uma vez soltos das cordas do cavalo, foram lançados numa fogueira preparada no local sito em linha reta do partíbulo, depois o tronco e o resto foram cobertos de achas e gravetos de lenha, e se pôs fogo à palha ajuntada a essa lenha (FOUCAULT, 1997, p. 11).


Complicado se faz entender o contexto histórico das prisões, pois não existe um histórico em ordem cronológica, num sentido digamos ‘evolutivo’. As penas e punições ocorreram em populações que hoje seriam ‘minorias’.
Na lógica da exclusão pode-se enumerar vários grupos étnicos e marginalizados que são: negros, índios, homossexuais, travestis, transformistas, religiões afro-descendentes, religiões que não tem origem judaica, os considerados bruxos e magos e também os loucos.

O criminoso não teria aderido ao contrato social, por isso deveria ser punido, vai dizer a escola clássica de criminologia. Mas que contrato é esse? Onde foi que assinamos? Nós não assinamos porque não sabemos. As liberdades burguesas das revoluções – em minúscula mesmo – de final do século XVIII não seriam pactuadas apenas entre os proprietários? Sobram os pobres e miseráveis de sempre nos cárceres que, dizem desde então, nascem para modernizar e humanizar a idéia de punir. (MATTOS, 2010, p. 38).

Entendendo melhor a questão tem que se passar o raciocínio ideológico, seja ele político ou religioso, que domina uma época, num determinado lugar. As religiões tem seus próprios conceitos, que são inventados e absolutos sobre questões sobre a família, a sexualidade e o que não se encaixa dentro de determinada religião são os desviantes sociais, segundo Goffman (2003). E as religiões não dialogavam ou não dialogam. O mestre de uma religião é o demônio de outra, muito fácil se faz observar na luta dos judeus e cristãos do mundo todo contra os islâmicos demonizados como terroristas, sem nenhum estudo das causas da violência. O que se assiste são apenas os fatos que se passam na televisão.

A lei é sempre feita pela classe dominante de uma certa época e coordenada geográfica. É bom que não nos esqueçamos disso e que não deixemos de agregar ao conceito analítico do crime – a conduta humana típica, antijurídica e culpável – que quem faz a lei ou quem dita o que é ou não crime, é a elite dominante politicamente de uma certa época, de um certo local. (MATTOS, 2010, p. 38).

Assim, estabelecida a ideologia hegemônica, ou seja, do grupo dominante, além de uma comunicação persistente para estabelecer o medo e terror psicológico nas pessoas, contra os desviantes, surge a ciência normativa que dará aos ‘guardiões’ da ordem ferramentas e ciência para legitimar o uso da autoridade e da força quando necessário. Uma barbárie ‘pós-pós-moderna’, legitimando a crueldade em nome da ciência.

O projeto da ciência moderna e positivista buscava responder a um ideal de cientificidade baseado na suposta racionalidade dos discursos e das práticas ideológicas, médicas, penais, etc. Classificação, ordem para o caos, imputações ao fora de si e da sociedade, seriam os dispositivos colocados em curso e o franqueamento dado às ciências penais e médicas para operarem a chamada defesa da sociedade (OLIVEIRA, 2009, p. 135).

Agora, o aparelho do Estado conta com instituições científicas ‘qualificadas’ a exercer a coerção física ou psicológica, com as chamadas técnicas de regeneração, que na verdade, ao invés de promover a inclusão social e o resgate da consciência ética, promove a revolta e o desespero que recai novamente sobre a sociedade.

As tecnologias do poder são modalidades de acordo com as quais se exerce o poder de punir. O modelo coercitivo, corporal, secreto do punir substitui o modelo representativo, cênico, público. O exercício físico da punição substitui, com a prisão que é seu suporte institucional, o jogo social dos sinais de castigo (OLIVEIRA, 2009, p. 137).

Na contemporaneidade, várias foram as constatações da disfunção do aprisionamento como um castigo que proporcionasse a regeneração. Goffman, um sociólogo canadense, desenvolveu o conceito de instituição total, onde os indivíduos reclusos nos manicômios, prisões e conventos, cada vez menos tem contatos com a vida exterior, para se acostumarem com a vida reclusa sem parâmetro de comparação para a rebeldia. Nessas instituições, os segregados têm uma rotina e horários totalmente controlados pela instituição, inclusive o lazer. Ao mesmo tempo em que mortifica o eu, passa a idéia de uma instituição de recuperação à sociedade. Morte do eu nessas instituições chega ao ponto dos internos necessitarem se aliar a instituição para terem alguns privilégios. A lógica dessas instituições totais é baseada na rotina de disciplina dos quartéis.

Sem algo a que pertençamos, não temos um eu estável; apesar disso, o compromisso e a ligação totais com qualquer unidade social supõe uma espécie de ausência do eu. Nosso sentimento de ser uma pessoa pode decorrer do fato de estarmos colocados numa unidade social maior; nosso sentimento de ter um eu pode surgir através das pequenas formas de resistência a essa atração (GOFFMAN, 2001, p. 259).

Goffman (2003) questiona o exercício da crueldade e da tirania contra os desviantes como uma técnica a ser usada para regenerar o ‘espírito’. Essa ‘técnica’ quando não mortifica o eu, levam seres humanos a perderem a vontade, guarda uma revolta e um rancor que será levado contra a sociedade, numa espécie de vingança, assim  que a oportunidade surgir.
Numa linguagem mais simples, é mais fácil entender as prisões antes do estado moderno e depois do estado moderno. Antes da formação do estado não existia um organismo onde era centrada a lei e a responsabilidade de julgar e condenar. Cada feudo tinha sua lei baseado na mente dos seus senhores feudais. A lei era aplicada diante das ‘injustiças’ e das ameaças a ordem, que seriam as rebeliões populares contra os privilégios dos patrícios. Quando isso acontecia as penas eram o suplício do corpo. As pessoas eram castigadas em praça pública com pena de morte por enforcamento ou fogueira. Também eram castigadas fisicamente em público tanto para passar a ideia de estar fazendo justiça com a comunidade, quanto para impor o medo para que os que assistiam os castigos públicos pensassem mais antes de cometer algum ‘crime’ contra os senhores feudais. Isso era o suplício do corpo.
Tinha também o suplício do espírito que era quando a pessoa além de castigada fisicamente (suplício do corpo) era colocada em isolamento para refletir seu erro e clamar por perdão ao mesmo tempo em que prometia e assinava um documento de que não iria voltar a cometer o mesmo ‘erro’. Isso era muito comum nos crimes contra a igreja. Os considerados bruxos, antes de serem queimados, passavam por esse processo de ‘regeneração’, como uma chance para a ‘rendenção’...
No estado moderno o suplício foi substituído pela punição e disciplina. As prisões foram concebidas em teoria para abrigar ‘criminosos’ em celas individuais numa rotina de quartel que educariam os presos para alcançar a humildade de espírito e a exercitar a vontade para ser útil ao mercado de trabalho, mais precisamente um espaço na indústria. Em celas individuais, numa rotina árdua com oficinas, num ambiente silencioso, certamente os detentos sairiam prontos para viver em liberdade. A subjetividade dos encarcerados seria moldada a força, de fora pra dentro, pelo método disciplinar.

No panótico, a disciplina é criada, recriada e nutrida por aqueles que dela participam, na medida em que o homem está inserido nessa realidade. Sendo assim, o vigia se confunde com o vigiado de tal forma a ser um só, dando sua consciência o dever de punir (BENTHAM, 2000; FOUCAULT, 1999), ou não, o corpo sobre o qual ele pensa ter controle. Bentham (2000) também acreditava no poder reabilitador do trabalho, desde que este não fosse algo detestável, uma vez que ele é o único meio que permitirá ao recluso ter uma existência honrada quando recuperar sua liberdade (COSTA, 2007, p. 5).

A prisão não deu certo, pois, não passava de uma solução criada no direito penal pelas classes dominantes que só pensavam na acumulação do capital. A partir deste contexto a pobreza foi criminalizada. Os desempregados cometiam crime de vadiagem, os que roubavam para comer também eram criminosos, os que experimentavam maconha também iam para a cadeia. Então veio a super lotação e pequenos delituosos conviviam com grandes bandidos e todos ficavam contagiados com a cultura eclética que se aprendia na prisão e as pessoas saiam piores do que entravam.
No mundo moderno não existe mais o suplício do corpo e nem o do espírito, o suplício agora é o suplício da imagem ou moral onde o carrasco foi substituído pelo jornalista de polícia que mostra o rosto dos ‘marginais’ em jornais sensacionalistas e denuncistas.

No contexto brasileiro estamos diante de um sistema carcerário com grandes necessidades, falta de espaço para a humanização e recuperação do sujeito encarcerado e sua reinserção na sociedade é feita de forma inadequada. A Lei de Execução Penal (1999) brasileira instituiu que a pena privativa de liberdade deve se dirigir a dois caminhos, o da punição e o da recuperação do indivíduo infrator. Nesse sentido Lemgruber (2001) lembra que o presídio tradicional não cumpre sua função, visto o índice de reicindência e o aumento da criminalidade. Segundo a autora “(...) se os investimentos em presos e prisões equivalessem a reduções proporcionais nas taxas de criminalidade, priorizar a construção de celas, em detrimento de salas de aula, talvez valesse à pena. (LEMGRUBER, 2001 p. 12) (COSTA, 2007, p. 2).

A prisão é uma determinação do código penal para manter a ordem e higienizar a cidade dos problemas sociais que não se sabe o que fazer. O inchaço nas prisões está se tornando um grande problema social que está se voltando contra a própria sociedade. Felizmente, estão surgindo as penas alternativas.













3.    DISCUSSÃO TEÓRICA
A discussão teórica aqui apresentada será dividida em três partes que são: suplício, punição e disciplina; como já foi descrito no capítulo anterior. Toda essa discussão para mostrar como foi desenvolvido o conhecimento teórico para docilizar os corpos que não estão submetidos ao sistema de produção. Tudo, para entender bem o exercício da tirania em relação a esses exclusos, onde a crueldade desperta ódio, revolta e “fabrica” mais delinqüentes que retornam à sociedade piores do que antes, com fome e sede de vingança.
Revendo os conceitos já explicitados no capítulo anterior, entende-se suplício, punição e disciplina da seguinte maneira: suplício é o castigo do corpo, quando carrascos castigam os réus em praça pública ao anúncio do mensageiro do rei. O suplício também tem o caráter espiritual quando executado por autoridades da igreja. No caso do suplício do espírito, o objetivo é promover o arrependimento dos hereges e dos bruxos, que além da confissão pública tinham que assinar o documento de abjuração, que é o documento que garanta a aceitação das normas da igreja.
A partir de um determinado momento da história, a sociedade passou a não aceitar mais os suplícios, esse momento coincidiu com o surgimento do Estado Moderno que criou junto com as prisões as autoridades jurídicas. Na prisão que seria um lugar de castigo para os que infringiam a lei. Ao mesmo tempo que aconteceria o castigo, haveria também um sistema correcional para devolver o indivíduo à sociedade. Esse sistema era baseado na disciplina dos quartéis.
Mesmo não existindo mais o suplício do corpo, o do espírito na contemporaneidade, existe o suplício da imagem ou o moral. Esse fenômeno é praticado por jornalista junto com policiais no jornalismo. Por um lado o jornalista sentencia o criminoso para os telespectadores, enquanto os policiais seguram o rosto do criminoso para o cinegrafista fazer imagens para o telejornal.
Que as penas sejam moderadas e proporcionais aos direitos, que a morte só seja imputada contra os culpados assassinos, e sejam abolidos os suplícios que revoltam a humanidade (SELLIGMAN; DESJARDIN 1983 apud FOUCAULT, 1997, p. 71).

Para vigiar os condenados foi desenvolvida a arquitetura panóptica, em forma circular, com uma torre central mais elevada, onde os prisioneiros tinham a sensação de serem constantemente vigiados; o que, em tese, poderia mudar a forma de agir. Também foi elaborado um conhecimento prisional disciplinar muito rígido, onde os guardiões deviam passar um ar de superioridade, como pessoas que deviam domesticar pessoas inferiores. Estes guardiões deviam denunciar constantemente os menores atos considerados errados dos prisioneiros. Isso era considerado uma pedagogia moderna de reeducação para desviantes. Os normais eram classificados segundo atribuições externas dos padrões culturais vigentes, geralmente abrangia pessoas nobres que tiveram acesso a uma disciplina baseada nos conceitos rígidos da vida no quartel. Essas características eram consideradas importantes para a vida social, principalmente à capacidade de se enquadrar aos desígnios da corte, que dirigia a sociedade, como quem conduz soldados à guerra ou a paz, assim só os preparados estariam aptos à sobrevivência.

Os sinais para reconhecer os mais idôneos para esse ofício são atitude viva e alerta, a cabeça direita, o estômago levantado, os ombros largos,os braços longos, os dedos fortes, o ventre pequeno, as coxas grossas, as pernas finas e os pés secos, pois o homem desse tipo não poderia deixar de ser ágil e forte: [tornando lanceiro, o soldado] deverá ao marchar tornar a cadência do passos para ter o máximo de graça e gravidade que for possível, pois a lança é uma arma honrada e merece ser levada com um porte grave e audaz (FOUCAULT, 1997, p. 131).

Não se trata simplesmente de defender bandidos, pois bandidos são considerados desviantes que por vários motivos escolheram trilhar um caminho do não cumprimento dos contratos sociais e perderam a liberdade. O fato é que simplesmente enjaular pessoas que são consideradas criminosas, segundo o código penal, é o mesmo efeito de trancar um leão raivoso em uma jaula. No novo contexto que vem surgindo através das APAC’s (Associação de Proteção e Assistência ao Condenado), o condenado deve ser respeitado, pois numa prisão com condições dignas, o condenado irá enfrentar a sua consciência sem ser maltratado. É questão de valorizar a possibilidade de resgatar o ser humano que existe no ‘bandido’.

No novo contexto, o termo “reconhecimento” refere-se àquele passo cognitivo para que uma consciência já constituída “idealmente” em totalidade efetua no momento em que ela “se reconhece como si mesma em outra totalidade, em uma outra consciência, e há de ocorrer um conflito ou uma luta nessa experiência de reconhecer-se-no-outro, porque só através da violação recíproca de suas pretensões subjetivas os indivíduos podem adquirir um saber sobre se o outro também se reconhece neles como uma totalidade sendo-para-si, se ela é reconhecida, respeitada, senão pela manifestação do agir do outro contra minha totalidade, e ao mesmo tempo o outro tem de manifestar-se como uma totalidade, tanto eu a ele. (HONNET, 2003, p. 63)

É necessário vislumbrar no horizonte novas formas de resgate da consciência para pessoas que infringiram o contrato social, porém o contrato social não pode ser tão excludente, precisa de mais tolerância para aceitar a diversidade e as questões subjetivas. Da forma como está posto atualmente, o código penal não interpreta pessoas, mas uma massa carcerária, o que desumaniza a prisão.

No ciclo usual de socializações de adultos, esperamos que a alienação e a mortificação sejam seguidos por um novo conjunto de crenças a respeito do mundo e uma nova maneira de conceber os eus (GOFFMAN, 2003, p. 143).

A questão do resgate da subjetividade junto com a consciência é o processo oposto da mortificação do eu pelo isolamento social e pela rotina controlada do aprisionamento nas chamadas instituições totais. A prisão não deu certo pois, os internos que se recusam a morrer em vida desenvolvem estratégias de sobrevivência dentro das instituições para ter o comportamento desejado pelos ‘guardiões’. Estas estratégias baseadas em fingir o comportamento esperado acontecem junto com uma revolta interna que voltará à sociedade em forma de violência. Quando se pensa que os encarcerados precisam ter direitos é porque o segredo de humanizar e socializar pessoas são tratá-las com respeito e dar-lhes dignidade na vida. A coerção física e a violência permitida pelo Estado provocam o medo o terror que volta à sociedade em forma de patologias psicológicas e psiquiátricas e pode provocar a ruptura, mesmo contra a vontade dos sujeitos, do contrato social.

As figuras criadas e forjadas pela Criminologia do sec. XIX permanecem vivas, produzindo justificativas sempre ‘racionalizantes’ para o fenômeno do crime e do criminoso. Os loucos, os resistentes, os ditos anormais, os delinqüentes funcionam como guia para a catalogação, distinção e produção de subjetividades assimiláveis pela ordem capitalista vigente e pela racionalidade penal médica (OLIVEIRA, 2009, p. 136).

O processo de humanização dos presídios precisa de alguma forma, afetar a sensibilidade das autoridades do Estado e o senso comum da população. Pode ser que para pensar em humanizar o sistema carcerário e construir novas práticas punitivas, seja necessário desconstruir a ideologia vigente e encontrar uma nova ordem social que não seja tão repressora. É possível e provável que essa nova ordem tenha menos violência, pois haverá mais tolerância e menos vingança dos marginalizados contra a sociedade.

O princípio da finalidade da pena atribui o caráter de retribuição, mas também de prevenção ao crime. Ora sabemos que a pena retribui com vingança e violência, distribuindo os indivíduos pelo sistema penal. O caráter de prevenção atribuído à mesma, uma contramotivação do comportamento criminoso é falso e danoso. A pena de prisão não intimida e não exemplo a ser evitado. O princípio da intimidação e do exemplo a ser evitado é falso posto que as motivações para o delito estão distantes dos motivos que levaram à propagação e difusão ilimitada da pena de prisão. A pena de prisão retribui o suposto mal com uma cota de mal maior. A retribuição só é na medida em que é baseada na vingança e na reação social e violenta ao crime. A prisão não previne o crime e não intimida a propensão ao ato criminoso; ao contrário, estimula a violência e a criminalidade (OLIVEIRA, 2010, p. 80).

A sociedade precisa repensar como fazer os contraventores pagarem suas dívidas com a lei, pois, a pena de privação de liberdade está transformando os presídios em depósitos de seres humanos. Esses seres humanos não estão se recuperando e voltando à sociedade piores. As penas alternativas que desafogam as prisões e as APAC’s (Associação de Proteção e Assistência aos Condenados) vem surgindo como novas possibilidades, mostrando que existem saídas para o sistema penitenciário.
A ordem burguesa, desde a revolução francesa que impôs o slogan ‘liberdade,  igualdade e fraternidade’ continua bonita, mas, impossível de se alcançar da forma como se organiza o Estado e seus princípios. Para desconstruir essa prática seria necessário um outro slogan, com outras práticas.

Até mesmo respeitáveis pensadores sugerem uma nova máxima – ‘segurança, diversidade, solidariedade’ – em substituição à clássica ‘liberdade, igualdade, fraternidade’. Esquecem que a diversidade e a solidariedade são conseqüência natural da afirmação da igualdade e da fraternidade. Mas esquecem muito mais. Esquecem que substituir a liberdade por segurança, na realidade, significa, substituir a democracia pelo totalitarismo (KARAM, 2009, p.127).

Os pensadores que são observadores, já perceberam que a fraternidade virá quando não houver uma única ordem hegemônica a ser imposta, mas sim uma ordem onde haja respeito à diversidade. A convivência respeitosa e pacífica com a diversidade social é o caminho para a sociedade justa. Karam (2009) não reforça o antigo trinômio da revolução francesa: igualdade, liberdade e fraternidade. Quando o autor propõe ‘segurança, diversidade, solidariedade’ a primeira constatação é que não existe igualdade, nunca existiu e nunca existirá, pois a sociedade, desde os tempos mais remotos é plural. Quando a diversidade vive em solidariedade a segurança é uma consequência natural, pois ao invés da utópica fraternidade, haverá tolerância.
A APAC surgiu no estado de São Paulo, na cidade de São José dos Campos, em 1972. O Advogado e membro da pastoral carcerária, Mário Ottoboni foi o precursor. As APACS são ONG’s que vieram para cumprir o papel que o Estado não estava dando conta.
A APAC hoje nomeada “Associação de Proteção e Assistência aos Condenados”, tem a finalidade de desenvolver no presídio, uma atividade relacionada com a recuperação do preso, suprindo a deficiência do Estado nessa área, atuando na qualidade de Órgão Auxiliar da Justiça e da Segurança na Execução da Pena, conforme se lê em seu Estatuto Social. Para Ottoboni (2001) a APAC protege a sociedade devolvendo ao seu convívio apenas homens em condições de respeitá-la (COSTA, 2007, p. 6).

O método APAC é simples: além de condições dignas de vida para o detento, é um estabelecimento autogerido pelos próprios presos; a valorização do ser humano que existe, mesmo nos considerados criminosos e a religião.

O método APAC, idealizado por Ottoboni (2001), é um modelo de penitenciária que busca, segundo sua filosofia resgatar o humano intrínseco ao criminoso. Assim, o mesmo autor diz que o delito cometido pelo recuperando é, de certa forma, deixado do lado de fora externo do estabelecimento e o que adentra é o homem há muito esquecido e perdido naquele criminoso. Um dos mecanismos utilizados pelo método para valorizar o homem encarcerado é por meio da religião.
A religião permite, segundo Ottoboni (2001), ao recuperando amar e ser amado pautado pela ética, o que promove a transformação moral do recuperando, já que, “(...) não há virtude mais santificadora, nem mais excelente que o amor de Deus,” (  OTTOBONI, 1984, p. 94) Ottoni continua dizendo que em “(...) geral, os crimes que [os anti-sociais] cometeram na vida tiveram origem, não na corage e na força, mas na fraqueza gerada pela falta de religião e de Deus (...)” (OTTOBONI, 1984, p. 94). Para Ottoboni a moral é um viés da religião, em outras palavras, na visão de Ottoboni, a religião cumpre o papel de abastecer o sujeito criminoso de possibilidades de aprender virtudes (COSTA, 2007, p. 7).

Além da humanização das prisões de acordo com o que é previsto na Constituição Federal a APAC respeita a liberdade religiosa, mas para que todo o processo funcione existem 12 elementos a serem seguidos: participação da comunidade, integração família-recuperando, trabalho voluntariado, ajuda mútua entre os recuperandos, trabalho dentro e fora da instituição, conquista de benef´cios por mérito, centro de integração social (CRS), jornada de libertação com Cristo, apoio e busca religiosa, assistência jurídica, valorização humana e assistência à saúde.
Com o método da autogestão, os recursos físicos e a segurança são feitas pelos próprios presos, deixando de lado a arquitetura panoptica.

A APAC, a fim de operacionalizar o seu método, utiliza-se do Centro de Reintegração Social (CRS), onde a vigilância é realizada pelos próprios recuperandos. Sendo assim, o modelo de controle social criado por Bentham (2000) por meio de dispositivos, dentro deles o olhar, pode dialogar com os princípios postulados pelo método APAC. “No panapticon, cada um, de acordo com seu lugar, é vigiado por todos ou por alguns outros: trata-se de um aparelho de desconfiança total e circulante, pois não existe ponto absoluto. (FOUCAULT, 1999, p. 220). Enquanto que no panoptico o criminoso está isolado em uma cela com uma janela de vidro e uma luz que o aprisiona, No CRS o recuperando é sua própria janela e seus olhos são a própria luz que demarca o espaço visível a ser ocupado. Assim o modelo de controle estabelecido pelo método APAC condiz com as demandas do controle contemporâneo, que se presentifica cada vez mais eficaz. Por outro lado, o objetivo de controle do comportamento humano também “(...) pode ser criativo, emancipador, humanizador, construtivo, aliás toda forma de humanização, emancipação ou realização é uma prática de poder.” (BARTOLOMÉ, 2006, p. 56) (COSTA, 2007, p. 8).

 Então é possível resgatar seres humanos e promover a inclusão social com consciência, a APAC já conquistou reconhecimento internacional devido ao alto índice de sucesso. Infelizmente ainda não é uma realidade aceita por todas as autoridades, mesmo sabendo que o modelo tradicional está falido.

Nesse sentido, o trabalho realizado pelos recuperandos dentro do CRS almeja a autogestão e auto-análise por meio de atividades idealizadas por Ottoboni (2001), como oração da manhã, alfabetização (opcional), aulas de valorização humana, laborterapia, reuniões semanais do CSS, dentre outras atividades.
Hoje, segundo Superior Tribunal de Justiça – STJ (2002), se tem mais de cem unidades pelo Brasil e em diversos países do mundo, tais como Canadá, Argentina, Estados Unidos dentre outros. O STJ (2002) e Alves (2005) dizem que o índice de recuperação dos que se submete ao método APAC é de 91%. Já nos modelos tradicionais o índice é de 15% de recuperação. E segundo o STJ (2002), nunca foi registrada nenhuma rebelião nos presídios adotantes do método APAC. (COSTA, 2007, p. 10).

Diante do exposto resta a reflexão: Por que o método APAC não vira regra ao invés de exceção? Segundo Arbex Jr. (2001), vivemos numa sociedade de consumo, no mundo contemporâneo não existem tantas guerras ideológicas quanto na época da guerra fria. Quem dita o comportamento e a moda são os meios de comunicação de massa, mesmo já existindo internet. Os meios de comunicação estão a serviço da indústria que pagam altas quantias para veicularem seus comerciais e fazer a roda da economia rodar. A maioria das pessoas não querem ficar fora da moda, por isso os movimentos sociais e políticos estão tão desarticulados e criminalizados. Quem tem coragem de ir contra o senso comum e ser ridicularizado? Essa é a espiral do silêncio, uma teoria da comunicação que pretende explicar como a ideologia dominante se estabelece.

A idéia de espiral visa explicitar a dimensão cíclica e progressiva dessa tendência ao silêncio. Quanto mais uma opinião for dominada dentro de um universo social dado, maior erá a tendência a que ela não seja manifestada. Imagine a seguinte situação: os meios de comunicação, diante de um escândalo político, impõe uma imagem desfavorável de seu protagonista. Essa opinião, imposta pelos meios de difusão, será dominante no universo social consumidor dos produtos desses meios. Isso não impede que hajam, nesse universo, vozes discordantes. Elas serão minoritárias. Haverá portanto, uma tendência, no seio desse grupo minoritário, ao silêncio. Quando parte desse grupo se cala, a opinião discordante, que já era minoria, se torna ainda mais minoritária. Nesse momento, a tendência ao silêncio ainda será maior. O número de silentes será portanto, maior, fazendo com que a opinião se torne ainda mais minoritária. Aqueles que ainda persistirem exprimindo-se favoravelmente ao político terão de suportar um ônus social crescente em suas tomadas de posição. Estarão progressivamente isolados. Não encontrarão quem lhes dê apoio (BARROS FILHO, 2003, p. 209).

Assim, segundo Arbex Jr. (2001), a mesma mídia que criminaliza o MST, impede que fatos que poderiam ser discutidos por mais de dois pontos de vista (maniqueísmo), sejam esclarecidos. Dessa forma fica difícil construir uma sociedade mais justa onde haja mais cidadãos que consumidores. Inclusive, segundo o Código Penal, o crime contra o patrimônio é pior que o crime contra a vida.

3.1.        SHOWRNALISMO E ÉTICA NO JORNALISMO
Para entender a imprensa é preciso entender a lógica empresarial. A imprensa são organizações que fazem da notícia um produto em busca do lucro (MEDINA, 2000). A notícia como um produto a ser vendido é um fato trabalhado, seja na mídia impressa, seja na televisiva. Para despertar interesse precisa de uma dose de sensacionalismo para atrair a atenção. E como a imprensa visa lucro, nem sempre pode-se falar mal do governo e de seus interesses, pois os governos são os maiores anunciantes. Então, imprensa e governo estão praticamente juntos nos mesmos interesses. Como se não bastasse a não isenção do telejornalismo, os âncoras viraram celebridades a serem imitadas no modo de vestir e na associação que é feita entre os comerciais e a fala do âncora.

O fim da fronteira entre informação e entretenimento obrigou o telejornalismo a se adaptar ao ritmo das mensagens publicitárias: ninguém que tenha acabado de passar pelo impacto visual proporcionado pelas mensagens da Coca-Cola ou Marlboro suportaria uma sequência longa (mais do que trinta segundos) ou densa sobre algum evento. As notícias são apresentadas por belas mulheres, oi por “âncoras” que funcionam como showmen, não tendo importância o fato de eles saberem ou não de que trata a notícia lida no teleprompter.
Mesmo – ou, talvez, principalmente – o comportamento de um político candidato a um cargo eletivo deve espelhar-se no de celebridades (incluindo aparência e gesticulação, o estilo do discurso), de tal forma que o candidato seja percebido como parte de um mundo espetacular (ARBEX JR., 2001, p. 52).

Com o discurso de defender a liberdade de imprensa, o que se defende são os interesses das instituições e de seus anunciantes. Isto pode ser chamado de liberdade de empresa. E o showrnalismo não é apenas o jornalismo tendencioso à busca de audiência e anunciantes, é toda uma rede de produtos midiáticos que ajuda a construir o imaginário social e cultural da população. As novelas são os principais ‘vendedores de comportamentos e padrões.

Há uma elevada dose de narcisismo nesses processos de identificação. Mesmo inconscientemente, escolho os aspectos que merecem ser iluminados na composição de tal ou qual personagem, os aspectos que melhor me descrevam para mim mesmo e para os outros de acordo com aquilo que penso ao meu respeito. Ou, ao contrário, escolho a figura que deve ser odiada por se opor à minha imagem ideal. Projeto minha imagem ideal naquelas com quem me identifico, e os meus problemas, minha sombra, a área “escura” de minha vida eu jogo na lata do lixo. No ato de participar intensamente da trama da telenovela, perde-se a consciência que tudo não passa de fantasia. Os telespectadores depositam nas criações de telenovela expectativas que transcendem o mundo do faz-de-conta, como se as imagens correspondessem a pessoas vivas, de carne e osso. ( ARBEX JR., 2001, p. 47).

Com esse jogo de se criar o imaginário popular, do que é certo, do que é bom e vice-versa entra em questão a ética. O que é tico na sociedade do espetáculo, onde a felicidade vem do ter e não do ser? O certo é ser consumidor e não cidadão de direitos e deveres. Segundo Arbex Jr. (2001) o telejornal funciona como um filtro social do que é aceito ou não socialmente, é uma forma de construção do imaginário social por uma forma sensacionalista e denuncista. As telenovelas tem a mesma função dos telejornais, construir e reforçar o imaginário social de uma forma mais leve, muitas vezes com humor. A telenovela da suporte ao telejornal e vice-versa. Com o jornalismo reforçando as telenovelas, a muito tempo o jornalismo deixou de ser isento, mas, mesmo assim fala-se da questão da objetividade sobre a subjetividade na interpretação dos fatos e dos acontecimentos. Na verdade a objetividade tem a ver com o se falar em nome das instituições e deixar o lado pessoal de fora. O jornalista praticamente não existe.

“cultura de simulacro”, técnicas de “construção do verossímel” e “efeito real” são algumas das expressões usadas para denunciar a “aparência da objetividade” do produto informativo veiculado pelos meios de comunicação. Esse tema ganha relevo com o aumento progressivo de fatos geradores de notícia e sua consequente tradução em reportagens, entrevistas e matérias informativas em geral, progressão geométrica das notícias que foi denunciada e comprovada por R. S. Wurman. Segundo os dados coletados, o número de informações disponíveis duplica a cada cinco anos. Conforme explica o autor, um exemplar ordinário do New York Times contém mais informações do que qualquer inglês do século XVII adiquiriria em toda sua vida. (BARROS FILHO, 2003, p. 63).

Mesmo com a ética de falar pelos interesses das instituições e das instituições parceiras como governo e anunciantes. O telespectador pode formar sua própria opinião, ser seletivo. Não se pode subestimar a capacidade do telespectador, pois existem outras fontes, que não apenas os meios de comunicação de massa para formar a opinião. O expectador não é nem autista e nem mongoloide, ele se comunica com outras instituições sociais e com outras pessoas.

O psicólogo social Raymond Bauer foi o primeiro a falar em “audiência obstinada”, que, mais tarde, por um eufemismo, passou a ser denominada “audiência ativa”, com preocupações claramente ideológicas de valorização do indivíduo (central das democracias liberais), do cidadão racional, livre, independente e, portanto, capaz de decidir sobre seus rumos, destinos e comportamentos. A audiência ativa seria composta por receptores “cognitiva e afetivamente envolvidos pelo conteúdo consumido e cpazes de limitar intencionalmente os efeitos da mídia sobre eles (BARROS FILHO, 2002, p. 124)

Mesmo com aparente contradição, é muito difícil estabelecer vínculos com a verdadeira realidade. A ética das instituições é o lucro e a sociedade do espetáculo funciona com um bombardeamento de informações, às vezes travestidas de jornalismo, às vezes travestidas de entretenimento.

3.2.        A HUMANIZAÇÃO E A INCLUSÃO POSSÍVEL EM OUTROS SEGMENTOS SOCIAIS
Mesmo que o presente trabalho seja voltado para mostrar a possibilidade de um sistema carcerário mais humanizado e a possibilidade de inclusão social dos egressos, é preciso entender o processo de transformação social na garantia de direitos. Presos também tem direitos, preconizados na Constituição Federal e na legislação internacional dos Direitos Humanos. A sociedade tem muitos segmentos e o sucesso em um segmento serve de exemplo para outro segmento social, tanto para fazer um estudo comparativo, quanto para se espelhar. O processo de transportar conhecimento de um segmento para outro se chama transducção, por isso o exemplos dos direitos das crianças e adolescentes e dos idosos foi demonstrado neste trabalho. Vários segmentos sociais lutam por seus direitos, mas ao mesmo tempo dialogam entre si para aprender um com o outro.
O conhecimento que ajudou e ainda ajuda nas conquistas trabalhistas, a questão de salubridade no ambiente de trabalho e a inclusão de deficientes, também foi acrescentada, pois o adoecimento mental pode ser comparado a revolta que leva os indivíduos a romperem o contrato social e praticar o crime. São duas formas de manifestação diante da precariedade social. A inclusão social dos deficientes no mundo do trabalho não foi esquecida, afinal, falar sobre o sistema prisional é falar de seres humanos e quanto mais possibilidades forem apuradas, mais chance se terá na construção de um sistema carcerário humanizado.
A organização social se dá por meio de ideologias, o poder se estabelece a partir de uma ideologia dominante, chamada de hegemônica. Quando a hegemonia se estabelece, as relações sociais ficam reduzidas, num modo simplista, em: dominados, dominante e excluídos. A humanização da sociedade se dá em processos de lutas políticas, onde são conquistados direitos para as chamadas minorias. Um exemplo didático que ajuda a entender melhor são as conquistas dos idosos e das crianças em seus respectivos estatutos; o do idoso e o da criança e adolescente.
Os idosos foram conquistando direitos políticos baseados nos militantes dos direitos humanos, que a partir de constatações, estabeleceram um plano de enfrentamento à violência contra a pessoa idosa.

Passados 20 anos da realização da I Assembleia Mundial do Envelhecimento, a Organização das nações Unidas (ONU) realizou, de 08 a 12 de abril de 2002, em Madri, a II Assembleia Mundial do Envelhecimento, na qual foi aprovado o Plano Internacional sobre o Envelhecimento 2002. Tanto no primeiro como no segundo evento foi destacada como prioritária a aplicação da Declaração Universal dos Direitos Humanos, assim como a necessidade de inclusão do idoso na vida social, cultural, econômica e política das sociedades (BRASIL, 2007, p.68).

O movimento em defesa pelos direitos humanos defendeu os idosos por vários motivos. A violência psicológica e física foram os principais itens, mas que se forem desenvolvidos, pode-se ver que o assunto é abrangente. A primeira violência é o descarte do idoso, tanto da vida em sociedade, quanto do direito à renda. Depois de trabalhar bastante, dar tudo de bom para a família, o idoso  é simplesmente aposentado, afastando-se do trabalho e passa a receber da previdência social a remuneração para a sobrevivência, sendo que este pecúlio só diminui, devido ao deflator previdenciário, que leva o idoso a um sentimento de inutilidade e, consequentemente, a ficar mais debilitado ainda, podendo ocorrer até mesmo o suicídio.
Mais a frente, aprofundando a análise, pode-se ver que devido a necessidade de sobrevivência, o idoso, chega a ficar para escanteio e se torna vítima da violência familiar. A violência familiar acontece tanto por considerar o idoso um estorvo a ser carregado; pode ser também por vingança de familiares desafetos, como filhos maltratados; ou por exploração financeira de familiares que não tem renda.

Quando vítimas de maus tratos praticados pelos familiares, os idosos, e mais especialmente as idosas, em virtude de sua fragilidade física e emocional, temem denunciar os seus agressores por medo de sofrer represálias e também em virtude de, muitas vezes, alimentarem sentimento de afeto em relação aos seus algozes (BRASIL, 2007, p. 69)
Para evitar que as várias formas de violência contra as pessoas idosas seja banalizada na sociedade, torna-se essencial desencadear um processo sólido de informações sobre os direitos desse segmento, bem como o desenvolvimento de ações simples e consistentes, comprometendo, dessa forma, efetivamente, as comunidades e o Estado a prevenirem e enfrentarem todo e qualquer tipo de violência praticada contra as pessoas de idade avançada (BRASIL, 2007, p. 70).

A partir das análises no campo da violência na terceira idade, foi elaborado o Estatuto do Idoso, e as ações estratégicas para incluir o idoso na vida social como um ser humano merecedor de respeito e de uma vida digna, provando que a sociedade pode ser uma invenção coletiva onde haja espaço para todos.
Quanto as crianças e os adolescentes, o (ECA) Estatuto da Criança e do Adolescente também é uma grande conquista, que mesmo sofrendo muitas críticas tem sido de grande relevância. As crianças que nascem em condições de vulnerabilidade podem sofrer vários tipos de violência que ficam marcados para sempre em suas memórias, como um trauma que as paralisará para o resto de suas vidas. A criança, simplesmente por ser criança e não ter maturidade suficiente para entender, pode num depoimento à polícia, fantasiar ou mentir. Essa forma de agir é uma proteção inconsciente para não reviver a situação traumática, que lhe trará muito sofrimento, ou para se proteger dos maus tratos, em casa, do familiar que o agrediu. Para evitar que a criança tenha um sofrimento duplo, foi desenvolvido a técnica do depoimento sem dano, onde, ao invés da criança ser inquirida por um juiz, terá uma conversa mais humanizada com uma psicóloga ou uma assistente social.

Preocupam-nos os efeitos de uma intervenção isolada nas crianças e nos adolescentes que além de não possibilitar a escuta, não comtempla preparação, avaliação anterior e, o que é mais grave do ponto de vista do interesse maior da criança, não prevê acompanhamento posterior. Tratando-se de situações nas quais as consequências de uma punição e o afastamento do convívio com pessoas com quem as supostas vítimas mantém vinculação afetiva são marcantes para o funcionamento familiar, é inaceitável, não se prever o acompanhamento do caso (SILVA, 2009, p. 21).

Essa análise é uma argumentação baseada em fatos da realidade para construir uma política de novas formas de abordar as crianças e os que cometeram crimes contra elas. Não adianta simplesmente criminalizar e prender o transgressor tem que proteger a criança de novos traumas e acolhê-las em um espaço seguro de futuras agressões.
Nas relações de trabalhos é muito importante observar a transformação para as conquistas de direitos e a transformação para o bem estar social. Armas que devem ser usadas para transformação. Hoje o patrão não pode só pensar em lucro. Os trabalhadores precisam estar satisfeitos com o trabalho e trabalhar com boas condições para se manter satisfeito, saudável e produtivo. As empresas também não podem pensar só em lucrar. Hoje os empresários tem que pensar em contra partida social, a empresa lucra, mas tem que passar a imagem de empresa responsável socialmente em algum setor. Para implantar essa integração entre trabalho, sociedade e qualidade de vida, surgiram profissionais da área, como os profissionais que trabalham com comunicação institucional, e a psicologia organizacional, que fazem o método de integração construir empresas com funcionários saudáveis e sociedade que se beneficia do trabalho lucrativo dessas organizações.

As ações der desenvolvimento e promoção de pessoas por vezes são associadas apenas à submissão ao Capital, nega-se a mediação promovida pela psicologia em prol das relações sudáveis de trabalho, inclusive de reflexões sobre a relação trabalho / trabalhador / gestor / política pública (MOTTA, 2010, p. 25)
É importante ressaltar, pois, a construção do compromisso social do psicólogo organizacional e do trabalho diretamente relacionado à sua visão das organizações como um núcleo social relevante no processo da construção da subjetividade humana; à análise da relação do homem com o trabalho, em suas especificidades das atividades profissionais, nos aspectos objetivos e da subjetividade do trabalhador na produção de saúde doença, bem como das possibilidades de intervenção da psicologia em prol de uma real qualidade de vida, ações que já se encontram incorporadas ás práticas de diversos colegas (MOTTA, 2010, p. 26).

Além de preocupar com o lucro, o capital, os resultados, os gestores precisam entender a individualidade dos trabalhadores, para respeitar a cultura familiar e regional, permitindo um processo social em que organização e sociedade ganhem ao mesmo tempo. Então, o mundo do trabalho passou a exigir transformação no trato com as pessoas e com a sociedade para ter aprovação e sobreviver diante das críticas. Humanização não é só uma questão de conquistas de direitos políticos, é também uma questão de saúde das organizações públicas, privadas e estatais.
Nesse processo de humanização que tanto as organizações precisam da imagem institucional junto à sociedade, surgiu a possibilidade de trabalho para os considerados inaptos, os deficientes.

A discussão sobre a inclusão de pessoas com deficiência no ambiente do trabalho é algo bem recente se levarmos em conta, na linha do tempo, as dificuldades históricas que essas pessoas vivenciaram. A exclusão nos ambientes de trabalho sempre foi fundamentada na incapacidade, mas os reabilitados, por mais que queiram um retorno às atividades de trabalho, esbarram na visão reducionista e incapacitante, gerando preconceito e desrespeito aos direitos desses profissionais, classificando-os como “deficientes” (REIS, 2010, p.69).

Assim como a inclusão de deficientes está virando realidade, pois, uma nova forma de ver o ser humano de uma forma mais complexa e de possibilidades está se desenvolvendo. A inclusão de pessoas que cometeram crimes poderá se tornar realidade, pois, pagar pelo erro é justo, mas até o momento em que se tome consciência para não repetir. Quando o castigo se torna tão cruel, ao invés de minimizar o mal estar social, o mal vai sempre se multiplicando.
Não adianta tentar fugir da humanização, tanto o castigo, quanto o estresse, quanto o mal estar mental são gatilhos para a ruptura. Se a sociedade não se organizar nas saudáveis relações com os seres humanos, a humanidade vai padecer. O crime é apenas uma forma de significar este mal estar social.

Os transtornos mentais podem ser provocados, desencadeados ou agravados por doenças já estabelecidas e/ou por situações de trabalho latentes ou manifestas. A contribuição do trabalho para a alteração da saúde mental das pessoas dá-se a partir de ampla gama de aspectos: desde fatores pontuais, como a exposição a determinados agentes tóxicos, até a complexa articulação de fatores relativos à organização do trabalho, como a divisão e parcelamento das tarefas, as políticas de gerenciamento das pessoas, assédio moral e a estrutura hierárquica organizacional. Os transtornos mentais e do comportamento relacionados ao trabalho resultam, assim, não de fatores isolados, mas de contextos de trabalho em interações dinâmicas entre o corpo e o aparato psíquico do trabalhador (MACHADO, 2010, p. 55)

Acordando para essa realidade, algumas organizações estão gerenciando pessoas e não apenas o capital, pois, o capital será a consequência de pessoas satisfeitas dentro do universo do trabalho.

O processo do estresse no trabalho, apesar de diversos estudos estarem sendo desenvolvidos na busca de estabelecer o nexo causal entre trabalho – estresse – saúde, tem recebido uma atenção ainda parcial por parte das organizações, empresários e trabalhadores; porém é um risco real que tem raízes profundas no local de trabalho, sendo necessário apresentar medidas preventivas para evitar que atinja níveis prejudiciais à saúde e segurança dos trabalhadores (FERREIRA, 2010, p. 61).

Detectando esses estressores, as organizações defendem os próprios interesses ao mesmo tempo em que reparte o pão com a contrapartida social. Sempre haverá uma oportunidade e um caminho para estar sempre construindo uma sociedade mais saudável, com menos níveis de estresse e de intolerância.
Diante de todo esse conhecimento ainda assiste-se todos os dias as mazelas sociais noticiadas nos telejornais de uma forma maniqueísta, dicotomizada entre o lado do bem e o lado do mal. A realidade é mais complexa, mas a rapidez da informação não permite o aprofundamento nas questões (ARBEX JR., 2001). Algo que poderia ajudar a explicar a falta de uma reflexão produtiva para encontrar a raiz dos males sociais e a solução melhor seria a teoria do agenda setting. Nessa teroria a mídia, através de sua programção ajuda a definir no que devemos pensar e discutir no círculo social.

As pessoas agendam seus assuntos e suas conversas em função do que a mídia veicula. É o que sustenta a hipótese do agenda setting. Trata-se de uma das formas possíveis de incidência da mídia sobre o público. É um tipo de efeito social da mídia. É a hipótese segundo a qual a mídia, pela seleção, disposição e incidência de suas notícias, vem determinar os temas sobre os quais o público falará e discutirá.
A mídia, ao nos impor um menu seletivo de informações como sendo “o que aconteceu”, impede que outros temas sejam conhecidos e, portanto, comentados. Ao decretar seu desconhecimento pela sociedade, condena-os à inexistência social. Nesse sentido, o menu da mídia, é o que apresenta maior incidência nas comunicações interpessoais. Algumas nuances, no entanto, parecem fundamentais (BARROS FILHO, 2003, p. 170).

Assim tem-se uma explicação aproximada, porque é difícil mudar o status quo. Os setores dominantes que estão aliados lucram muito com as mazelas humanas e sociais e vão permitir a mudança se for economicamente viável e lucrativo.

3.3.        TÉCNICAS E LINGUAGENS DE DOCUMENTÁRIOS
Antes de se entender o que é e como se faz um documentário é preciso refletir sobre o cinema e o jornalismo.  Não basta uma câmera na mão e uma idéia. O cinema mais comercial, como os hollywoodianos, narram histórias com início, meio (ápice) e fim (conclusão). Segundo Nichols (2005), o jornalismo na sua forma mais conhecida, descreve num recorte minúsculo da realidade, os fatos sem uma análise profunda, multifocal, ou seja, sem a análise de mais variáveis que tratam sobre o mesmo assunto de ângulos diferentes. Já o documentário pode ser construído, de diversas formas para fomentar recortes diversificados da mesma realidade e levar o espectador a ter uma análise mais profunda do tema ou com uma análise mais sistematizada, do que a proposta que é apresenta pelo jornalismo.

Literalmente, os documentários dão-nos a capacidade de ver questões oportunas que necessitam de atenção. Vemos visões (fílmicas) do mundo. Essas visões colocam diante de nós questões sociais e atualidades, problemas recorrentes e soluções possíveis. O vínculo entre o documentário e o espectador deve acrescentar uma nova dimensão à memória popular e a história social. (NICHOLS, 2005, p.27)

Aprofundando um pouco mais na formatação dos documentários, pode-se dizer que existem três formas básicas: o documentário clássico, o documentário observativo e o documentário participativo.
O videodocumentário clássico é a linguagem que a maioria das TV’s abertas utiliza, ou seja, trabalha um tema a partir de imagens e para reforçar a persuasão do tema, é inserida a chamada “Voz de Deus”, que é a voz em off do narrador, que soa de forma que tudo o que diz representa a verdade. Não provoca conflitos de diferentes formas de interpretar o mesmo assunto, uma vez que  defende o ponto de vista hegemônico do diretor. “Falcão; Meninos do Tráfico”, de MV Bill retrata a falta de opção das crianças que ingressam cedo no tráfico de drogas para ajudar a família e para conseguirem bens materiais. Neste documentário existem muitos depoimentos e imagens de violência, este documentário se enquadra na forma de documentário clássico. “Invisíveis pelo Silêncio” de Hellen Baesse, jornalista graduada na Faculdade Estácio de Sá de Belo Horizonte, é um retrato da exclusão pela mídia televisiva em relação a não integrar os deficientes auditivos como espectadores em potencial. Para construção do documentário os próprios deficientes deram depoimentos sobre o drama em que vivem e autoridades da mídia concederam depoimentos técnicos. Este documentário exemplifica o modelo clássico.
O videodocumentário observativo utiliza um tipo de linguagem na qual o diretor fará o recorte para edição depois de ter gravado as imagens e os sons da forma mais natural possível, ou seja, uma câmera  filmando todos os acontecimentos sem intervenção de um narrador, diferente daquilo que é apresentado no modelo clássico. O diretor do documentário observativo entende que o espectador é o observador ideal. A linguagem é a mais imparcial possível uma vez que o espectador deve interpretar. “Justiça”; de Maria Augusta Ramos, mostra a ineficiência do sistema judiciário, para com os pobres, utilizando a linguagem do documentário observativo. Para fazer o documentário, a diretora conseguiu autorização para deixar câmeras em ângulos diferentes durante o horário de funcionamento do tribunal, nas salas em que os réus eram julgados. O olhar da diretora se faz somente durante a edição das cenas.
O videodocumentário participativo é aquele em que existe a intervenção do cineasta da forma mais natural possível, interagindo com o objeto do tema tratado. Diferente da voz em off imparcial do documentário clássico, no documentário participativo existe uma conversa informal com o entrevistado, em que a subjetividade do cineasta assume papel de condutor do tema tratado. “Entreatos”; de João Moreira Salles, apresenta os bastidores da campanha de Lula a presidente. A ideia do diretor era registrar a vida do candidato em tarefas corriqueiras de uma pessoa comum e no trabalho junto com o publicitário Duda Mendonça, na corrida presidencial. Tudo foi gravado para mostrar Lula como ele é. Este documentário é um exemplo da linguagem participativa. Esta forma de trabalhar ajuda no processo de subjetivação do cineasta no processo de edição.  “Jogo de Cena”; de Eduardo Coutinho, é um documentário participativo, pois existe a interação do diretor com os personagens da vida real e com os atores. Em um teatro, os personagens da vida real sentam-se em uma cadeira e contam uma parte de suas histórias ao documentarista que também participa da cena. Em outros momentos, a mesma história contada pelos personagens, é interpretada por atores profissionais como Fernanda Torres, Marília Pêra e Andréa Beltrão; o que faz esse documentário também ser metalingüístico. “A Pessoa É Para O Que Nasce”, de Roberto Berliner, trabalha com a intervenção do diretor e com depoimentos das três “ceguinhas”. O documentário foi gravado no ambiente natural das personagens retratadas. Este documentário exemplifica o modelo participativo.
Segundo Nichols (2005), ainda existe uma quarta forma representativa da linguagem dos documentários, é a linguagem reflexiva.

O modo reflexivo surgiu como resposta ao ceticismo frente à possibilidade de uma representação objetiva do mundo e procurou explicitar as convenções que regem o processo de representação. Juntamente com o produto, os filmes reflexivos apresentam o produtor e o processo de produção, evidenciando o caráter de artefato do documentário. Ao invés de procurarem transmitir um “julgamento abalizado” que parece emanar de uma agência de saber e autoridade, acionam estratégias de distanciamento crítico do espectador e frequentemente lançam mão da ironia, da paródia e da sátira. (DA-RIN, 2004, p.135)

Desde a invenção do cinematógrafo pelos irmãos Lumière, o homem vem aprendendo a fazer documentário. Filmes em geral também são documentários, pois a manifestação de uma história ficcional com finalidade de entretenimento são registros da imaginação de um escritor que um cineasta trabalha para “materializar”, codificando em registros de som e imagem sincronizados, para que seja acessível, de uma maneira mais simples, a qualquer espectador interessado no tema. No início a exibição de filmes já era atraente quando simplesmente se mostrava o registro de uma imagem qualquer. Com o tempo foram evoluindo as formas de se fazer cinema. As pessoas interessadas no assunto foram descobrindo as linguagens: a da animação, a da fotografia, a da narração e a dos personagens, por exemplo. Hoje no mundo Hi-Tech é possível fazer um filme inteiramente animado com personagens criados no computador. Embora o universo digital esteja inserido no cinema, o impacto é igual ou maior do que aquele criado nos primórdios do cinema, quando os irmãos Lumiere exibiram o filme “A chegada do Trem à Estação”, não aconteceu, pois naquela época as pessoas se surpreenderam e confundiram o filme com a realidade. No início do cinema as pessoas tinham a sensação do real nas imagens, como um trem parecer que iria ultrapassar a tela, por exemplo. Todas as descobertas e invenções, não abalaram o poder da criatividade, da ideologia e da subjetividade do diretor. No documentário diferentemente do cinema ficcional, a criatividade tem outro significado. O diretor que se propõe a fazer um registro documental de determinado tema, deseja contar uma história real, com depoimentos de focos conflitantes e fatos que podem ser interpretados de forma diferenciada à ideologia hegemônica, pode deflagrar sentimentos antagônicos e confusos no espectador.

Todo o filme é um documentário. Mesmo a mais extravagante das ficções evidencia a cultura que produziu e reproduz a aparência das pessoas que fazem parte dela. Na verdade, poderíamos dizer que existem dois tipos de filme: (1) documentários de satisfação de desejos e (2) documentários de representação social.
Os documentários de satisfação de desejos são os que normalmente chamamos de ficção. Esses filmes expressam de forma tangível nossos desejos e sonhos, nossos pesadelos e terrores. Tornam concretos - visíveis e audíveis – os frutos da imaginação. Expressam aquilo que desejamos, ou tememos, que a realidade seja ou possa vir a ser. Tais filmes transmitem verdades, se assim quisermos. São filmes cujas verdades, cujas idéias e pontos de vista podemos adotar como nossos ou rejeitar. Oferecem–nos mundos a serem explorados e contemplados; ou podemos simplesmente nos deliciar como prazer de passar do mundo que nos cerca para esses outros mundos de possibilidades infinitas. (NICHOLS, 2005, p.26)

Um tema social de alta relevância para o aprimoramento das relações e do bem estar coletivo merece certa atenção dos cineastas que se propõem a trabalhar com documentários. Temas de alta relevância social podem promover o confronto de idéias e até a reflexão mais profunda. O documentário de representação social, independente do estilo de documentário é quase sempre documentário reflexivo como propunha Nichols (2005). Como documentário reflexivo, os documentários de representação social ajudam na construção e elaboração de graves problemas sociais a partir do confronto de idéias que leva o espectador a visualizar além do até então proposto. Segundo Nichols (2005), quando o cineasta tratar o tema como uma verdade sem questionamento, o documentário vai se tornar um cinema ideológico.

Os documentários de representação social são o que normalmente chamamos de não-ficção. Esses filmes representam de forma tangível aspectos de um mundo que já ocupamos e compartilhamos. Tornam visível e audível, de maneira distinta, a matéria de que é feita a realidade social, de acordo com a seleção e a organização realizadas pelo cineasta. Expressam compreensão sobre o que a realidade, foi é e o que poderá vir a ser. Esses filmes também transmitem verdades, se assim quisermos, precisamos avaliar sãs reivindicações e afirmações, seus pontos de vista e argumentos relativos ao mundo como o conhecemos, e decidir se merece que acreditem neles. Os documentários de representação social proporcionam novas visões de um mundo comum, para que as exploremos e compreendamos. (NICHOLS, 2005, p.26 – 27)
Os documentários mostram aspectos ou representações auditivas e visuais de uma parte do mundo histórico. Eles significam ou representam os pontos de vista de indivíduos, grupos e instituições. Também fazem representações, elaboram argumentos ou formulam suas próprias estratégias persuasivas, visando convencer-nos a aceitar suas opiniões. Quanto desses aspectos da representação entra em cena varia de filme para filme, mas a ideia de representação é fundamental para o documentário. (NICHOLS, 2005, p.30)

Para se fazer cinema é necessário um roteiro, todo o equipamento técnico e atores que desempenhem uma performance teatral brilhante com relação ao personagem. No documentário, o desafio do diretor é diferente. Os “personagens” da vida real, por saberem que estão sendo filmados, podem ter uma tendência histérica de tentar passar para as câmeras algo artificial, uma realidade construída. Ao mesmo tempo em que o diretor deve ter consciência dessa questão para não “sujar” o tema, precisa também manifestar de forma afetuosa o respeito aos participantes do documentário. As duas questões citadas são de magnânima importância na questão ética: ideológica e dos relacionamentos.

O direito do diretor a uma performance é um “direito” que se exercido, ameaça a atmosfera de autenticidade que cerca o ator social. O grau de mudança de comportamento e personalidade nas pessoas, durante a filmagem, pode introduzir um elemento de ficção no processo do documentário (a raiz do significado de ficção é fazer ou fabricar). Inibição e modificação de comportamento podem se tomar uma forma de deturpação, ou distorção, em um sentido, mas também documentam como o ato de filmar altera a realidade que pretende representar. (NICHOLS, 2005, p.31)
A ética existe para regular a conduta dos grupos nos assuntos em que regras inflexíveis, ou leis, não bastam. Devemos dizer as pessoas filmadas por nós que elas correm o risco de fazer papel de bobas ou que haverá muitos que julgarão sua conduta de maneira negativa? (NICHOLS, 2005, p.35)

A imparcialidade para narrar uma história não ficcional é a grande questão a ser elaborada pelo cineasta. Registrar para um suporte de áudio e vídeo o que se vê e que pode ser abordado por especialistas como um embate ideológico, não nos dá a garantia de quem é realmente o mais apto a representar o ponto de vista da realidade absoluta. O compromisso do cineasta de documentário é conseguir registrar os depoimentos, o momento e fracionar o recorte com análises diferenciadas em contraponto. O espectador interessado no tema poderá fazer uma apreciação mais ampla de um assunto que mereceu o olhar especulativo de um cineasta.

Todas essas questões apontam para os efeitos imprevisíveis que um documentário pode ter sobre os que estão representados nele. As considerações éticas tentam minimizar os efeitos prejudiciais. A ética torna-se uma medida de como as negociações sobre a natureza da relação entre o cineasta e seu tema têm consequências tanto para aqueles que estão representados no filme como para os espectadores. Os cineastas que têm a intenção de representar que não conhecem, mas que tipificam ou detêm um conhecimento especial de um problema ou assunto de interesse, correm o risco de explorá-las. Os cineastas que escolhem observar os outros, sem intervir abertamente em suas atividades, correm o risco de alterar comportamentos e acontecimentos e de serem questionados sobre sua própria sensibilidade. Os cineastas enfrentam o desafio de representar de maneira responsável os pontos comuns, mesmo que isso signifique sacrificar a própria opinião em favor dos outros. (NICHOLS, 2005, p.36)
Um teste decisivo comum a todos essas questões éticas é o principio do “consentimento informado”. Esse princípio, fortemente embasado na antropologia, na sociologia, na experimentação médica e em outros campos, afirma que se deve falar aos participantes de um estudo das possíveis consequências de sua participação. (NICHOLS, 2005, p.37)

As diferentes formas de se fazer documentário classificada por Bill Nichols são como se fossem diferentes formas para se contar uma história. Essas classificações não são completamente redondas e podem se misturar. Com o norte que essas classificações proporcionam o importante é ter um bom tema e tentar construir ou utilizar uma linguagem clara.














4.    METODOLOGIA
Após estudo sistematizado sobre a força da comunicação para construir a ideologia do encarceramento de seres humanos e as consequências sociais danosas do sistema carcerário para os sujeitos e para a sociedade, o trabalho entrou numa segunda fase de coleta de depoimentos de familiares de egressos de presídios e ex-detentos. Também foram coletados depoimentos de políticos, psicólogos e advogados criminalistas, além de profissionais da imprensa que acreditam no resgate da pessoa que cometeu um crime de uma forma mais humanizada, tanto para o indivíduo quanto para a família. Todo esse processo culminou no vídeo documentário ‘Segredo Simples’ que é um projeto de experimentação de linguagem para a conclusão do curso de jornalismo.

4.1.        RELATÓRIO SOBRE O VIDEODOCUMENTÁRIO
Como o documentário proposto tem o objetivo de ajudar a Associação dos Amigos e Familiares de Pessoas em Privação de Liberdade (GAFPPL), foi contactado a presidente do Grupo, Dona Tereza. A partir daí, o pesquisador participou de um evento sobre a desconstrução das práticas punitivas e começou a estabelecer contato para saber quem seriam os possíveis entrevistados para o vídeo documentário. Depois de algumas reuniões do grupo no Conselho Regional de Psicologia, o pesquisador ficou conhecendo a advogada Fernanda Vieira que falou bastante sobre a luta da associação. Apenas quase um mês e meio depois conseguiu-se reunir com o grupo e estabelecer as pessoas que deveriam dar depoimentos. A preocupação do grupo era evitar que os participantes do documentário fossem ‘figurinhas repetidas’, para dar um ar de algo inédito sem ser cansativo, pois, eles já tinham alguns documentários sobre a revista vexatória de visitantes nos presídios.
Estabelecido os contatos comecei a ir atrás das pessoas. Decidi iniciar pelos parlamentares e liguei para do deputado estadual Durval Ângelo e para o vereador Daniel Nepomuceno. No meio do caminho, enquanto fazia os contatos, tentei arranjar uma verba para pagar um cinegrafista para ir comigo às gravações para que eu pudesse me concentrar apenas no tema e deixasse a questão técnica como uma preocupação a menos. Meus pais se dispuseram a me ajudar e me deram dinheiro para pagar R$ 30,00 por cada gravação ao cinegrafista, que foi o Thiago, antigo companheiro de faculdade.
Diante da dificuldade de agendar um horário com os parlamentares dei início a contatar os outros ‘atores’ do documentário. Entrei em contato com Defensoria pública, com a Promotoria de Justiça e com o Conselho Regional de Psicologia. Em contato telefônico com as três instituições, mesmo já tendo o contato pré-estabelecido, a dificuldade esbarrou na formalidade de enviar um email e aguardar resposta. O trabalho escrito já estava pronto, depois das correções que o orientador pediu para fazer, mas a cada dia ficava mais angustiado quanto ao prazo de entrega do vídeo documentário. A angústia era tanta que já estava pensando em comprar o equipamento para terminar as gravações na férias e fazer a apresentação do trabalho no início do outro semestre.
Diante da crise de desesperança recebo no mesmo dia do telefonema do deputado Durval Ângelo e do vereador Daniel Nepomuceno querendo agendar o dia da gravação. Marquei com o vereador Daniel Nepomuceno e conversei com a assessora do deputado Durval Ângelo para encontrar um horário na agenda.
No dia marcado para coletar o depoimento, peguei o equipamento na faculdade, encontrei com o meu amigo Thiago. Almoçamos e fomos de metrô até a Câmara de Vereadores e gravamos o depoimento no gabinete do vereador Daniel Nepomuceno. Antes da gravação esclarecemos o foco do vide documentário e demos a ele um micro roteiro para nortear a sua fala. No total o vereador falou 30 minutos. Fomos embora, conferimos a gravação, tiramos a fita e devolvemos o equipamento para a faculdade. O depoimento ficou muito bom e completo. O problema agora em mente seria o que escolher de uma fala de meia hora para por no documentário.
Já estava no fim do semestre e a parte teórica já tinha sido aprovado pelo orientador, diante de tanta dificuldade, encerrei o semestre fazendo apenas uma gravação, das 14 gravações previstas. Decidi encerrar as gravações para só recomeçar no outro semestre, já que não tive tempo hábil para concluir o trabalho. Nesse final de semestre, talvez acontecesse uma segunda gravação, caso o Deputado Durval Ângelo entrasse em contato e agendasse um horário em seu gabinete. O Deputado não entrou em contato e até achei melhor, decidi descansar, fazer umas leituras extras para recomeçar os trabalhos no próximo semestre. Como tudo tem dois lados, ser reprovado no TCC teve o lado bom, pois, assim poderia fazer o documentário com mais tempo, já que a parte escrita tinha sido aprovada pelo professor orientador.
Já no ano de 2012, depois do carnaval, resolvi voltar à rotina de gravações, só que desta vez desde o início do semestre, já que no semestre passado, estava muito ocupado com o trabalho teórico. Na segunda-feira resolvi dar três telefonemas, um para o deputado Durval Ângelo, um para uma promotora de justiça e um para uma defensora pública. Achava mais importante gravar com essas pessoas para partir para outras etapas do documentário. A defensora pública marcou quase que de imediato e promotora de justiça me atendeu, falando do ponto de vista dela e pedindo um material para ela pensar como poderia ajudar. Não consegui falar com o deputado Durval Ângelo, mas falei com um de seus assessores que ficou de agendar um horário para mim. Na sexta-feira gravei com a defensora pública e foi tudo de bom, ela foi bem prática e muita simpática e gentil. Antes da gravação aconteceu um imprevisto que foi um desencontro com meu amigo que seria o cinegrafista; cansei de espera-lo e chamei outro amigo que passava na rua que foi comigo me ajudar nas gravações. Ocorreu tudo bem e no fim paguei a ele os R$ 30,00 que pagaria ao meu outro amigo.
Nova segunda-feira, e volto ao telefone para tentar agendar um horário com a promotora de justiça e com o deputado Durval Ângelo.
Fazer um documentário é muito angustiante, pois fazer contato e aguardar a resposta e como dar um tiro no escuro. Nessas horas é que vejo a importância da fé. A promotora leu meu trabalho e viu meu vídeo que fiz no curso anterior. De repente recebo duas notícias, a secretária do Durval Ângelo agenda um horário comigo e a promotora, devido ao teor do trabalho acha melhor eu pegar o depoimento de uma promotora especializada em direitos humanos.
Com a perspectiva de gravar com o Durval Ângelo fiquei ansioso, peguei o equipamento no Nucom para o dia da gravação, um pouco antes da gravação, a secretária dele ligou para desmarcar, pois o deputado não ia chegar à tempo de uma viagem. Angustiado, pedi a secretária para o próximo dia. A secretária fez a proposta de eu ir ao escritório parlamentar às 14:00 hs para aguardar uma desistência. Graças a Deus, tudo deu certo e eu relaxei. Como tudo foi imprevisto, não tinha uma pessoa para fazer a técnica, meu pai me ajudou e foi comigo ao escritório do deputado e fez a técnica, além de me levar de carro ao local combinado.
Nesse meio tempo, estava tentando marcar com uma autoridade da psicologia, entrei em contato com o Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais, que me passou o contato de uma professora da PUC, que tinha experiência em presídios e também um trabalho sobre o confinamento de mulheres. Entrei em contato com essa professora e ela se disse envergonhada para participar de documentários e me disse que duas outras psicólogas iam entrar em contato comigo, mas não me contataram.
Na próxima segunda vou contatar a professora de psicologia e a promotora. É tão angustiante fazer um documentário que fica parecendo um serial killer sublimado; que faz uma lista e tem que ir eliminando um a um.
Ao mesmo tempo que corria atrás dos contatos para agendar um horário, pegava as fitas de gravação e levava ao NUCOM (núcleo de comunicação) da faculdade para passar as fitas para DVD com time code, para que eu pudesse assistir em casa, fazer a decupagem e escolher as cenas que iriam para o documentário. Durante esse processo tive um problema técnico, que era uma configuração de áudio que estava diferente e na hora de passar para o DVD, teve que reconfigurar a máquina para o DVD aceitar com som. O processo tava muito estressante, pois descobrir as falhas técnicas tinha que consultar várias pessoas e muitas vezes convencer, com bastante carinho os estagiários para conseguir a cooperação deles para que o documentário saísse.
Contatei a professora de psicologia da PUC mais uma vez e ela foi curta e grossa dizendo que nem ela e nem as pesquisadoras que trabalham com ela não estavam disponíveis. Liguei para a Marisa Sanabria, vice presidente do Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais e ela prontificou a me atender. Na quarta feira, dia 21 de março, fui até a sede do CRP/MG e gravei um depoimento de aproximadamente sete minutos.
A gravação no Conselho Regional de Psicologia foi a quarta, a cada gravação eu me tranquilizava, ganhava confiança e desenvolvia a criatividade para o momento da edição, comecei a ficar satisfeito. O que pensava para a edição, ia falando com o professor orientador que me ajudava a amadurecer mais ainda minhas propostas. Já na quarta gravação fui sem cinegrafista, ganhei confiança e fui aprendendo a montar o equipamento rapidamente, ao mesmo tempo em que dava atenção ao depoente. Também aprendi a operar a máquina, fazer o enquadramento e outras coisas mais.
Após a última gravação tive um sentimento de relaxamento por ter cumprido parte do trabalho que me propus a fazer, ao mesmo tempo que um sentimento de desgaste que me levou a exaustão física. Acredito que se misturaram os meus esforços para fazer o documentário, junto com as obrigações de minha vida e não aguentei, sucumbi diante de tanto cansaço. Para piorar a questão logo depois veio a semana santa que provocou mais um atraso no processo. Ainda não estava me sentido vencido e aproveitei para me recuperar do estresse e voltar ao trabalho.
Marcar uma entrevista na promotoria estava um verdadeiro suplício, já estava tentando na segunda promotoria, a de direitos humanos, que depois de algumas ligações disse que a melhor promotoria para o meu caso era a promotoria criminal. Consegui agendar um horário com o advogado criminalista Guilherme Portugal, que no dia marcado esqueceu do horário, mas mesmo assim nos falamos em seu escritório, com uma hora de atraso. Conversamos bastante sobre os tópicos do documentário e ele propôs um tempo de dois dias para escrever um texto e elaborar melhor o seu pensamento. Ele queria fazer bonito no documentário.
No dia marcado com o advogado Guilherme, aconteceu um imprevisto; ele me ligou dizendo que tinha que entregar o imposto de renda e remarcamos a entrevista para a próxima semana, no mesmo horário, no mesmo local. Após o final de semana haveria o feriado do dia dos trabalhadores na terça-feira, então deixei para fazer os contatos para os outros depoimentos na quarta-feira. Durante todo o processo vinha sentindo bastante dificuldade com a promotoria, só percebi uma boa vontade da parte deles quando disse que já tinha o depoimento da defensoria pública e que o documentário ficaria incompleto sem o depoimento da promotoria, além de ameaçar colocar o nome do promotor no documentário como uma pessoa não colaborativa. Quanto aos depoentes da própria associação, senti também uma dificuldade de organizar os depoentes para as gravações.
Realmente fazer este documentário está sendo um teste de resistência física e psicológica, além de uma boa oportunidade de exercitar a paciência e a serenidade. O advogado criminal Guilherme Portugal, que também é professor universitário e apoia a Associação das Pessoas em Privação de Liberdade desmarcou pela terceira vez o nosso encontro, onde eu ia gravar seu depoimento. A Associação me deu um retorno depois de eu ligar mais uma vez e mandar um email, a advogada criminalista Fernanda Vieira se propôs a organizar o encontro para fazer as gravações com os membros da associação.
Um outro problema que tive foi no NUCOM (Núcleo de Comunicação) da faculdade. A promotoria agendou um horário comigo, depois de um mês de várias tentativas em uma segunda-feira. Quando fui pegar o equipamento na sexta feira tive dificuldade para conseguir o equipamento. Depois de muita conversa consegui acertar coma coordenadora do NUCOM, Adriana Ferreira, um equipamento para a segunda-feira pela manhã. Comecei a gravar com outro tipo de equipamento mais antigo para não perder as gravações.
Depois de muitos desencontros com o advogado criminal Guilherme Portugal, minhas folhas de requisição de equipamentos acabaram, tive que ir ao NUCOM pedir folhas de requisição que não estavam impressas, depois de dois dias de insistência, consegui que a professora Adriana Ferreira imprimisse as requisições. Peguei seis folhas de requisição, para ter certa tranquilidade para requisitar os equipamentos e tive que ir atrás do professor orientador Gilvan Araújo para assinar as folhas me autorizando a pegar os equipamentos.
Finalmente consegui gravar com o Promotor de justiça Joaquim Miranda, ele deu um depoimento que transitou nos dois pontos de vistas das pessoas que lutam contra e a favor dos direitos humanos. Em seu depoimento ficou mais explícito a crença no Estado Penal e de promover a lei e a ordem pelo temor ao castigo.
Na mesma semana marquei com a Dra. Fernanda Vieira, advogada criminalista que trabalha na Associação de Amigos e familiares das Pessoas em Privação de Liberdade. Dra. Fernanda deu um depoimento de 30 minutos, bem abrangente do porque defender os direitos humanos e sobre as injustiças sociais que as ‘minorias’ estão submetidas quando julgadas pelo direito penal.
No mesmo dia, na parte da tarde, voltei à Associação e gravei o depoimento da Grazielle Santarelli, que é vice-presidente da associação citada, que falou da posição de familiar de um egresso do sistema carcerário. Ela falou das injustiças, descaso e humilhações que os detentos e a família são submetidos nos presídios. Falou também de sua luta por dignidade e direitos que os membros da Associação estão sempre a buscar e a promover para ajudar outros detentos e seus familiares. Fiquei de retornar na próxima semana para pegar o depoimento da Dona Tereza, presidente da Associação, e do Gregório, um egresso do sistema prisional. Durante as gravações com a Dra. Fernanda Vieira e coma Graziele santarelli tive problemas com o microfone que não modulou. Fiz as gravações com o próprio microfone da câmera, oque talvez deve ter influenciado na qualidade da gravação.
Acredito estar chegando à reta final das gravações. Consegui agendar com o Gregório, um egresso do sistema carcerário e a Dona Tereza, a presidente da Associação dos Amigos e Familiares das Pessoas em Privação de Liberdade. Marquei os dois no mesmo dia e no mesmo local. Já estou na quarta fita mini DV e levei a terceira fita para passar para o DVD, com o time code, com o objetivo de fazer a decupagem, que facilita na edição. Agora que o NUCOM (Núcleo de Comunicação) está apertado, não posso mais simplesmente chegar e pegar equipamento, então fiz a reserva de equipamento para o dia agendado. Se tudo der certo vai ficar faltando mais três gravações. Talvez terei que fazer a decupagem nas férias e a edição no próximo semestre.
Antes de ir ao encontro da Dona Tereza e do Gregório Andrade, fiz a reserva do equipamento no NUCOM, a cada dia tenho a impressão que o Núcleo de Comunicação da Faculdade está ficando sucateado. Mesmo fazendo a reserva chego lá, tenho que ficar esperando mais de uma hora, às vezes até duas horas para carregar as baterias das máquinas de filmar e lidar com os cabos de microfone que não funcionam. Desta última vez, ao testar o cabo do microfone que não modulava, o atendente do NUCOM abriu o cabo e passou uma fita crepe para o fio fazer contato. Este procedimento me deixou temeroso de acontecer problemas técnicos durante a gravação, que de fato aconteceram.
Cheguei na associação meia hora antes e logo depois o Gregório Andrade chegou para dar seu depoimento, montamos um cenário e começamos as gravações, Gregório estava muito ansioso Para falar e falou por mais de uma hora. Mesmo enriquecendo o meu processo de pesquisa e aprendizagem, me provocou problemas. Tive que alertá-lo que a bateria não ia aguentar para ele concluir sua fala e deixar um pouco para a Dona Tereza falar. Quando o Gregório concluiu, esperei a Dona Tereza terminar de almoçar para gravarmos. Ela estava pouco receosa, mas foi dar um depoimento breve sobre a Associação dos Amigos e familiares de pessoas em Privação de Liberdade. Nesse dia quando a Dona Tereza terminava o seu depoimento a bateria da câmera começou a sinalizar, mas deu tudo certo, Dona Tereza terminou seu depoimento antes da carga da bateria chegar ao fim. O único problema técnico que tive no dia, foi o microfone que parou de modular por alguns segundos na fala do Gregório, que me fez para a gravação para ajustar o cabo e voltar a gravar novamente. Quando terminei as gravações neste dia, me senti um pouco mais aliviado, agora só faltavam mais três gravações. Queria deixar registrado, que fazer todo este documentário, mesmo sendo uma experiência muito rica, foi um sentimento de tristeza constante, pois foi muito difícil chegar até onde cheguei, sinceramente, não sei onde consegui forças para chegar até aqui. Agora já estou na quinta fita mini DV e já preciso ir no NUCOM pegar a terceira fita que foi passar para DVD e levar a quarta fita. Este processo é necessário para eu fazer a decupagem em casa, o que facilita na edição do documentário.
Para agendar um horário com o jornalista Luis Carlos Bernardes foi difícil, tive que conversar com um amigo meu que anda sempre com o jornalista para agendar o horário. Combinamos que eu ia pegar o equipamento e ia atrás deles na OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Chegando lá participei de uma reunião da comissão de Direitos Humanos, que estava discutindo a comissão da verdade, referente a morte de JK. Depois de finalizado fomos até um bar na Savassi, onde gravei o depoimento. E o fim está cada vez mais próximo, agora só falta ir à APAC e entrevistar o advogado Guilherme Portugal.
Finalmente consegui ir ao encontro tão esperado com o advogado criminalista Guilherme Portugal. Nesse dia além do ônibus estragar no meio do caminho que me atrasou em 1 hora; quando fui gravar o depoimento com o Guilherme a bateria deu um problema técnico e descarregou totalmente em cinco minutos, o que não me permitiu gravar todo o depoimento. Combinei com o Guilherme de ele gravar o depoimento e me mandar por email, só a voz, que na edição do documentário usaria imagens da APAC.
Então muito estressado não aguentei a pressão e chutei o balde. Tinha sete matérias para estudar, mais o documentário para fazer. O advogado criminalista Guilherme Portugal não me mandou o áudio e quando fui passar a quarta fita para o DVD deu problema na imagem que pôde ser corrigida parcialmente. Então adiei mais uma vez o trabalho, mas agora só tinha mais dois entrevistados e a edição. Estou tranquilo.
Pela terceira vez no TCC, a fita que tinha dado problema no semestre passado, sumiu, então não pode ser passada para o DVD para eu fazer a decupagem. Fiquei muito irritado com a falta de profissionalismo do NUCOM (Núcleo de comunicação e falei com o novo coordenador do NUCOM, o professor Getúlio Nuremberg, de forma a exigir e reivindicar meus direitos de aluno em uma instituição privada, que não se responsabiliza por seus atos errados. Falei que além de aluno, tinha o direito de reivindicar o direito como cidadão, que me dava um duplo poder reivindicatório: tanto no PROCOM, quanto na justiça cível. Dei um prazo de uma semana para fita ser achada e nada. Marquei uma reunião com o diretor da faculdade e falei, de forma educada, tudo o que disse à coordenação do NUCOM, além do direito que teria de jogar este fato nas redes sociais, que poderia queimar a imagem da instituição, visto que as informações nas redes sociais se multiplicam rapidamente. Saí da sala do diretor satisfeito com meu desabafo, esclarecimento, mas sem resultado.
Ao mesmo tempo em que passava por todo este estresse, liguei novamente para o advogado criminalista Guilherme Portugal, que se prontificou a me atender, agendando um horário para nos encontrarmos na semana seguinte. Estou aguardando o momento que combinamos e planejando a viagem para Itaúna, onde visitarei uma APAC, com a ajuda do diretor do estabelecimento. Ainda penso que vou insistir para encontrarem a fita que gravei, pois é um fato sem sentido e sem explicação e falarei claramente que vou buscar meus direitos na justiça e farei queixa na polícia civil e militar para pressionar e motivar os profissionais do NUCOM.
Sem resultado para encontrar a fita perdida, senti tratado com descaso pela instituição de ensino. Não consigo entender o acontecido mas tive que “relevar” para evitar mais estresse. A impressão que o NUCOM me passa é que os “profissionais “ fazem o trabalho de qualquer jeito, pois, não sofrem consequências dos seus atos. Então resolvi pegar o DVD que não tinha sumido e a ficha de requisição do serviço, que além de uma folha documental é um saco onde ficava guardado a fita e o DVD. Eu queria aproveitar o DVD que não tinha sido usado e o documento de requerimento para usar como prova, caso fosse necessário um processo judicial. Tanto o DVD quanto o saco com a ficha de requisição desapareceram misteriosamente, me deixando de mãos abanando. Mais uma vez fiquei furioso e pensei: “serviço de profissional”.
Nesse meio tempo todo fiquei correndo atrás do Advogado Criminalista Guilherme Portugal, mas ainda sem sucesso para gravar um depoimento. Espero que corra tudo bem até o final. Hoje é domingo e amanhã entrarei em contato com o Guilherme Portugal.
Hoje é dia 17 de setembro e consegui agendar um encontro com o advogado Guilherme Portugal para a próxima semana. Espero que tudo dê certo, pois, depois é fazer a gravação na APAC de Itaúna e partir para edição. A fita que desapareceu no NUCOM, a que eu chamo de fita 4 não apareceu ainda, como vou ter que relevar esta perda e continuar a tocar este projeto, resolvi que esta semana vou passar a fita 5 para o DVD para fazer a decupagem e reiniciar as gravações a partir da fita 6.
Passei a tarde fazendo a decupagem da fita 1 a 3, me animei, pois consegui captar fragmentos de bons depoimentos, sempre pensando que o documentário não podia ultrapassar 30 minutos. Levei ao Nucom a fita 5 para passar para DVD. Só depois que eu decupar a fita 5 vou saber o material que perdi. Para assegurar que tudo desse certo, aproveitei e fiz a reserva do equipamento para segunda-feira, dia que marquei de gravar o penúltimo depoimento.
Hoje, 21 de setembro editei a parte escrita e mesmo faltando a finalização da metodologia, o artigo ainda está com 16 páginas.
Consegui decupar fita 5 e gravar o depoimento com o advogado criminalista Guilherme Portugal, mais uma etapa vencida. Depois de decupar a fita 5 percebi que a fita 4 perdi grande parte do depoimento do Gregório Andrade, um egresso da APAC e o depoimento inteiro da Garaziele Santarelli,esposa de um egresso do Sistema Prisional.
Agora vou marcar o depoimento com o Valdeci, diretor da APAC de Itaúna, A APAC considerada modelo de referência em Belo Horizonte.
A fita 6 que ficou registrado o depoimento do Advogado Criminalista Guilherme Portugal está pronta para passar para DVD e ser decupada e preparei a Fita 7 para registrar o depoimento do diretor da APAC e as imagens do estabelecimento prisional modelo. Depois que eu decupar a fita 7, vou partir para a edição.
Fiz a decupagem da fita 6, do advogado criminalista Guilherme Portugal e consegui marcar uma visita à APAC de Itaúna, com o diretor Valdeci. A visita ficou marcada para o dia 15 de outubro, bem no dia dos professores.
Fui à Itaúna de ônibus e na rodoviária de lá fui de taxi até à APAC. Conversando com o motorista do taxi, fiquei sabendo que existia também uma APAC feminina na cidade e que os moradores da cidade tinham orgulho da APAC na cidade, como uma prisão modelo, pois viam resultados e pessoas se  transformando na APAC.
Qunado cheguei fui super bem recebido, por recepcionistas, que são recuperandos, pois lá não se usa a palavra preso. Tive um momento de conversa com o Valdeci que é diretor da FBAC (Fraternidade Brasileira de Assistência ao Condenado). A FBAC é uma federação de APACs que promove o modelo APAC e dá assistência e consultoria técnica a todas as APACs. Gravei com o Valdeci e depois fui para o refeitório almoçar com os recuperandos. Muito interessante que a comida estava muito gostosa e além de comer no refeitório, os recuperandos podiam usar garfos e facas. O local tinha um ambiente agradável, um espírito de solidariedade que chegou a me comover.
Depois do almoço, o Valdeci me deixou com um recuperando do sistema semi-aberto para me apresentar as instalações e atividades da APAC. Depois fui para uma área de segurança, que é uma espécie de transição para o sistema fechado, onde um recuperando do sitema fechado assumiu e me apresentou o sistema fechado.
Depois de me apresentarem o sistema fechado, me levaram para um auditório, onde fizeram uma espécie de discurso e cantaram louvores para mim e me perguntaram o que eu tinha a dizer a eles, aí abri meu coração e tentei passar uma mensagem de esperança. Foi comovente. Me apresentaram a loja de artesanato e comprei uns brindes para presentear amigos em Belo Horizonte.
No fim pedi para chamar o mesmo taxi e saí de lá como se eu tivesse feito um retiro espiritual e não visitado uma prisão.
Devolvi o equipamento no NUCOM e levei a fita 7 para passar para DVD e fazer decupagem. Agora vou iniciar o processo de edição.
Antes defazer a decupagem da fita 7, onde está a entrevista com o diretor da FBAC (Fraternidade Brasileira de Assistência ao Condenado) e a cobertura da APAC de Itaúna, assisti todo o CD e depois decidi como decupar. Foi muito difícil, pois, depois de todas as fitas decupadas, achei muito importante várias cenas que gravei em Itaúna. Estou receoso do documentário ficar grande. Fiz a decupagem e decidi, se necessário fazer dois filmes: uma versão completa e uma versão compacta. Já agendei dois dias para edição para o dia 29 e 30 de outubro.
A edição do documentário durou três semanas, muito tensos devido a problemas técnicos, por defeito do e equipamento e também por inexperiência operação técnica. Passava as manhãs no NUCOM (Núcleo de Comunicação) editando, corrigindo problemas, colocando efeitos de corte, template de abertura e ficha técnica. Na edição decidimos fazer um documentário com a fundamentação teórica, que ficou durando 30 minutos com o depoimento de diversas autoridades. E no mesmo DVD haveria os extras, que é a visita à APAC de Itaúna, onde os próprios recuperandos apresentavam o estabelecimento. Depois de muito trabalho, conseguimos gerar o disco matriz para fazer as cópias para entregar aos professores avaliadores e para fazer as cópias que eu iria distribuir para o Grupo de Amigos e Familares de Pessoas em Privação de Liberdade.
Depois da parte técnica encerrada, parti para a parte artística de designer: Fazer as bolachas dos DVDs, a capa das caixas do CD e mandar para uma gáfica rápida imprimir em papel couché e cortar no tamanho certo. Feito todo esse processo era apena um exercício manual de paciência de montar os kit contendo um DVD com os dois filmes e um CD contendo a aprte teórica em formato PDF. Felizmente deu tudo certo, entreguei o relatório impresso aos dois professores avaliadores e o filme parfa lançar a nota de AV2 e agendar a banca examinadora.
 
4.2.        HISTORY BOARD
Daniel Nepomuceno – Vereador do PSB fala sobre o porque defender os direitos humanos e humanizar as prisões.
Dra. Marolinta Dutra – Defensora Pública fala sobre o papel da defensoria pública para que o direitos dos encarcerados e da família sejam garantidos.
Durval Ângelo – Deputado Estadual do PT / MG explica com base na teoria do estado o porquê defender os direitos humanos.
Marisa Sanábria – Vice presidente do Conselho Regional de Psicologia fala da importância de se entender a situação de sofrimento vivida para se reivindicar os direitos.
Dr. Joaquim Miranda – Promotor de Justiça fala da importância das penas alternativas de privação de direitos e da importância da participação social no processo de inclusão social dos egressos.
Fernanda Vieira – Advogada Criminalista transmite de uma forma de fácil entendimento uma compreensão sobre os direitos humanos.
Dona Tereza – Presidente do Grupo de Amigos e Familiares de Pessoas em Privação de Liberdade fala da penalização das famílias dos condenados e das condições indignas dos presídios brasileiros.
Luis Carlos Bernardes – jornalista fala da obrigação do Brasil, como país emergente, cuidar melhor e recuperar os encarcerados.
Guilherme Portugal – Advogado Criminalista explica melhor o conceito de crime e de criminoso que vai mudando ao longo da história.
Gregório Andrade – ex recuperando da APAC que teve experiência em presídios comuns. Ele fala da diferença entre os dois sistemas e fala também de suas conquistas pessoais.
Valdeci Ferreira – Diretor Executivo da FBAC (FraternidadeBrasileira de Assistência ao Condenado) fala da importância do método APAC para recuperar pessoas que cometeram crimes.
APAC de Itaúna – os próprios recuperandos apresentam a APAC, fazendo o papel de jornalistas. Nesse vídeo são mostrados o regime fechado e o semi aberto.



















5.    CONCLUSÃO
Do ponto de vista profissional foi como fazer um estágio como autônomo, ao mesmo tempo em que se aperfeiçoam as técnicas de apuração, produção e entrevista; um aperfeiçoamento técnico que me fez sentir capaz de estar mais próximo de um vídeo repórter, que domina todo o processo de pré-produção, produção e pós-produção.
Como pessoa, aprendi bastante sobre o caráter público da sociedade, sobre os direitos do cidadão e os deveres do estado. Também aprendi um pouco mais sobre a alma humana num sentido multidisciplinar.
Da pesquisa teórica feita e das entrevistas aprendi mais sobre os bastidores do poder, sobre a opressão e sobre o paradoxo social entre pessoas que tem mais compaixão de outros seres humanos e pessoas que são menos tolerantes.
Depois de todo o processo, tive um grande aprendizado e me tornei um ser humano melhor, mesmo que não tenha me tornado mais rico financeiramente. Agora tenho mais consciência política e mais poder de crítica sobre a mídia e sobre os atores sociais.










6.    REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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9.    REFERÊNCIAS FILMOGRÁFICAS
A PESSOA É PARA O QUE NASCE. Direção: Roberto Berliner. Produção: Renato Pereira, Rodrigo Letier e Paola Vieira. Intérpretes: Regina Barbosa, Maria das Neves Barbosa, Francisca da Conceição Barbosa Roteiro: Maurício Lissovsky. 2004.
A QUEDA DO IMPÉRIO ROMANO. Direção: Anthony Mann. Intérpretes: Sophia Loren, Stephen Boyd, Alec Guinnes, James Mason, Cristopher Plummer, Omar Sharif. 1964.
ENTREATOS. Direção: João Moreira Salles. Produção: Maurício Andrade Ramos. Intérpretes: Luís Inácio Lula da Silva, Marisa Lula da Silva , Duda Mendonça , José Alencar , José Dirceu. 2004.
FALCÃO MENINOS DO TRÁFICO, Direção: MV Bill.  Produção: Celso Athayde, Central Única das Favelas. 2006.
INVISÍVEIS PELO SILÊNCIO. Direção: Hellen Baesse. Produção: Rafael Silva Guilherme. 2008.
JOANA D’ARK. Direção: Christian Duguay. Intérpretes: Jacqueline Bisset, Neil Patrick Harris, Olympia Dukakis. 1999.
JOGO DE CENA. Direção: Eduardo Coutinho. Intérpretes: Marília Pêra, Andréa Beltrão, Fernanda Torres, Aleta Gomes Vieira. Roteiro: Raquel Freire Zangrandi e Bia Almeida. 2007.
JUSTIÇA. Direção: Maria Augusta Ramos. Produção: Luis Vidal, Niek Koppen, Jan de Ruiter, Renée Van der Grinten. 2003.
MANDELA: LUTA PELA LIBERDADE. Direção: Bille August. Intérprete: Dennis Naysbert. 1988.
RECORDAÇÕES DE UM PRESÍDIO DE MENINOS. Direção: Lourival Belém Jr.. Produção: Luiz cam, Lourival Belém Jr., Lisandro Nogueira. Roteiro: Lourival Belém Jr. 1984.











ANEXOS








10. ANEXOS
No momento que se decidiu fazer um documentário participativo, a participação do diretor teve um peso importante. O documentário participativo, a partir da pesquisa teórica e da proposta de ser um documentário em defesa das lutas sociais e para os movimentos sociais, teve um recorte e um foco dirigido. Para que os depoentes não perdessem o foco na hora das gravações foram feitos alguns mini roteiros para ajudar na construção e elaboração dos depoimentos. Nesse anexo estão os nomes dos ‘atores’ que participaram do vídeo, os dados curriculares que autorizam essas pessoas um discurso com credibilidade e o mini roteiro elaborado pelo diretor do documentário.















I.              DANIEL NEPOMUCENO
Daniel Nepomuceno é vereador em Belo Horizonte, filiado ao partido PSB (Partido Socialista Brasileiro). É advogado e mestre em ciências sociais. Já foi coordenador da subsecretaria de Direitos Humanos da prefeitura de Belo Horizonte, é um grande defensor dos direitos humanos e colabora com a Associação dos Amigos e Familiares de Pessoas em Privação de Liberdade.
·         Por que defender os direitos humanos?
·         Como humanizar o sistema carcerário?
·         Motivos para defender as APAC’s (Associação de Proteção e Assistência aos Condenados).
·         Por que defender “bandidos”?
·         Como o sistema carcerário penaliza a família dos detentos?














II.            MAROLINTA DUTRA
Marolinta Dutra é defensora pública do Estado de Minas Gerais. Durante o bate papo que tive com ela coloquei alguns pontos a serem destacados que foram:
·         Falar sobre o trabalho da Defensoria Pública no Sistema Carcerário.
·         Como a família dos detentos são penalizadas pelo sistema carcerário?
·         Como a Defensoria Pública trabalha na promoção e conscientização dos direitos dos encarcerados e seus familiares?
·         Por que a Defensoria Pública ainda está aquém no sentido de assistir os encarcerados?
























III.           DURVAL ÂNGELO
Durval Ângelo é deputado estadual em Minas Gerais e foi ex seminarista. O deputado foi procurado por ter uma trajetória de defender radicalmente os direitos humanos e militar em defesa da humanização do sistema prisional. Antes do depoimento foi elaborado o seguinte roteiro para ajudar na elaboração do raciocínio.
·         Fale sobre o motivo de defender os direitos humanos e fazer militância na luta antiprisional.
















IV.          MARISA SANABRIA
Marisa é psicóloga clínica especializada na saúde da mulher, mestre em filosofia e vice presidente do Conselho Regional de Psicologia. Ela foi escolhida porque tem um trabalho com as mulheres de familiares que estão presos ou egressos da prisão. Durante a coleta de depoimentos foi elaborado um mini roteiro para ajudar na elaboração do raciocínio. O mini roteiro ficou da seguinte maneira:
·         Como o trabalho com as mulheres que tem familiares em situação de encarceramento pode ajudar?
·         Sob a ótica da psicologia, por que defender os direitos humanos?















V.           JOAQUIM MIRANDA
Dr. Joaquim Miranda é Promotor de Justiça do Estado de Minas Gerais, coordenador do Centro de Apoio Operacional Criminal, mais conhecido como CAOcrim. Tive com o Dr. Joaquim para ter um testemunho que fizesse contraponto ao depoimento da Defensoria Pública. Antes de gravarmos o depoimento dele preparei um mini roteiro que ficou da seguinte forma:
·         Fale sobre o Estado Penal, você é a favor da Tolerância Zero?
·         Acredita em defender os direitos humanos?
·         Acredita nas penas alternativas para diminuir a superlotação dos presídios?















VI.          FERNANDA VIEIRA
Fernanda Vieira é advogada criminalista e participa, como voluntária, da Associação dos Amigos e Familiares das Pessoas em Privação de Liberdade. Tive um encontro com ela para entender melhor o porque da defesa dos direitos humanos e na luta em defesa dos direitos das pessoas encarceradas. O mini roteiro que fiz para ela dar o seu depoimento ficou estruturado da seguinte maneira:
·         Por que defender os direitos humanos?
·         Por que defender os direitos das pessoas encarceradas?
·         Como o direito penal criminaliza a pobreza e as pessoas marginalizadas?














VII.         GRAZIELLE SANTARELLI
Graziele Santarelli é vice-presidente da Associação dos Amigos e Familiares das pessoas em Privação de Liberdade, ao mesmo tempo em que é familiar de um egresso do sistema prisional, seu marido ficou preso por quatro anos e ela tem família constituída. Ela fala um pouco dos traumas que seu marido adquiriu na prisão e também fala da penalização da família dos encarcerados. Em meu encontro com ela, preparei um mini roteiro que ficou estruturado da seguinte maneira:
·         Como o Estado penaliza as famílias as famílias dos encarcerados?
·         Por que atuar em uma Associação em defesa das pessoas em situação de privação de liberdade?

















VIII.       GREGÓRIO ANDRADE
Gregório Andrade é egresso do sistema carcerário, ao todo ficou detido por 11 anos e teve passagem, tanto por penitenciarias como pelo sistema APAC. Hoje Gregório trabalha no Projeto Minas pela Paz e é graduando em Direito, além de militante da Associação dos Amigos e familiares das pessoas em privação de liberdade. Antes de coletar seu depoimento fiz um mini roteiro para ajudar na construção do seu depoimento. O mini roteiro ficou assim:
·         Conte um pouco de sua história
·         Por que defender os direitos das pessoas encarceradas?
·         Por que defender os direitos humanos?















IX.          DONA TEREZA
Dona Tereza é familiar de egresso do sistema prisional, também é presidente da Associação dos Amigos e familiares das Pessoas em privação de Liberdade. Antes de gravar o seu depoimento, fiz um mini roteiro para ajudar no desenvolvimento de seu raciocínio. O mini roteiro ficou assim:
·         Por que defender os direitos das pessoas encarceradas?
·         Por que defender os direitos humanos?
·         Fale um pouco do trabalho da Associação.
















X.           LUIS CARLOS BERNARDES
Luis Carlos Bernardes é jornalista e advogado. Trabalhou na TV Cultura e na Rede bandeirantes de Televisão. Como advogado pertence à comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Ultimamente está empenhado na comissão da verdade da OAB, que investiga os desaparecidos da época da ditadura. Em nosso encontro fiz um mini roteiro para que ele fisesse seu depoimento. O mini roteiro ficou estruturado da seguinte forma:
·         Diga como a imprensa marginaliza as ‘minorias’ em detrimento de uma cultura dominante.
















XI.          GUILHERME PORTUGAL
Guilherme Portugal é advogado criminalista e professor de direito na faculdade Dom Helder Cãmara. É coolaborador da Associação dos Amigos e Familiares das Pessoas em Privação de Liberdade. Em meu contato com ele, pedi que desse o depoimento com a seguinte orientação:
·         Fale de forma esclarecedora porque defender os direitos Humanos.
·         Conte um pouco da história das prisões e porque os presos dev em ser tratados com dignidade.
















XII.         VALDECI FERREIRA
Valdeci Ferreira é advogado e teólogo católico. Participa da igreja como religioso leigo e é diretor executivo da FBAC (Fraternidade Brasileira de Assistência aos Condenados). Valdeci Mora em Itaúna e lá ele me deu uma entrevista e pediu para que recuperandos do regime fechado e semi aberto me apresentassem a instituição. Em nossa entrevista pedi que ele desse um depoimento com a seguinte orientações:
·         Fale porque defender os direitos humanos.
·         Por que lutar pelos direitos das pessoas em privação de liberdade?
·         Explique o método APAC.















XIII.       APAC MASCULINA DE ITAÚNA
Na APAC (Associação de Proteção e Assistência ao Condenado) de Itaúna almocei com os recuperandos (presos), que fizeram o papel de repórteres e me apresentaram o regime semi aberto, o semi aberto entre muros e o regime fechado. Apenas orientei quanto ao tempo de fala de cada esapço da APAC, eles me explicavam em off e elaboravam a fala e eu gravava a fala dos recuperandos.

REGRAS DO CHAT

Não fazer flood.
Não falar palavrão.
Não falar coisa imprópias para menores de 18 anos
Não fazer publicidade
DIVIRTA-SE

EM DEFESA DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO

EM DEFESA DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO

O SUS é Legal !!!

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SAÚDE É DIREITO DE TODOS E DEVER DO ESTADO.

Cartãozinho Legalzinho

Cartãozinho Legalzinho
Paulinho Legalzão

PAULINHO LEGAL

PAULINHO LEGAL

COLAÇÃO DE GRAU

FORMATURA

FORMATURA JORNALISMO

ÁLBUM JORNALISMO

PAPIS E MAMIS

Pretos Velhos

Pretos Velhos
Os Espíritos da Sabedoria Umbandista

SALVE OXALÁ

SALVE OXALÁ
A POMBA DA PAZ, DA LIBERDADE E DA FRATERNIDADE, A MAIOR DE TODAS AS UTOPIAS !!! É PRECISO SER UM SONHADOR, É A ÚNICA ESPERANÇA !!!

AOS "AMIGOS"



É Sugerida as Boas Vindas a este Espaço Virtual Somente às Pessoas de Boa Índole. Pessoas do Mal e que NÃO Valorizam a Consciência, podem visitar, pois aqui é um Espaço Democrático de Reflexões sobre a Realidade. Este ambiente foi Desenvolvido para Fomentar a Reflexão e não a Fofoca.

Obrigado pela compreensão!

"Esta Casa tem Quatro Cantos, cada Canto tem uma Flor, nesta Casa NÃO entra a Maldade, nesta Casa só entra o Amor"

SARAVÁ !!! - Paulinho Maluco

SALVE OXALÁ !!!

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