Paulinho Legal
Conheça o Blog do Paulinho Legal
Meus Contatos
Facebook do Paulinho Legal
Link com o Facebook do Paulinho Legal
Comunicação do BEM !!!
Aqui você encontra conteúdos para Refletir a Publicidade e o Jornalismo do Milênio, a Publicidade & o Jornalismo do BEM. A Publicidade dos Direitos Humanos; dos Movimentos sociais e da Cultura da Liberdade!
SARAVÁ !!! - Paulinho Maluco
ANARQUIA GENÉTICA
CONHEÇA MEU CURRÍCULO
BLOG BIPOLAR
ANUNCIE
SEJA UM ANUNCIANTE DO BLOG DO PAULINHO LEGAL. MAIORES INFORMAÇÕES ENVIE UM EMAIL PARA:
paulo_jornalista@hotmail.com
BOA SORTE!
paulo_jornalista@hotmail.com
BOA SORTE!
PSICANÁRQUISE
REVOLUÇÃO
AMAZÔNIA
SUSTENTABILIDADE
LUTA PELA TERRA
SUS
RÓTULOS PSIQUIÁTRICOS
DROGAS
BELEZA INVISÍVEL 30'
LIBERDADE
FUNDAMENTALISMO
SUSTENTABILIDADE
HINO MANEIRAÇO
HINO MANEIRAÇO 2
VAI TOMAR NO CÚ
IMAGINE A PAZ
CONTRA A FALSIDADE
VALEU CARA!
OS ALQUIMISTAS
FILOSOFIA
MAIS FILOSOFIA
O AMOR MACHUCA
PARA TODOS OS NATAIS
SORRIA!!
LIBERDADE RELIGIOSA
LGBT
ESTOU NO MYSPACE
Tecnologia do Blogger.
VOCÊ É A FAVOR DA DESCRIMINALIZAÇÃO DA MACONHA?
quinta-feira, 22 de novembro de 2012
TCC JORNALISMO 2012
FACULDADE
ESTÁCIO DE SÁ DE BELO HORIZONTE – CAMPUS PRADO
8º
PERÍODO DE JORNALISMO – MANHÃ
QUAL O IMPACTO DA COMUNICAÇÃO NA CULTURA
PARA POSSIBILITAR A CONSTRUÇÃO DE UM SISTEMA CARCERÁRIO HUMANIZADO E
VERDADEIRAMENTE REGENERADOR?
PAULO
AZEVEDO
BELO
HORIZONTE
2011
PAULO
AZEVEDO
QUAL O IMPACTO DA COMUNICAÇÃO NA CULTURA
PARA POSSIBILITAR A CONSTRUÇÃO DE UM SISTEMA CARCERÁRIO HUMANIZADO E VERDADEIRAMENTE
REGENERADOR?
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
DESENVOLVIDO PARA OBTENÇÃO DO TÍTULO DE BACHAREL EM COMUNICAÇÃO SOCIAL COM
ESPECIALIZAÇÃO EM JORNALISMO PARA A FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ DE BELO HORIZONTE.
PROFESSOR ORIENTADOR: GILVAN F. ARAÚJO.
BELO
HORIZONTE
2011
PAULO AZEVEDO
QUAL O IMPACTO DA COMUNICAÇÃO NA CULTURA
PARA POSSIBILITAR A CONSTRUÇÃO DE UM SISTEMA CARCERÁRIO HUMANIZADO E
VERDADEIRAMENTE REGENERADOR?
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
DESENVOLVIDO PARA OBTENÇÃO DO TÍTULO DE BACHAREL EM COMUNICAÇÃO SOCIAL COM
ESPECIALIZAÇÃO EM JORNALISMO PARA A FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ DE BELO HORIZONTE.
PROFESSOR ORIENTADOR: GILVAN
F. ARAÚJO.
Aprovada em: ____ / ____ / ____.
BANCA EXAMINADORA
Professor Gilvan F. Araújo
Faculdade Estácio de Sá de Belo
Horizonte
|
Professora Taílze Melo
Faculdade Estácio de Sá de Belo
Horizonte
|
DEDICATÓRIA
Com muito amor e carinho dedicamos
este trabalho aos meus pais: José Olinto & Enedina Maria, aos tios José
Thomás & Thaís Silva; à Kelvin Miller de Jesus; à Dra. Míriam Nadim
Abou-Yd; à Marta Elizabeth de Souza; ao Dr. Mark Napoli Costa, ao professor
Virgílio de Mattos e seu discípulo Ricardo Lara; à amiga Lourdes Machado; à
Dra. Ana Marta Lobosque, ao MST e aos mais dedicados e entusiasmados
professores, verdadeiros Mestres, que amam praticar a arte de ensinar.
AGRADECIMENTOS
À
Deus; à Oxalá, aos Orixás, aos Pretos Velhos, aos espíritos iluminados
(encarnados e desencarnados), ao meu professor orientador Gilvan Araújo, pela
paciência e pela ajuda na construção do trabalho e do videodocumentário; a todo
o pessoal do NUCOM pelas orientações técnicas para realizarmos as filmagens e
pelo apoio na edição do documentário; ao pessoal do Grupo de Amigos e
Familiares de Pessoas em Privação de Liberdade; ao Conselho Regional de
Psicologia de Minas Gerais e a todos os entrevistados que doaram seus preciosos
tempos para a realização do nosso TCC (Trabalho de Conclusão de Curso); a todos
amigos e familiares que sempre acreditaram em mim.
“(...) Apaga a fumaça do revólver da pistola,
manda a fumaça do cachimbo prá cachola, acende, puxa, prende, passa. Índio quer
cachimbo, índio quer fazer fumaça (...)”
Gabriel o Pensador
RESUMO
A
sociedade do espetáculo está mais preocupada em formar consumidores ao invés de
cidadãos. Sempre na busca da audiência para atrair expectadores e
patrocinadores, o showrnalismo se perdeu. A ética não é mais importante, o que
importa é polarizar as questões de uma forma maquineísta para manter os valores
burgueses prevalecendo como ideologia dominante. Sem explorar a complexidade e
a diversidade que questões como a criminalização de comportamentos exigem, os
presídios lotam e formam, cada vez mais, pessoas revoltadas que não suportam
tamanha violência e rompem com o contrato social, prejudicando mais pessoas
inocentes. Para analisar a falência do sistema prisional e propor novas possibilidades
de estar em dia com a lei, ao invés do sistema punitivo, o trabalho foi
desenvolvido. Além do trabalho teórico, coletou-se depoimentos de autoridades,
ex-presidiários e familiares de presidiários o que culminou no vídeo
documentário ‘Segredo Simples’. Na discussão dessa questão social importante,
criminalizada pela mídia, faz se uma análise dos conhecimentos já existentes
para construir um sistema carcerário humanizado e verdadeiramente regenerador.
A análise mostra a omissão dos meios de comunicação que através de uma espiral
do silêncio, mantêm o status quo a
serviço da concentração do capital nas grandes corporações econômicas. Uma
avalição da possibilidade de discutir com profundidade questões sociais é
deixada de lado em uma sociedade de consumo, que para manter a mentalidade
consumista usa do poder da comunicação para determinar os assuntos e temas que
devem ser pensados e discutidos, a agenda
setting.
Palavras-chave: Sistema
prisional, APAC, práticas punitivas, desconstrução, inclusão social.
ABSTRACT
The society of the
spectacle is more concerned with form rather than consumer citizens. Always in
search of the audience to attract viewers and sponsors, showrnalismo lost.
Ethics is not more important, what matters is polarizing issues in a machine
for maintaining bourgeois values prevail as the dominant ideology. Without
exploring the complexity and diversity issues such as the criminalization of
behaviors require the form and fill prisons, more and more angry people that do
not support such violence and break with the social contract, hurting more
innocent people. To analyze the failure of the prison system and propose new
ways of keeping up with the law, rather than punitive system, the work was
done. In addition to theoretical work, was collected statements by authorities,
inmates and families of inmates which culminated in the video documentary
'Simple Secret'. In the discussion of this important social issue, criminalized
by the media, makes an analysis of existing knowledge to build a humane prison
system and truly regenerative. The analysis shows the failure of the media that
through a spiral of silence, maintain the status quo in the service of the
concentration of capital in large corporations. The possibility of a chance to discuss social issues in depth is set aside in a
consumer society, that to keep the consumer mentality uses the power of
communication to determine the issues and themes that should be thought about
and discussed the agenda setting.
Keywords: Prison system, APAC, punitive practices,
deconstruction, social inclusion.
SUMÁRIO
1.
INTRODUÇÃO
2.
CONTEXTO HISTÓRICO
3.
DISCUSSÃO TEÓRICA
3.1.
SHOWRNALISMO E ÉTICA NO JORNALISMO
3.2.
A HUMANIZAÇÃO E A INCLUSÃO POSSÍVEL EM OUTROS
SEGMENTOS SOCIAIS
3.3.
TÉCNICAS E LINGUAGENS DE DOCUMENTÁRIOS
4.
METODOLOGIA
4.1.
RELATÓRIO SOBRE O VIDEODOCUMENTÁRIO
4.2.
HISTORY BOARD
5.
CONCLUSÃO
6.
BIBLIOGRAFIA
7.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFIAS
8.
REFERÊNCIAS DE SITES
9.
REFERÊNCIAS FILMOGRÁFICAS
10. ANEXOS
I.
DANIEL NEPOMUCENO
II.
MAROLINTA DUTRA
III.
DURVAL ÂNGELO
IV.
MARISA SANABRIA
V.
JOAQUIM MIRANDA
VI.
FERNANDA VIEIRA
VII.
GRAZIELI SANTARELLI
VIII. GREGÓRIO
ANDRADE
IX.
DONA TEREZA
X.
LUIS CARLOS BERNARDES
XI.
GUILERME PORTUGAL
XII.
VALDECI FERREIRA
XIII. APAC
MASCULINA DE ITAÚNA
1. INTRODUÇÃO
Para
discutir o sistema carcerário é preciso entender o papel do Estado na função
regeneradora dos encarcerados e ver a realidade que se apresenta. A partir
deste entendimento, pesquisar novas alternativas que foram sendo desenvolvidas
para humanizar o sistema carcerário. Uma dessas iniciativas são as APAC’s
(Associação de Proteção e Assistência aos Condenados). Aprimorando a discussão
com um estudo teórico sobre o exercício da crueldade e da tirania por parte do
estado, coletar depoimentos de autoridades e usuários das APAC’s para
desenvolver um documentário em defesa de um sistema carcerário humanizado.
Desde
a Constituição Federal de 1988, onde foram registradas as diretrizes magnas
para educação, saúde, segurança pública e outros, as leis preconizavam que o
sistema carcerário seria construído no sentido de promover a regeneração,
inclusão social e a reintegração dos encarcerados que cumprem penas no sistema
carcerário brasileiro. Muito tempo se passou e esse projeto de construção de um
sistema carcerário humanizado ainda não vingou. Nas carceragens, onde ficam
detentos que aguardam julgamento, existem pessoas que ficam anos esquecidas,
simplesmente por não conseguirem pagar um advogado, ou porque a estrutura da
defensoria pública não consegue oferecer advogados para todos os encarcerados.
Nos presídios no qual caberia a função social da regeneração dos presos
acontece o aprimoramento dos criminosos que além de saírem mais revoltados com
a sociedade, saem bandidos mais experientes.
O
estado brasileiro, que deveria assumir a responsabilidade da construção de um
sistema carcerário, fracassou. Muito se houve falar em penas alternativas e
PPP’s (parceria público privada). As penas alternativas são uma solução para
diminuir o inchaço no sistema carcerário para penas mais leves que podem ser
cumpridas com trabalhos voluntários à comunidade. As PPP’s ,que seriam uma
espécie de privatização do sistema carcerário, criam polêmica e dúvida. Será
que o preso é uma espécie de mercadoria onde empresas multinacionais, com ações
cotadas nas bolsas de valores, podem explorar os cuidados com a massa
carcerária e ainda lucrar? Porque o Estado falhou em seu papel?
Ainda
como uma solução substitutiva ao presídio vão surgindo as APAC’s, que com
limite de presos respeitado e uma abordagem diferenciada, os detentos
participam da organização. Nesse novo sistema a satisfação dos regenerandos e o
baixo índice de reincidência é um fato, mas porque o Estado não investe
maciçamente nesse novo modelo?
Certamente
a comunicação tem um papel fundamental nesse processo, pois os jornalistas
fazem sensacionalismo com notícias de bandidos. A lógica de espetacularizar a
notícia na busca de audiência, num poderoso veículo de comunicação de massas,
forma a opinião para além de uma realidade existente. Esta lógica do ‘showrnalismo’
é irresponsável e atrai o público pela curiosidade mórbida, sem nenhuma
responsabilidade ética, principalmente porque no Brasil é muito difícil
responsabilizar os veículos e os jornalistas, já que não existe conselhos que
regulamentam a profissão de jornalista. Com toda esta liberdade de imprensa
junto com a ideologia comercial, os direitos humanos e os seus defensores ficam
muito prejudicados. Será que a sociedade precisa demonizar algum setor social
que deve ser eleito como o inimigo número um a ser eliminado. Será que é
possível elaborar uma comunicação para uma sociedade mais justa, onde mais
segmentos sociais possam ser beneficiados? Será que a comunicação tem que lutar
pela audiência explorando a curiosidade mórbida dos expectadores?
O
sistema prisional brasileiro está falido no uma vez que não cumpre a função a
que se propõe: ressocialização. Sem fazer muita distinção de pessoas, as
prisões promovem reuniões de condenados à ociosidade, onde, numa espécie de
sindicato do crime, todos ficam contaminados pela delinqüência, fruto do ódio
contra estado que abandona os encarcerados, que como opção de sobrevivência,
aprendem a ser mais bandidos e cada vez mais “profissionalizados”.
Por
um lado a sociedade clama por justiça: porque os trabalhadores devem ser
sacrificados e os “bandidos” ficam a curtir as facilidades desta vida errante?
Por outro lado o Estado exclui os marginalizados e colocam-os em grandes
depósitos sem a competência de cumprir sua obrigação e função social? O certo é
que a violência sempre existiu e atualmente os índices são assustadores. Será
possível uma sociedade mais pacífica sem prisões?
Os
personagens que trabalham para a manutenção do status quo praticam a tirania psicológica nos meios de comunicação
de massa, que afeta a sociedade de alguma maneira. O desafio de construir uma
sociedade sem prisões que gera mais delinqüência não deveria ter um apoio da
cultura divulgada na comunicação do país?
2.
CONTEXTO
HISTÓRICO
Nas
sociedades o homem sempre inventou métodos de punição que teoricamente seriam
usados ou para punir da forma mais cruel, ou para recuperar através de uma
disciplina bem rígida, pessoas consideradas desviantes. As leis, quando
aplicadas, eram anunciadas num ritual de terror, onde os condenados
supliciavam, depois de tanta tortura, pedindo o perdão e confessando a culpa
publicamente. Tudo isso não bastava para o perdão, o prisioneiro era executado
pelo carrasco em praça pública, enquanto o mensageiro do rei anunciava ao povo
os crimes cometidos. Atualmente esses mensageiros do rei podem ser vistos como
os jornalistas sensacionalistas, que estão a serviço do poder. Isso para manter
os ensinamentos de Maquiavel que dizia que o poder deve ser mantido pelo terror
e não pelo amor.
Uma vez retiradas
essas quatro partes, desceram os confessores para lhes falar; mas o carrasco
informou-lhes que ele estava morto, embora na verdade, eu visse que o homem se
agitava, mexendo o maxilar inferior como falasse. Um dos carrascos chegou mesmo
a dizer pouco depois que, assim que eles levantaram o tronco para lançar na
fogueira, ele ainda estava vivo. Os quatro membros, uma vez soltos das cordas
do cavalo, foram lançados numa fogueira preparada no local sito em linha reta
do partíbulo, depois o tronco e o resto foram cobertos de achas e gravetos de
lenha, e se pôs fogo à palha ajuntada a essa lenha (FOUCAULT, 1997, p. 11).
Complicado
se faz entender o contexto histórico das prisões, pois não existe um histórico
em ordem cronológica, num sentido digamos ‘evolutivo’. As penas e punições
ocorreram em populações que hoje seriam ‘minorias’.
Na
lógica da exclusão pode-se enumerar vários grupos étnicos e marginalizados que
são: negros, índios, homossexuais, travestis, transformistas, religiões
afro-descendentes, religiões que não tem origem judaica, os considerados bruxos
e magos e também os loucos.
O
criminoso não teria aderido ao contrato social, por isso deveria ser punido,
vai dizer a escola clássica de criminologia. Mas que contrato é esse? Onde foi
que assinamos? Nós não assinamos porque não sabemos. As liberdades burguesas
das revoluções – em minúscula mesmo – de final do século XVIII não seriam
pactuadas apenas entre os proprietários? Sobram os pobres e miseráveis de
sempre nos cárceres que, dizem desde então, nascem para modernizar e humanizar
a idéia de punir. (MATTOS, 2010, p. 38).
Entendendo
melhor a questão tem que se passar o raciocínio ideológico, seja ele político
ou religioso, que domina uma época, num determinado lugar. As religiões tem
seus próprios conceitos, que são inventados e absolutos sobre questões sobre a
família, a sexualidade e o que não se encaixa dentro de determinada religião
são os desviantes sociais, segundo Goffman (2003). E as religiões não
dialogavam ou não dialogam. O mestre de uma religião é o demônio de outra,
muito fácil se faz observar na luta dos judeus e cristãos do mundo todo contra
os islâmicos demonizados como terroristas, sem nenhum estudo das causas da
violência. O que se assiste são apenas os fatos que se passam na televisão.
A lei é
sempre feita pela classe dominante de uma certa época e coordenada geográfica.
É bom que não nos esqueçamos disso e que não deixemos de agregar ao conceito
analítico do crime – a conduta humana típica, antijurídica e culpável – que
quem faz a lei ou quem dita o que é ou não crime, é a elite dominante
politicamente de uma certa época, de um certo local. (MATTOS, 2010, p. 38).
Assim,
estabelecida a ideologia hegemônica, ou seja, do grupo dominante, além de uma
comunicação persistente para estabelecer o medo e terror psicológico nas
pessoas, contra os desviantes, surge a ciência normativa que dará aos
‘guardiões’ da ordem ferramentas e ciência para legitimar o uso da autoridade e
da força quando necessário. Uma barbárie ‘pós-pós-moderna’, legitimando a
crueldade em nome da ciência.
O
projeto da ciência moderna e positivista buscava responder a um ideal de
cientificidade baseado na suposta racionalidade dos discursos e das práticas
ideológicas, médicas, penais, etc. Classificação, ordem para o caos, imputações
ao fora de si e da sociedade, seriam os dispositivos colocados em curso e o
franqueamento dado às ciências penais e médicas para operarem a chamada defesa
da sociedade (OLIVEIRA, 2009, p. 135).
Agora,
o aparelho do Estado conta com instituições científicas ‘qualificadas’ a
exercer a coerção física ou psicológica, com as chamadas técnicas de
regeneração, que na verdade, ao invés de promover a inclusão social e o resgate
da consciência ética, promove a revolta e o desespero que recai novamente sobre
a sociedade.
As
tecnologias do poder são modalidades de acordo com as quais se exerce o poder
de punir. O modelo coercitivo, corporal, secreto do punir substitui o modelo
representativo, cênico, público. O exercício físico da punição substitui, com a
prisão que é seu suporte institucional, o jogo social dos sinais de castigo
(OLIVEIRA, 2009, p. 137).
Na
contemporaneidade, várias foram as constatações da disfunção do aprisionamento
como um castigo que proporcionasse a regeneração. Goffman, um sociólogo
canadense, desenvolveu o conceito de instituição total, onde os indivíduos
reclusos nos manicômios, prisões e conventos, cada vez menos tem contatos com a
vida exterior, para se acostumarem com a vida reclusa sem parâmetro de
comparação para a rebeldia. Nessas instituições, os segregados têm uma rotina e
horários totalmente controlados pela instituição, inclusive o lazer. Ao mesmo
tempo em que mortifica o eu, passa a
idéia de uma instituição de recuperação à sociedade. Morte do eu nessas instituições chega ao ponto
dos internos necessitarem se aliar a instituição para terem alguns privilégios.
A lógica dessas instituições totais é baseada na rotina de disciplina dos
quartéis.
Sem algo a que
pertençamos, não temos um eu estável; apesar disso, o compromisso e a ligação
totais com qualquer unidade social supõe uma espécie de ausência do eu. Nosso
sentimento de ser uma pessoa pode decorrer do fato de estarmos colocados numa
unidade social maior; nosso sentimento de ter um eu pode surgir através das
pequenas formas de resistência a essa atração (GOFFMAN, 2001, p. 259).
Goffman
(2003) questiona o exercício da crueldade e da tirania contra os desviantes
como uma técnica a ser usada para regenerar o ‘espírito’. Essa ‘técnica’ quando
não mortifica o eu, levam seres
humanos a perderem a vontade, guarda uma revolta e um rancor que será levado
contra a sociedade, numa espécie de vingança, assim que a oportunidade surgir.
Numa
linguagem mais simples, é mais fácil entender as prisões antes do estado
moderno e depois do estado moderno. Antes da formação do estado não existia um
organismo onde era centrada a lei e a responsabilidade de julgar e condenar.
Cada feudo tinha sua lei baseado na mente dos seus senhores feudais. A lei era
aplicada diante das ‘injustiças’ e das ameaças a ordem, que seriam as rebeliões
populares contra os privilégios dos patrícios. Quando isso acontecia as penas
eram o suplício do corpo. As pessoas eram castigadas em praça pública com pena
de morte por enforcamento ou fogueira. Também eram castigadas fisicamente em
público tanto para passar a ideia de estar fazendo justiça com a comunidade,
quanto para impor o medo para que os que assistiam os castigos públicos
pensassem mais antes de cometer algum ‘crime’ contra os senhores feudais. Isso
era o suplício do corpo.
Tinha
também o suplício do espírito que era quando a pessoa além de castigada
fisicamente (suplício do corpo) era colocada em isolamento para refletir seu
erro e clamar por perdão ao mesmo tempo em que prometia e assinava um documento
de que não iria voltar a cometer o mesmo ‘erro’. Isso era muito comum nos
crimes contra a igreja. Os considerados bruxos, antes de serem queimados,
passavam por esse processo de ‘regeneração’, como uma chance para a
‘rendenção’...
No
estado moderno o suplício foi substituído pela punição e disciplina. As prisões
foram concebidas em teoria para abrigar ‘criminosos’ em celas individuais numa
rotina de quartel que educariam os presos para alcançar a humildade de espírito
e a exercitar a vontade para ser útil ao mercado de trabalho, mais precisamente
um espaço na indústria. Em celas individuais, numa rotina árdua com oficinas,
num ambiente silencioso, certamente os detentos sairiam prontos para viver em
liberdade. A subjetividade dos encarcerados seria moldada a força, de fora pra
dentro, pelo método disciplinar.
No panótico, a
disciplina é criada, recriada e nutrida por aqueles que dela participam, na
medida em que o homem está inserido nessa realidade. Sendo assim, o vigia se
confunde com o vigiado de tal forma a ser um só, dando sua consciência o dever
de punir (BENTHAM, 2000; FOUCAULT, 1999), ou não, o corpo sobre o qual ele
pensa ter controle. Bentham (2000) também acreditava no poder reabilitador do
trabalho, desde que este não fosse algo detestável, uma vez que ele é o único
meio que permitirá ao recluso ter uma existência honrada quando recuperar sua
liberdade (COSTA, 2007, p. 5).
A
prisão não deu certo, pois, não passava de uma solução criada no direito penal
pelas classes dominantes que só pensavam na acumulação do capital. A partir
deste contexto a pobreza foi criminalizada. Os desempregados cometiam crime de
vadiagem, os que roubavam para comer também eram criminosos, os que
experimentavam maconha também iam para a cadeia. Então veio a super lotação e
pequenos delituosos conviviam com grandes bandidos e todos ficavam contagiados
com a cultura eclética que se aprendia na prisão e as pessoas saiam piores do
que entravam.
No
mundo moderno não existe mais o suplício do corpo e nem o do espírito, o
suplício agora é o suplício da imagem ou moral onde o carrasco foi substituído
pelo jornalista de polícia que mostra o rosto dos ‘marginais’ em jornais sensacionalistas
e denuncistas.
No contexto
brasileiro estamos diante de um sistema carcerário com grandes necessidades,
falta de espaço para a humanização e recuperação do sujeito encarcerado e sua
reinserção na sociedade é feita de forma inadequada. A Lei de Execução Penal
(1999) brasileira instituiu que a pena privativa de liberdade deve se dirigir a
dois caminhos, o da punição e o da recuperação do indivíduo infrator. Nesse
sentido Lemgruber (2001) lembra que o presídio tradicional não cumpre sua
função, visto o índice de reicindência e o aumento da criminalidade. Segundo a
autora “(...) se os investimentos em presos e prisões equivalessem a reduções
proporcionais nas taxas de criminalidade, priorizar a construção de celas, em
detrimento de salas de aula, talvez valesse à pena. (LEMGRUBER, 2001 p. 12) (COSTA,
2007, p. 2).
A
prisão é uma determinação do código penal para manter a ordem e higienizar a
cidade dos problemas sociais que não se sabe o que fazer. O inchaço nas prisões
está se tornando um grande problema social que está se voltando contra a
própria sociedade. Felizmente, estão surgindo as penas alternativas.
3. DISCUSSÃO TEÓRICA
A
discussão teórica aqui apresentada será dividida em três partes que são:
suplício, punição e disciplina; como já foi descrito no capítulo anterior. Toda
essa discussão para mostrar como foi desenvolvido o conhecimento teórico para
docilizar os corpos que não estão submetidos ao sistema de produção. Tudo, para
entender bem o exercício da tirania em relação a esses exclusos, onde a
crueldade desperta ódio, revolta e “fabrica” mais delinqüentes que retornam à
sociedade piores do que antes, com fome e sede de vingança.
Revendo
os conceitos já explicitados no capítulo anterior, entende-se suplício, punição
e disciplina da seguinte maneira: suplício é o castigo do corpo, quando
carrascos castigam os réus em praça pública ao anúncio do mensageiro do rei. O
suplício também tem o caráter espiritual quando executado por autoridades da
igreja. No caso do suplício do espírito, o objetivo é promover o arrependimento
dos hereges e dos bruxos, que além da confissão pública tinham que assinar o
documento de abjuração, que é o documento que garanta a aceitação das normas da
igreja.
A
partir de um determinado momento da história, a sociedade passou a não aceitar
mais os suplícios, esse momento coincidiu com o surgimento do Estado Moderno
que criou junto com as prisões as autoridades jurídicas. Na prisão que seria um
lugar de castigo para os que infringiam a lei. Ao mesmo tempo que aconteceria o
castigo, haveria também um sistema correcional para devolver o indivíduo à
sociedade. Esse sistema era baseado na disciplina dos quartéis.
Mesmo
não existindo mais o suplício do corpo, o do espírito na contemporaneidade,
existe o suplício da imagem ou o moral. Esse fenômeno é praticado por
jornalista junto com policiais no jornalismo. Por um lado o jornalista
sentencia o criminoso para os telespectadores, enquanto os policiais seguram o
rosto do criminoso para o cinegrafista fazer imagens para o telejornal.
Que as
penas sejam moderadas e proporcionais aos direitos, que a morte só seja
imputada contra os culpados assassinos, e sejam abolidos os suplícios que
revoltam a humanidade (SELLIGMAN; DESJARDIN 1983 apud FOUCAULT, 1997, p. 71).
Para
vigiar os condenados foi desenvolvida a arquitetura panóptica, em forma
circular, com uma torre central mais elevada, onde os prisioneiros tinham a
sensação de serem constantemente vigiados; o que, em tese, poderia mudar a
forma de agir. Também foi elaborado um conhecimento prisional disciplinar muito
rígido, onde os guardiões deviam passar um ar de superioridade, como pessoas
que deviam domesticar pessoas inferiores. Estes guardiões deviam denunciar
constantemente os menores atos considerados errados dos prisioneiros. Isso era
considerado uma pedagogia moderna de reeducação para desviantes. Os normais
eram classificados segundo atribuições externas dos padrões culturais vigentes,
geralmente abrangia pessoas nobres que tiveram acesso a uma disciplina baseada
nos conceitos rígidos da vida no quartel. Essas características eram
consideradas importantes para a vida social, principalmente à capacidade de se
enquadrar aos desígnios da corte, que dirigia a sociedade, como quem conduz
soldados à guerra ou a paz, assim só os preparados estariam aptos à
sobrevivência.
Os
sinais para reconhecer os mais idôneos para esse ofício são atitude viva e
alerta, a cabeça direita, o estômago levantado, os ombros largos,os braços
longos, os dedos fortes, o ventre pequeno, as coxas grossas, as pernas finas e
os pés secos, pois o homem desse tipo não poderia deixar de ser ágil e forte:
[tornando lanceiro, o soldado] deverá ao marchar tornar a cadência do passos
para ter o máximo de graça e gravidade que for possível, pois a lança é uma
arma honrada e merece ser levada com um porte grave e audaz (FOUCAULT, 1997, p.
131).
Não
se trata simplesmente de defender bandidos, pois bandidos são considerados desviantes
que por vários motivos escolheram trilhar um caminho do não cumprimento dos
contratos sociais e perderam a liberdade. O fato é que simplesmente enjaular
pessoas que são consideradas criminosas, segundo o código penal, é o mesmo
efeito de trancar um leão raivoso em uma jaula. No novo contexto que vem
surgindo através das APAC’s (Associação de Proteção e Assistência ao Condenado),
o condenado deve ser respeitado, pois numa prisão com condições dignas, o
condenado irá enfrentar a sua consciência sem ser maltratado. É questão de
valorizar a possibilidade de resgatar o ser humano que existe no ‘bandido’.
No novo
contexto, o termo “reconhecimento” refere-se àquele passo cognitivo para que
uma consciência já constituída “idealmente” em totalidade efetua no momento em
que ela “se reconhece como si mesma em outra totalidade, em uma outra
consciência, e há de ocorrer um conflito ou uma luta nessa experiência de
reconhecer-se-no-outro, porque só através da violação recíproca de suas
pretensões subjetivas os indivíduos podem adquirir um saber sobre se o outro
também se reconhece neles como uma totalidade sendo-para-si, se ela é
reconhecida, respeitada, senão pela manifestação do agir do outro contra minha
totalidade, e ao mesmo tempo o outro tem de manifestar-se como uma totalidade,
tanto eu a ele. (HONNET, 2003, p. 63)
É
necessário vislumbrar no horizonte novas formas de resgate da consciência para
pessoas que infringiram o contrato social, porém o contrato social não pode ser
tão excludente, precisa de mais tolerância para aceitar a diversidade e as
questões subjetivas. Da forma como está posto atualmente, o código penal não
interpreta pessoas, mas uma massa carcerária, o que desumaniza a prisão.
No
ciclo usual de socializações de adultos, esperamos que a alienação e a
mortificação sejam seguidos por um novo conjunto de crenças a respeito do mundo
e uma nova maneira de conceber os eus (GOFFMAN, 2003, p. 143).
A
questão do resgate da subjetividade junto com a consciência é o processo oposto
da mortificação do eu pelo isolamento
social e pela rotina controlada do aprisionamento nas chamadas instituições
totais. A prisão não deu certo pois, os internos que se recusam a morrer em
vida desenvolvem estratégias de sobrevivência dentro das instituições para ter
o comportamento desejado pelos ‘guardiões’. Estas estratégias baseadas em
fingir o comportamento esperado acontecem junto com uma revolta interna que
voltará à sociedade em forma de violência. Quando se pensa que os encarcerados
precisam ter direitos é porque o segredo de humanizar e socializar pessoas são
tratá-las com respeito e dar-lhes dignidade na vida. A coerção física e a
violência permitida pelo Estado provocam o medo o terror que volta à sociedade
em forma de patologias psicológicas e psiquiátricas e pode provocar a ruptura,
mesmo contra a vontade dos sujeitos, do contrato social.
As
figuras criadas e forjadas pela Criminologia do sec. XIX permanecem vivas,
produzindo justificativas sempre ‘racionalizantes’ para o fenômeno do crime e
do criminoso. Os loucos, os resistentes, os ditos anormais, os delinqüentes
funcionam como guia para a catalogação, distinção e produção de subjetividades
assimiláveis pela ordem capitalista vigente e pela racionalidade penal médica
(OLIVEIRA, 2009, p. 136).
O
processo de humanização dos presídios precisa de alguma forma, afetar a
sensibilidade das autoridades do Estado e o senso comum da população. Pode ser
que para pensar em humanizar o sistema carcerário e construir novas práticas
punitivas, seja necessário desconstruir a ideologia vigente e encontrar uma
nova ordem social que não seja tão repressora. É possível e provável que essa
nova ordem tenha menos violência, pois haverá mais tolerância e menos vingança
dos marginalizados contra a sociedade.
O
princípio da finalidade da pena atribui o caráter de retribuição, mas também de
prevenção ao crime. Ora sabemos que a pena retribui com vingança e violência,
distribuindo os indivíduos pelo sistema penal. O caráter de prevenção atribuído
à mesma, uma contramotivação do comportamento criminoso é falso e danoso. A
pena de prisão não intimida e não exemplo a ser evitado. O princípio da
intimidação e do exemplo a ser evitado é falso posto que as motivações para o
delito estão distantes dos motivos que levaram à propagação e difusão ilimitada
da pena de prisão. A pena de prisão retribui o suposto mal com uma cota de mal
maior. A retribuição só é na medida em que é baseada na vingança e na reação
social e violenta ao crime. A prisão não previne o crime e não intimida a
propensão ao ato criminoso; ao contrário, estimula a violência e a
criminalidade (OLIVEIRA, 2010, p. 80).
A
sociedade precisa repensar como fazer os contraventores pagarem suas dívidas
com a lei, pois, a pena de privação de liberdade está transformando os
presídios em depósitos de seres humanos. Esses seres humanos não estão se
recuperando e voltando à sociedade piores. As penas alternativas que desafogam
as prisões e as APAC’s (Associação de Proteção e Assistência aos Condenados)
vem surgindo como novas possibilidades, mostrando que existem saídas para o
sistema penitenciário.
A
ordem burguesa, desde a revolução francesa que impôs o slogan ‘liberdade, igualdade
e fraternidade’ continua bonita, mas, impossível de se alcançar da forma como
se organiza o Estado e seus princípios. Para desconstruir essa prática seria
necessário um outro slogan, com
outras práticas.
Até mesmo
respeitáveis pensadores sugerem uma nova máxima – ‘segurança, diversidade,
solidariedade’ – em substituição à clássica ‘liberdade, igualdade, fraternidade’.
Esquecem que a diversidade e a solidariedade são conseqüência natural da
afirmação da igualdade e da fraternidade. Mas esquecem muito mais. Esquecem que
substituir a liberdade por segurança, na realidade, significa, substituir a
democracia pelo totalitarismo (KARAM, 2009, p.127).
Os
pensadores que são observadores, já perceberam que a fraternidade virá quando
não houver uma única ordem hegemônica a ser imposta, mas sim uma ordem onde
haja respeito à diversidade. A convivência respeitosa e pacífica com a
diversidade social é o caminho para a sociedade justa. Karam (2009) não reforça
o antigo trinômio da revolução francesa: igualdade, liberdade e fraternidade.
Quando o autor propõe ‘segurança, diversidade, solidariedade’ a primeira
constatação é que não existe igualdade, nunca existiu e nunca existirá, pois a
sociedade, desde os tempos mais remotos é plural. Quando a diversidade vive em
solidariedade a segurança é uma consequência natural, pois ao invés da utópica
fraternidade, haverá tolerância.
A
APAC surgiu no estado de São Paulo, na cidade de São José dos Campos, em 1972.
O Advogado e membro da pastoral carcerária, Mário Ottoboni foi o precursor. As
APACS são ONG’s que vieram para cumprir o papel que o Estado não estava dando
conta.
A APAC hoje nomeada
“Associação de Proteção e Assistência aos Condenados”, tem a finalidade de
desenvolver no presídio, uma atividade relacionada com a recuperação do preso,
suprindo a deficiência do Estado nessa área, atuando na qualidade de Órgão
Auxiliar da Justiça e da Segurança na Execução da Pena, conforme se lê em seu
Estatuto Social. Para Ottoboni (2001) a APAC protege a sociedade devolvendo ao
seu convívio apenas homens em condições de respeitá-la (COSTA, 2007, p. 6).
O método APAC é simples: além de condições
dignas de vida para o detento, é um estabelecimento autogerido pelos próprios
presos; a valorização do ser humano que existe, mesmo nos considerados
criminosos e a religião.
O método APAC,
idealizado por Ottoboni (2001), é um modelo de penitenciária que busca, segundo
sua filosofia resgatar o humano intrínseco ao criminoso. Assim, o mesmo autor
diz que o delito cometido pelo recuperando é, de certa forma, deixado do lado
de fora externo do estabelecimento e o que adentra é o homem há muito esquecido
e perdido naquele criminoso. Um dos mecanismos utilizados pelo método para
valorizar o homem encarcerado é por
meio da religião.
A religião permite,
segundo Ottoboni (2001), ao recuperando amar e ser amado pautado pela ética, o
que promove a transformação moral do recuperando, já que, “(...) não há virtude
mais santificadora, nem mais excelente que o amor de Deus,” ( OTTOBONI, 1984, p. 94) Ottoni continua dizendo
que em “(...) geral, os crimes que [os anti-sociais] cometeram na vida tiveram
origem, não na corage e na força, mas na fraqueza gerada pela falta de religião
e de Deus (...)” (OTTOBONI, 1984, p. 94). Para Ottoboni a moral é um viés da
religião, em outras palavras, na visão de Ottoboni, a religião cumpre o papel
de abastecer o sujeito criminoso de possibilidades de aprender virtudes (COSTA,
2007, p. 7).
Além da humanização das prisões de acordo com
o que é previsto na Constituição Federal a APAC respeita a liberdade religiosa,
mas para que todo o processo funcione existem 12 elementos a serem seguidos:
participação da comunidade, integração família-recuperando, trabalho
voluntariado, ajuda mútua entre os recuperandos, trabalho dentro e fora da
instituição, conquista de benef´cios por mérito, centro de integração social
(CRS), jornada de libertação com Cristo, apoio e busca religiosa, assistência
jurídica, valorização humana e assistência à saúde.
Com o método da autogestão, os recursos
físicos e a segurança são feitas pelos próprios presos, deixando de lado a
arquitetura panoptica.
A APAC, a fim de
operacionalizar o seu método, utiliza-se do Centro de Reintegração Social
(CRS), onde a vigilância é realizada pelos próprios recuperandos. Sendo assim,
o modelo de controle social criado por Bentham (2000) por meio de dispositivos,
dentro deles o olhar, pode dialogar com os princípios postulados pelo método
APAC. “No panapticon, cada um, de acordo com seu lugar, é vigiado por todos ou
por alguns outros: trata-se de um aparelho de desconfiança total e circulante,
pois não existe ponto absoluto. (FOUCAULT, 1999, p. 220). Enquanto que no
panoptico o criminoso está isolado em uma cela com uma janela de vidro e uma
luz que o aprisiona, No CRS o recuperando é sua própria janela e seus olhos são
a própria luz que demarca o espaço visível a ser ocupado. Assim o modelo de
controle estabelecido pelo método APAC condiz com as demandas do controle
contemporâneo, que se presentifica cada vez mais eficaz. Por outro lado, o
objetivo de controle do comportamento humano também “(...) pode ser criativo,
emancipador, humanizador, construtivo, aliás toda forma de humanização,
emancipação ou realização é uma prática de poder.” (BARTOLOMÉ, 2006, p. 56)
(COSTA, 2007, p. 8).
Então
é possível resgatar seres humanos e promover a inclusão social com consciência,
a APAC já conquistou reconhecimento internacional devido ao alto índice de
sucesso. Infelizmente ainda não é uma realidade aceita por todas as
autoridades, mesmo sabendo que o modelo tradicional está falido.
Nesse sentido, o
trabalho realizado pelos recuperandos dentro do CRS almeja a autogestão e
auto-análise por meio de atividades idealizadas por Ottoboni (2001), como
oração da manhã, alfabetização (opcional), aulas de valorização humana,
laborterapia, reuniões semanais do CSS, dentre outras atividades.
Hoje, segundo
Superior Tribunal de Justiça – STJ (2002), se tem mais de cem unidades pelo
Brasil e em diversos países do mundo, tais como Canadá, Argentina, Estados
Unidos dentre outros. O STJ (2002) e Alves (2005) dizem que o índice de
recuperação dos que se submete ao método APAC é de 91%. Já nos modelos
tradicionais o índice é de 15% de recuperação. E segundo o STJ (2002), nunca
foi registrada nenhuma rebelião nos presídios adotantes do método APAC. (COSTA,
2007, p. 10).
Diante do exposto resta a reflexão: Por que o
método APAC não vira regra ao invés de exceção? Segundo Arbex Jr. (2001), vivemos
numa sociedade de consumo, no mundo contemporâneo não existem tantas guerras
ideológicas quanto na época da guerra fria. Quem dita o comportamento e a moda
são os meios de comunicação de massa, mesmo já existindo internet. Os meios de
comunicação estão a serviço da indústria que pagam altas quantias para
veicularem seus comerciais e fazer a roda da economia rodar. A maioria das
pessoas não querem ficar fora da moda, por isso os movimentos sociais e
políticos estão tão desarticulados e criminalizados. Quem tem coragem de ir
contra o senso comum e ser ridicularizado? Essa é a espiral do silêncio, uma
teoria da comunicação que pretende explicar como a ideologia dominante se
estabelece.
A idéia de espiral
visa explicitar a dimensão cíclica e progressiva dessa tendência ao silêncio.
Quanto mais uma opinião for dominada dentro de um universo social dado, maior
erá a tendência a que ela não seja manifestada. Imagine a seguinte situação: os
meios de comunicação, diante de um escândalo político, impõe uma imagem
desfavorável de seu protagonista. Essa opinião, imposta pelos meios de difusão,
será dominante no universo social consumidor dos produtos desses meios. Isso
não impede que hajam, nesse universo, vozes discordantes. Elas serão
minoritárias. Haverá portanto, uma tendência, no seio desse grupo minoritário,
ao silêncio. Quando parte desse grupo se cala, a opinião discordante, que já
era minoria, se torna ainda mais minoritária. Nesse momento, a tendência ao
silêncio ainda será maior. O número de silentes será portanto, maior, fazendo
com que a opinião se torne ainda mais minoritária. Aqueles que ainda
persistirem exprimindo-se favoravelmente ao político terão de suportar um ônus
social crescente em suas tomadas de posição. Estarão progressivamente isolados.
Não encontrarão quem lhes dê apoio (BARROS FILHO, 2003, p. 209).
Assim, segundo Arbex Jr. (2001), a mesma
mídia que criminaliza o MST, impede que fatos que poderiam ser discutidos por
mais de dois pontos de vista (maniqueísmo), sejam esclarecidos. Dessa forma
fica difícil construir uma sociedade mais justa onde haja mais cidadãos que
consumidores. Inclusive, segundo o Código Penal, o crime contra o patrimônio é
pior que o crime contra a vida.
3.1.
SHOWRNALISMO
E ÉTICA NO JORNALISMO
Para
entender a imprensa é preciso entender a lógica empresarial. A imprensa são
organizações que fazem da notícia um produto em busca do lucro (MEDINA, 2000).
A notícia como um produto a ser vendido é um fato trabalhado, seja na mídia
impressa, seja na televisiva. Para despertar interesse precisa de uma dose de
sensacionalismo para atrair a atenção. E como a imprensa visa lucro, nem sempre
pode-se falar mal do governo e de seus interesses, pois os governos são os
maiores anunciantes. Então, imprensa e governo estão praticamente juntos nos mesmos
interesses. Como se não bastasse a não isenção do telejornalismo, os âncoras
viraram celebridades a serem imitadas no modo de vestir e na associação que é
feita entre os comerciais e a fala do âncora.
O fim
da fronteira entre informação e entretenimento obrigou o telejornalismo a se
adaptar ao ritmo das mensagens publicitárias: ninguém que tenha acabado de
passar pelo impacto visual proporcionado pelas mensagens da Coca-Cola ou
Marlboro suportaria uma sequência longa (mais do que trinta segundos) ou densa
sobre algum evento. As notícias são apresentadas por belas mulheres, oi por
“âncoras” que funcionam como showmen, não tendo importância o fato de eles
saberem ou não de que trata a notícia lida no teleprompter.
Mesmo –
ou, talvez, principalmente – o comportamento de um político candidato a um
cargo eletivo deve espelhar-se no de celebridades (incluindo aparência e
gesticulação, o estilo do discurso), de tal forma que o candidato seja
percebido como parte de um mundo espetacular (ARBEX JR., 2001, p. 52).
Com
o discurso de defender a liberdade de imprensa, o que se defende são os
interesses das instituições e de seus anunciantes. Isto pode ser chamado de
liberdade de empresa. E o showrnalismo não é apenas o jornalismo tendencioso à
busca de audiência e anunciantes, é toda uma rede de produtos midiáticos que
ajuda a construir o imaginário social e cultural da população. As novelas são
os principais ‘vendedores de comportamentos e padrões.
Há uma
elevada dose de narcisismo nesses processos de identificação. Mesmo
inconscientemente, escolho os aspectos que merecem ser iluminados na composição
de tal ou qual personagem, os aspectos que melhor me descrevam para mim mesmo e
para os outros de acordo com aquilo que penso ao meu respeito. Ou, ao contrário,
escolho a figura que deve ser odiada por se opor à minha imagem ideal. Projeto
minha imagem ideal naquelas com quem me identifico, e os meus problemas, minha
sombra, a área “escura” de minha vida eu jogo na lata do lixo. No ato de
participar intensamente da trama da telenovela, perde-se a consciência que tudo
não passa de fantasia. Os telespectadores depositam nas criações de telenovela
expectativas que transcendem o mundo do faz-de-conta, como se as imagens
correspondessem a pessoas vivas, de carne e osso. ( ARBEX JR., 2001, p. 47).
Com
esse jogo de se criar o imaginário popular, do que é certo, do que é bom e
vice-versa entra em questão a ética. O que é tico na sociedade do espetáculo,
onde a felicidade vem do ter e não do ser? O certo é ser consumidor e não
cidadão de direitos e deveres. Segundo Arbex Jr. (2001) o telejornal funciona
como um filtro social do que é aceito ou não socialmente, é uma forma de
construção do imaginário social por uma forma sensacionalista e denuncista. As
telenovelas tem a mesma função dos telejornais, construir e reforçar o
imaginário social de uma forma mais leve, muitas vezes com humor. A telenovela
da suporte ao telejornal e vice-versa. Com o jornalismo reforçando as
telenovelas, a muito tempo o jornalismo deixou de ser isento, mas, mesmo assim
fala-se da questão da objetividade sobre a subjetividade na interpretação dos
fatos e dos acontecimentos. Na verdade a objetividade tem a ver com o se falar
em nome das instituições e deixar o lado pessoal de fora. O jornalista
praticamente não existe.
“cultura
de simulacro”, técnicas de “construção do verossímel” e “efeito real” são
algumas das expressões usadas para denunciar a “aparência da objetividade” do
produto informativo veiculado pelos meios de comunicação. Esse tema ganha
relevo com o aumento progressivo de fatos geradores de notícia e sua
consequente tradução em reportagens, entrevistas e matérias informativas em
geral, progressão geométrica das notícias que foi denunciada e comprovada por
R. S. Wurman. Segundo os dados coletados, o número de informações disponíveis
duplica a cada cinco anos. Conforme explica o autor, um exemplar ordinário do New York Times contém mais informações
do que qualquer inglês do século XVII adiquiriria em toda sua vida. (BARROS FILHO,
2003, p. 63).
Mesmo
com a ética de falar pelos interesses das instituições e das instituições
parceiras como governo e anunciantes. O telespectador pode formar sua própria
opinião, ser seletivo. Não se pode subestimar a capacidade do telespectador,
pois existem outras fontes, que não apenas os meios de comunicação de massa
para formar a opinião. O expectador não é nem autista e nem mongoloide, ele se
comunica com outras instituições sociais e com outras pessoas.
O
psicólogo social Raymond Bauer foi o primeiro a falar em “audiência obstinada”,
que, mais tarde, por um eufemismo, passou a ser denominada “audiência ativa”,
com preocupações claramente ideológicas de valorização do indivíduo (central
das democracias liberais), do cidadão racional, livre, independente e,
portanto, capaz de decidir sobre seus rumos, destinos e comportamentos. A
audiência ativa seria composta por receptores “cognitiva e afetivamente
envolvidos pelo conteúdo consumido e cpazes de limitar intencionalmente os
efeitos da mídia sobre eles (BARROS FILHO, 2002, p. 124)
Mesmo
com aparente contradição, é muito difícil estabelecer vínculos com a verdadeira
realidade. A ética das instituições é o lucro e a sociedade do espetáculo
funciona com um bombardeamento de informações, às vezes travestidas de
jornalismo, às vezes travestidas de entretenimento.
3.2.
A
HUMANIZAÇÃO E A INCLUSÃO POSSÍVEL EM OUTROS SEGMENTOS SOCIAIS
Mesmo
que o presente trabalho seja voltado para mostrar a possibilidade de um sistema
carcerário mais humanizado e a possibilidade de inclusão social dos egressos, é
preciso entender o processo de transformação social na garantia de direitos.
Presos também tem direitos, preconizados na Constituição Federal e na
legislação internacional dos Direitos Humanos. A sociedade tem muitos segmentos
e o sucesso em um segmento serve de exemplo para outro segmento social, tanto
para fazer um estudo comparativo, quanto para se espelhar. O processo de
transportar conhecimento de um segmento para outro se chama transducção, por
isso o exemplos dos direitos das crianças e adolescentes e dos idosos foi
demonstrado neste trabalho. Vários segmentos sociais lutam por seus direitos,
mas ao mesmo tempo dialogam entre si para aprender um com o outro.
O
conhecimento que ajudou e ainda ajuda nas conquistas trabalhistas, a questão de
salubridade no ambiente de trabalho e a inclusão de deficientes, também foi
acrescentada, pois o adoecimento mental pode ser comparado a revolta que leva
os indivíduos a romperem o contrato social e praticar o crime. São duas formas
de manifestação diante da precariedade social. A inclusão social dos
deficientes no mundo do trabalho não foi esquecida, afinal, falar sobre o
sistema prisional é falar de seres humanos e quanto mais possibilidades forem
apuradas, mais chance se terá na construção de um sistema carcerário
humanizado.
A
organização social se dá por meio de ideologias, o poder se estabelece a partir
de uma ideologia dominante, chamada de hegemônica. Quando a hegemonia se
estabelece, as relações sociais ficam reduzidas, num modo simplista, em:
dominados, dominante e excluídos. A humanização da sociedade se dá em processos
de lutas políticas, onde são conquistados direitos para as chamadas minorias.
Um exemplo didático que ajuda a entender melhor são as conquistas dos idosos e
das crianças em seus respectivos estatutos; o do idoso e o da criança e
adolescente.
Os idosos
foram conquistando direitos políticos baseados nos militantes dos direitos
humanos, que a partir de constatações, estabeleceram um plano de enfrentamento
à violência contra a pessoa idosa.
Passados
20 anos da realização da I Assembleia Mundial do Envelhecimento, a Organização
das nações Unidas (ONU) realizou, de 08 a 12 de abril de 2002, em Madri, a II
Assembleia Mundial do Envelhecimento, na qual foi aprovado o Plano
Internacional sobre o Envelhecimento 2002. Tanto no primeiro como no segundo
evento foi destacada como prioritária a aplicação da Declaração Universal dos
Direitos Humanos, assim como a necessidade de inclusão do idoso na vida social,
cultural, econômica e política das sociedades (BRASIL, 2007, p.68).
O
movimento em defesa pelos direitos humanos defendeu os idosos por vários
motivos. A violência psicológica e física foram os principais itens, mas que se
forem desenvolvidos, pode-se ver que o assunto é abrangente. A primeira violência
é o descarte do idoso, tanto da vida em sociedade, quanto do direito à renda.
Depois de trabalhar bastante, dar tudo de bom para a família, o idoso é simplesmente aposentado, afastando-se do
trabalho e passa a receber da previdência social a remuneração para a
sobrevivência, sendo que este pecúlio só diminui, devido ao deflator
previdenciário, que leva o idoso a um sentimento de inutilidade e,
consequentemente, a ficar mais debilitado ainda, podendo ocorrer até mesmo o suicídio.
Mais
a frente, aprofundando a análise, pode-se ver que devido a necessidade de
sobrevivência, o idoso, chega a ficar para escanteio e se torna vítima da
violência familiar. A violência familiar acontece tanto por considerar o idoso
um estorvo a ser carregado; pode ser também por vingança de familiares
desafetos, como filhos maltratados; ou por exploração financeira de familiares
que não tem renda.
Quando
vítimas de maus tratos praticados pelos familiares, os idosos, e mais
especialmente as idosas, em virtude de sua fragilidade física e emocional,
temem denunciar os seus agressores por medo de sofrer represálias e também em
virtude de, muitas vezes, alimentarem sentimento de afeto em relação aos seus
algozes (BRASIL, 2007, p. 69)
Para
evitar que as várias formas de violência contra as pessoas idosas seja
banalizada na sociedade, torna-se essencial desencadear um processo sólido de
informações sobre os direitos desse segmento, bem como o desenvolvimento de
ações simples e consistentes, comprometendo, dessa forma, efetivamente, as comunidades
e o Estado a prevenirem e enfrentarem todo e qualquer tipo de violência
praticada contra as pessoas de idade avançada (BRASIL, 2007, p. 70).
A
partir das análises no campo da violência na terceira idade, foi elaborado o
Estatuto do Idoso, e as ações estratégicas para incluir o idoso na vida social
como um ser humano merecedor de respeito e de uma vida digna, provando que a
sociedade pode ser uma invenção coletiva onde haja espaço para todos.
Quanto
as crianças e os adolescentes, o (ECA) Estatuto da Criança e do Adolescente
também é uma grande conquista, que mesmo sofrendo muitas críticas tem sido de
grande relevância. As crianças que nascem em condições de vulnerabilidade podem
sofrer vários tipos de violência que ficam marcados para sempre em suas
memórias, como um trauma que as paralisará para o resto de suas vidas. A
criança, simplesmente por ser criança e não ter maturidade suficiente para
entender, pode num depoimento à polícia, fantasiar ou mentir. Essa forma de
agir é uma proteção inconsciente para não reviver a situação traumática, que
lhe trará muito sofrimento, ou para se proteger dos maus tratos, em casa, do
familiar que o agrediu. Para evitar que a criança tenha um sofrimento duplo,
foi desenvolvido a técnica do depoimento sem dano, onde, ao invés da criança
ser inquirida por um juiz, terá uma conversa mais humanizada com uma psicóloga
ou uma assistente social.
Preocupam-nos
os efeitos de uma intervenção isolada nas crianças e nos adolescentes que além
de não possibilitar a escuta, não comtempla preparação, avaliação anterior e, o
que é mais grave do ponto de vista do interesse maior da criança, não prevê
acompanhamento posterior. Tratando-se de situações nas quais as consequências
de uma punição e o afastamento do convívio com pessoas com quem as supostas
vítimas mantém vinculação afetiva são marcantes para o funcionamento familiar,
é inaceitável, não se prever o acompanhamento do caso (SILVA, 2009, p. 21).
Essa
análise é uma argumentação baseada em fatos da realidade para construir uma
política de novas formas de abordar as crianças e os que cometeram crimes
contra elas. Não adianta simplesmente criminalizar e prender o transgressor tem
que proteger a criança de novos traumas e acolhê-las em um espaço seguro de
futuras agressões.
Nas
relações de trabalhos é muito importante observar a transformação para as
conquistas de direitos e a transformação para o bem estar social. Armas que
devem ser usadas para transformação. Hoje o patrão não pode só pensar em lucro.
Os trabalhadores precisam estar satisfeitos com o trabalho e trabalhar com boas
condições para se manter satisfeito, saudável e produtivo. As empresas também
não podem pensar só em lucrar. Hoje os empresários tem que pensar em contra
partida social, a empresa lucra, mas tem que passar a imagem de empresa
responsável socialmente em algum setor. Para implantar essa integração entre
trabalho, sociedade e qualidade de vida, surgiram profissionais da área, como
os profissionais que trabalham com comunicação institucional, e a psicologia
organizacional, que fazem o método de integração construir empresas com
funcionários saudáveis e sociedade que se beneficia do trabalho lucrativo
dessas organizações.
As
ações der desenvolvimento e promoção de pessoas por vezes são associadas apenas
à submissão ao Capital, nega-se a mediação promovida pela psicologia em prol
das relações sudáveis de trabalho, inclusive de reflexões sobre a relação
trabalho / trabalhador / gestor / política pública (MOTTA, 2010, p. 25)
É
importante ressaltar, pois, a construção do compromisso social do psicólogo
organizacional e do trabalho diretamente relacionado à sua visão das
organizações como um núcleo social relevante no processo da construção da
subjetividade humana; à análise da relação do homem com o trabalho, em suas
especificidades das atividades profissionais, nos aspectos objetivos e da
subjetividade do trabalhador na produção de saúde doença, bem como das
possibilidades de intervenção da psicologia em prol de uma real qualidade de
vida, ações que já se encontram incorporadas ás práticas de diversos colegas
(MOTTA, 2010, p. 26).
Além
de preocupar com o lucro, o capital, os resultados, os gestores precisam
entender a individualidade dos trabalhadores, para respeitar a cultura familiar
e regional, permitindo um processo social em que organização e sociedade ganhem
ao mesmo tempo. Então, o mundo do trabalho passou a exigir transformação no
trato com as pessoas e com a sociedade para ter aprovação e sobreviver diante
das críticas. Humanização não é só uma questão de conquistas de direitos
políticos, é também uma questão de saúde das organizações públicas, privadas e
estatais.
Nesse
processo de humanização que tanto as organizações precisam da imagem
institucional junto à sociedade, surgiu a possibilidade de trabalho para os
considerados inaptos, os deficientes.
A
discussão sobre a inclusão de pessoas com deficiência no ambiente do trabalho é
algo bem recente se levarmos em conta, na linha do tempo, as dificuldades
históricas que essas pessoas vivenciaram. A exclusão nos ambientes de trabalho
sempre foi fundamentada na incapacidade, mas os reabilitados, por mais que
queiram um retorno às atividades de trabalho, esbarram na visão reducionista e
incapacitante, gerando preconceito e desrespeito aos direitos desses
profissionais, classificando-os como “deficientes” (REIS, 2010, p.69).
Assim
como a inclusão de deficientes está virando realidade, pois, uma nova forma de
ver o ser humano de uma forma mais complexa e de possibilidades está se
desenvolvendo. A inclusão de pessoas que cometeram crimes poderá se tornar
realidade, pois, pagar pelo erro é justo, mas até o momento em que se tome
consciência para não repetir. Quando o castigo se torna tão cruel, ao invés de
minimizar o mal estar social, o mal vai sempre se multiplicando.
Não
adianta tentar fugir da humanização, tanto o castigo, quanto o estresse, quanto
o mal estar mental são gatilhos para a ruptura. Se a sociedade não se organizar
nas saudáveis relações com os seres humanos, a humanidade vai padecer. O crime
é apenas uma forma de significar este mal estar social.
Os
transtornos mentais podem ser provocados, desencadeados ou agravados por
doenças já estabelecidas e/ou por situações de trabalho latentes ou manifestas.
A contribuição do trabalho para a alteração da saúde mental das pessoas dá-se a
partir de ampla gama de aspectos: desde fatores pontuais, como a exposição a
determinados agentes tóxicos, até a complexa articulação de fatores relativos à
organização do trabalho, como a divisão e parcelamento das tarefas, as
políticas de gerenciamento das pessoas, assédio moral e a estrutura hierárquica
organizacional. Os transtornos mentais e do comportamento relacionados ao
trabalho resultam, assim, não de fatores isolados, mas de contextos de trabalho
em interações dinâmicas entre o corpo e o aparato psíquico do trabalhador
(MACHADO, 2010, p. 55)
Acordando
para essa realidade, algumas organizações estão gerenciando pessoas e não
apenas o capital, pois, o capital será a consequência de pessoas satisfeitas
dentro do universo do trabalho.
O
processo do estresse no trabalho, apesar de diversos estudos estarem sendo
desenvolvidos na busca de estabelecer o nexo causal entre trabalho – estresse –
saúde, tem recebido uma atenção ainda parcial por parte das organizações,
empresários e trabalhadores; porém é um risco real que tem raízes profundas no
local de trabalho, sendo necessário apresentar medidas preventivas para evitar
que atinja níveis prejudiciais à saúde e segurança dos trabalhadores (FERREIRA,
2010, p. 61).
Detectando
esses estressores, as organizações defendem os próprios interesses ao mesmo
tempo em que reparte o pão com a contrapartida social. Sempre haverá uma
oportunidade e um caminho para estar sempre construindo uma sociedade mais saudável,
com menos níveis de estresse e de intolerância.
Diante
de todo esse conhecimento ainda assiste-se todos os dias as mazelas sociais
noticiadas nos telejornais de uma forma maniqueísta, dicotomizada entre o lado
do bem e o lado do mal. A realidade é mais complexa, mas a rapidez da
informação não permite o aprofundamento nas questões (ARBEX JR., 2001). Algo
que poderia ajudar a explicar a falta de uma reflexão produtiva para encontrar
a raiz dos males sociais e a solução melhor seria a teoria do agenda setting. Nessa teroria a mídia,
através de sua programção ajuda a definir no que devemos pensar e discutir no
círculo social.
As
pessoas agendam seus assuntos e suas conversas em função do que a mídia
veicula. É o que sustenta a hipótese do agenda
setting. Trata-se de uma das formas possíveis de incidência da mídia sobre
o público. É um tipo de efeito social da mídia. É a hipótese segundo a qual a
mídia, pela seleção, disposição e incidência de suas notícias, vem determinar
os temas sobre os quais o público falará e discutirá.
A
mídia, ao nos impor um menu seletivo de informações como sendo “o que
aconteceu”, impede que outros temas sejam conhecidos e, portanto, comentados.
Ao decretar seu desconhecimento pela sociedade, condena-os à inexistência
social. Nesse sentido, o menu da mídia, é o que apresenta maior incidência nas
comunicações interpessoais. Algumas nuances, no entanto, parecem fundamentais
(BARROS FILHO, 2003, p. 170).
Assim
tem-se uma explicação aproximada, porque é difícil mudar o status quo. Os setores dominantes que estão aliados lucram muito
com as mazelas humanas e sociais e vão permitir a mudança se for economicamente
viável e lucrativo.
3.3.
TÉCNICAS
E LINGUAGENS DE DOCUMENTÁRIOS
Antes
de se entender o que é e como se faz um documentário é preciso refletir sobre o
cinema e o jornalismo. Não basta uma
câmera na mão e uma idéia. O cinema mais comercial, como os hollywoodianos,
narram histórias com início, meio (ápice) e fim (conclusão). Segundo Nichols
(2005), o jornalismo na sua forma mais conhecida, descreve num recorte
minúsculo da realidade, os fatos sem uma análise profunda, multifocal, ou seja,
sem a análise de mais variáveis que tratam sobre o mesmo assunto de ângulos
diferentes. Já o documentário pode ser construído, de diversas formas para
fomentar recortes diversificados da mesma realidade e levar o espectador a ter
uma análise mais profunda do tema ou com uma análise mais sistematizada, do que
a proposta que é apresenta pelo jornalismo.
Literalmente,
os documentários dão-nos a capacidade de ver questões oportunas que necessitam
de atenção. Vemos visões (fílmicas) do mundo. Essas visões colocam diante de
nós questões sociais e atualidades, problemas recorrentes e soluções possíveis.
O vínculo entre o documentário e o espectador deve acrescentar uma nova
dimensão à memória popular e a história social. (NICHOLS, 2005, p.27)
Aprofundando
um pouco mais na formatação dos documentários, pode-se dizer que existem três
formas básicas: o documentário clássico, o documentário observativo e o
documentário participativo.
O
videodocumentário clássico é a linguagem que a maioria das TV’s abertas
utiliza, ou seja, trabalha um tema a partir de imagens e para reforçar a
persuasão do tema, é inserida a chamada “Voz de Deus”, que é a voz em off do narrador,
que soa de forma que tudo o que diz representa a verdade. Não provoca conflitos
de diferentes formas de interpretar o mesmo assunto, uma vez que defende o ponto de vista hegemônico do
diretor. “Falcão; Meninos do Tráfico”, de MV Bill retrata a falta de opção das
crianças que ingressam cedo no tráfico de drogas para ajudar a família e para
conseguirem bens materiais. Neste documentário existem muitos depoimentos e
imagens de violência, este documentário se enquadra na forma de documentário
clássico. “Invisíveis pelo Silêncio” de Hellen Baesse, jornalista graduada na
Faculdade Estácio de Sá de Belo Horizonte, é um retrato da exclusão pela mídia
televisiva em relação a não integrar os deficientes auditivos como espectadores
em potencial. Para construção do documentário os próprios deficientes deram
depoimentos sobre o drama em que vivem e autoridades da mídia concederam
depoimentos técnicos. Este documentário exemplifica o modelo clássico.
O
videodocumentário observativo utiliza um tipo de linguagem na qual o diretor
fará o recorte para edição depois de ter gravado as imagens e os sons da forma
mais natural possível, ou seja, uma câmera
filmando todos os acontecimentos sem intervenção de um narrador,
diferente daquilo que é apresentado no modelo clássico. O diretor do
documentário observativo entende que o espectador é o observador ideal. A
linguagem é a mais imparcial possível uma vez que o espectador deve
interpretar. “Justiça”; de Maria Augusta Ramos, mostra a ineficiência do
sistema judiciário, para com os pobres, utilizando a linguagem do documentário
observativo. Para fazer o documentário, a diretora conseguiu autorização para
deixar câmeras em ângulos diferentes durante o horário de funcionamento do
tribunal, nas salas em que os réus eram julgados. O olhar da diretora se faz
somente durante a edição das cenas.
O
videodocumentário participativo é aquele em que existe a intervenção do
cineasta da forma mais natural possível, interagindo com o objeto do tema
tratado. Diferente da voz em off imparcial do documentário clássico, no
documentário participativo existe uma conversa informal com o entrevistado, em
que a subjetividade do cineasta assume papel de condutor do tema tratado.
“Entreatos”; de João Moreira Salles, apresenta os bastidores da campanha de
Lula a presidente. A ideia do diretor era registrar a vida do candidato em
tarefas corriqueiras de uma pessoa comum e no trabalho junto com o publicitário
Duda Mendonça, na corrida presidencial. Tudo foi gravado para mostrar Lula como
ele é. Este documentário é um exemplo da linguagem participativa. Esta forma de
trabalhar ajuda no processo de subjetivação do cineasta no processo de
edição. “Jogo de Cena”; de Eduardo
Coutinho, é um documentário participativo, pois existe a interação do diretor
com os personagens da vida real e com os atores. Em um teatro, os personagens
da vida real sentam-se em uma cadeira e contam uma parte de suas histórias ao
documentarista que também participa da cena. Em outros momentos, a mesma
história contada pelos personagens, é interpretada por atores profissionais
como Fernanda Torres, Marília Pêra e Andréa Beltrão; o que faz esse
documentário também ser metalingüístico. “A Pessoa É Para O Que Nasce”, de
Roberto Berliner, trabalha com a intervenção do diretor e com depoimentos das
três “ceguinhas”. O documentário foi gravado no ambiente natural das
personagens retratadas. Este documentário exemplifica o modelo participativo.
Segundo
Nichols (2005), ainda existe uma quarta forma representativa da linguagem dos
documentários, é a linguagem reflexiva.
O modo
reflexivo surgiu como resposta ao ceticismo frente à possibilidade de uma
representação objetiva do mundo e procurou explicitar as convenções que regem o
processo de representação. Juntamente com o produto, os filmes reflexivos
apresentam o produtor e o processo de produção, evidenciando o caráter de
artefato do documentário. Ao invés de procurarem transmitir um “julgamento
abalizado” que parece emanar de uma agência de saber e autoridade, acionam
estratégias de distanciamento crítico do espectador e frequentemente lançam mão
da ironia, da paródia e da sátira. (DA-RIN, 2004, p.135)
Desde
a invenção do cinematógrafo pelos irmãos Lumière, o homem vem aprendendo a
fazer documentário. Filmes em geral também são documentários, pois a
manifestação de uma história ficcional com finalidade de entretenimento são
registros da imaginação de um escritor que um cineasta trabalha para
“materializar”, codificando em registros de som e imagem sincronizados, para
que seja acessível, de uma maneira mais simples, a qualquer espectador
interessado no tema. No início a exibição de filmes já era atraente quando
simplesmente se mostrava o registro de uma imagem qualquer. Com o tempo foram
evoluindo as formas de se fazer cinema. As pessoas interessadas no assunto
foram descobrindo as linguagens: a da animação, a da fotografia, a da narração
e a dos personagens, por exemplo. Hoje no mundo Hi-Tech é possível fazer um
filme inteiramente animado com personagens criados no computador. Embora o
universo digital esteja inserido no cinema, o impacto é igual ou maior do que
aquele criado nos primórdios do cinema, quando os irmãos Lumiere exibiram o
filme “A chegada do Trem à Estação”, não aconteceu, pois naquela época as
pessoas se surpreenderam e confundiram o filme com a realidade. No início do
cinema as pessoas tinham a sensação do real nas imagens, como um trem parecer
que iria ultrapassar a tela, por exemplo. Todas as descobertas e invenções, não
abalaram o poder da criatividade, da ideologia e da subjetividade do diretor.
No documentário diferentemente do cinema ficcional, a criatividade tem outro
significado. O diretor que se propõe a fazer um registro documental de
determinado tema, deseja contar uma história real, com depoimentos de focos
conflitantes e fatos que podem ser interpretados de forma diferenciada à
ideologia hegemônica, pode deflagrar sentimentos antagônicos e confusos no
espectador.
Todo o
filme é um documentário. Mesmo a mais extravagante das ficções evidencia a
cultura que produziu e reproduz a aparência das pessoas que fazem parte dela.
Na verdade, poderíamos dizer que existem dois tipos de filme: (1) documentários
de satisfação de desejos e (2) documentários de representação social.
Os
documentários de satisfação de desejos são os que normalmente chamamos de
ficção. Esses filmes expressam de forma tangível nossos desejos e sonhos,
nossos pesadelos e terrores. Tornam concretos - visíveis e audíveis – os frutos
da imaginação. Expressam aquilo que desejamos, ou tememos, que a realidade seja
ou possa vir a ser. Tais filmes transmitem verdades, se assim quisermos. São
filmes cujas verdades, cujas idéias e pontos de vista podemos adotar como
nossos ou rejeitar. Oferecem–nos mundos a serem explorados e contemplados; ou
podemos simplesmente nos deliciar como prazer de passar do mundo que nos cerca
para esses outros mundos de possibilidades infinitas. (NICHOLS, 2005, p.26)
Um
tema social de alta relevância para o aprimoramento das relações e do bem estar
coletivo merece certa atenção dos cineastas que se propõem a trabalhar com
documentários. Temas de alta relevância social podem promover o confronto de
idéias e até a reflexão mais profunda. O documentário de representação social,
independente do estilo de documentário é quase sempre documentário reflexivo
como propunha Nichols (2005). Como documentário reflexivo, os documentários de
representação social ajudam na construção e elaboração de graves problemas
sociais a partir do confronto de idéias que leva o espectador a visualizar além
do até então proposto. Segundo Nichols (2005), quando o cineasta tratar o tema
como uma verdade sem questionamento, o documentário vai se tornar um cinema
ideológico.
Os
documentários de representação social são o que normalmente chamamos de
não-ficção. Esses filmes representam de forma tangível aspectos de um mundo que
já ocupamos e compartilhamos. Tornam visível e audível, de maneira distinta, a
matéria de que é feita a realidade social, de acordo com a seleção e a
organização realizadas pelo cineasta. Expressam compreensão sobre o que a
realidade, foi é e o que poderá vir a ser. Esses filmes também transmitem
verdades, se assim quisermos, precisamos avaliar sãs reivindicações e
afirmações, seus pontos de vista e argumentos relativos ao mundo como o
conhecemos, e decidir se merece que acreditem neles. Os documentários de
representação social proporcionam novas visões de um mundo comum, para que as
exploremos e compreendamos. (NICHOLS, 2005, p.26 – 27)
Os
documentários mostram aspectos ou representações auditivas e visuais de uma
parte do mundo histórico. Eles significam ou representam os pontos de vista de
indivíduos, grupos e instituições. Também fazem representações, elaboram
argumentos ou formulam suas próprias estratégias persuasivas, visando
convencer-nos a aceitar suas opiniões. Quanto desses aspectos da representação
entra em cena varia de filme para filme, mas a ideia de representação é
fundamental para o documentário. (NICHOLS, 2005, p.30)
Para
se fazer cinema é necessário um roteiro, todo o equipamento técnico e atores
que desempenhem uma performance teatral brilhante com relação ao personagem. No
documentário, o desafio do diretor é diferente. Os “personagens” da vida real,
por saberem que estão sendo filmados, podem ter uma tendência histérica de
tentar passar para as câmeras algo artificial, uma realidade construída. Ao
mesmo tempo em que o diretor deve ter consciência dessa questão para não
“sujar” o tema, precisa também manifestar de forma afetuosa o respeito aos
participantes do documentário. As duas questões citadas são de magnânima
importância na questão ética: ideológica e dos relacionamentos.
O
direito do diretor a uma performance é um “direito” que se exercido, ameaça a
atmosfera de autenticidade que cerca o ator social. O grau de mudança de comportamento
e personalidade nas pessoas, durante a filmagem, pode introduzir um elemento de
ficção no processo do documentário (a raiz do significado de ficção é fazer ou
fabricar). Inibição e modificação de comportamento podem se tomar uma forma de
deturpação, ou distorção, em um sentido, mas também documentam como o ato de
filmar altera a realidade que pretende representar. (NICHOLS, 2005, p.31)
A ética
existe para regular a conduta dos grupos nos assuntos em que regras
inflexíveis, ou leis, não bastam. Devemos dizer as pessoas filmadas por nós que
elas correm o risco de fazer papel de bobas ou que haverá muitos que julgarão
sua conduta de maneira negativa? (NICHOLS, 2005, p.35)
A
imparcialidade para narrar uma história não ficcional é a grande questão a ser
elaborada pelo cineasta. Registrar para um suporte de áudio e vídeo o que se vê
e que pode ser abordado por especialistas como um embate ideológico, não nos dá
a garantia de quem é realmente o mais apto a representar o ponto de vista da
realidade absoluta. O compromisso do cineasta de documentário é conseguir
registrar os depoimentos, o momento e fracionar o recorte com análises
diferenciadas em contraponto. O espectador interessado no tema poderá fazer uma
apreciação mais ampla de um assunto que mereceu o olhar especulativo de um
cineasta.
Todas
essas questões apontam para os efeitos imprevisíveis que um documentário pode
ter sobre os que estão representados nele. As considerações éticas tentam
minimizar os efeitos prejudiciais. A ética torna-se uma medida de como as
negociações sobre a natureza da relação entre o cineasta e seu tema têm consequências
tanto para aqueles que estão representados no filme como para os espectadores.
Os cineastas que têm a intenção de representar que não conhecem, mas que tipificam
ou detêm um conhecimento especial de um problema ou assunto de interesse,
correm o risco de explorá-las. Os cineastas que escolhem observar os outros,
sem intervir abertamente em suas atividades, correm o risco de alterar
comportamentos e acontecimentos e de serem questionados sobre sua própria
sensibilidade. Os cineastas enfrentam o desafio de representar de maneira
responsável os pontos comuns, mesmo que isso signifique sacrificar a própria
opinião em favor dos outros. (NICHOLS, 2005, p.36)
Um
teste decisivo comum a todos essas questões éticas é o principio do
“consentimento informado”. Esse princípio, fortemente embasado na antropologia,
na sociologia, na experimentação médica e em outros campos, afirma que se deve
falar aos participantes de um estudo das possíveis consequências de sua
participação. (NICHOLS, 2005, p.37)
As
diferentes formas de se fazer documentário classificada por Bill Nichols são
como se fossem diferentes formas para se contar uma história. Essas
classificações não são completamente redondas e podem se misturar. Com o norte
que essas classificações proporcionam o importante é ter um bom tema e tentar
construir ou utilizar uma linguagem clara.
4.
METODOLOGIA
Após
estudo sistematizado sobre a força da comunicação para construir a ideologia do
encarceramento de seres humanos e as consequências sociais danosas do sistema
carcerário para os sujeitos e para a sociedade, o trabalho entrou numa segunda
fase de coleta de depoimentos de familiares de egressos de presídios e ex-detentos.
Também foram coletados depoimentos de políticos, psicólogos e advogados
criminalistas, além de profissionais da imprensa que acreditam no resgate da
pessoa que cometeu um crime de uma forma mais humanizada, tanto para o
indivíduo quanto para a família. Todo esse processo culminou no vídeo
documentário ‘Segredo Simples’ que é um projeto de experimentação de linguagem
para a conclusão do curso de jornalismo.
4.1.
RELATÓRIO
SOBRE O VIDEODOCUMENTÁRIO
Como
o documentário proposto tem o objetivo de ajudar a Associação dos Amigos e
Familiares de Pessoas em Privação de Liberdade (GAFPPL), foi contactado a
presidente do Grupo, Dona Tereza. A partir daí, o pesquisador participou de um
evento sobre a desconstrução das práticas punitivas e começou a estabelecer
contato para saber quem seriam os possíveis entrevistados para o vídeo
documentário. Depois de algumas reuniões do grupo no Conselho Regional de
Psicologia, o pesquisador ficou conhecendo a advogada Fernanda Vieira que falou
bastante sobre a luta da associação. Apenas quase um mês e meio depois conseguiu-se
reunir com o grupo e estabelecer as pessoas que deveriam dar depoimentos. A
preocupação do grupo era evitar que os participantes do documentário fossem
‘figurinhas repetidas’, para dar um ar de algo inédito sem ser cansativo, pois,
eles já tinham alguns documentários sobre a revista vexatória de visitantes nos
presídios.
Estabelecido
os contatos comecei a ir atrás das pessoas. Decidi iniciar pelos parlamentares
e liguei para do deputado estadual Durval Ângelo e para o vereador Daniel
Nepomuceno. No meio do caminho, enquanto fazia os contatos, tentei arranjar uma
verba para pagar um cinegrafista para ir comigo às gravações para que eu
pudesse me concentrar apenas no tema e deixasse a questão técnica como uma
preocupação a menos. Meus pais se dispuseram a me ajudar e me deram dinheiro
para pagar R$ 30,00 por cada gravação ao cinegrafista, que foi o Thiago, antigo
companheiro de faculdade.
Diante
da dificuldade de agendar um horário com os parlamentares dei início a contatar
os outros ‘atores’ do documentário. Entrei em contato com Defensoria pública,
com a Promotoria de Justiça e com o Conselho Regional de Psicologia. Em contato
telefônico com as três instituições, mesmo já tendo o contato pré-estabelecido,
a dificuldade esbarrou na formalidade de enviar um email e aguardar resposta. O
trabalho escrito já estava pronto, depois das correções que o orientador pediu
para fazer, mas a cada dia ficava mais angustiado quanto ao prazo de entrega do
vídeo documentário. A angústia era tanta que já estava pensando em comprar o
equipamento para terminar as gravações na férias e fazer a apresentação do
trabalho no início do outro semestre.
Diante
da crise de desesperança recebo no mesmo dia do telefonema do deputado Durval
Ângelo e do vereador Daniel Nepomuceno querendo agendar o dia da gravação.
Marquei com o vereador Daniel Nepomuceno e conversei com a assessora do
deputado Durval Ângelo para encontrar um horário na agenda.
No
dia marcado para coletar o depoimento, peguei o equipamento na faculdade,
encontrei com o meu amigo Thiago. Almoçamos e fomos de metrô até a Câmara de
Vereadores e gravamos o depoimento no gabinete do vereador Daniel Nepomuceno.
Antes da gravação esclarecemos o foco do vide documentário e demos a ele um
micro roteiro para nortear a sua fala. No total o vereador falou 30 minutos.
Fomos embora, conferimos a gravação, tiramos a fita e devolvemos o equipamento
para a faculdade. O depoimento ficou muito bom e completo. O problema agora em
mente seria o que escolher de uma fala de meia hora para por no documentário.
Já
estava no fim do semestre e a parte teórica já tinha sido aprovado pelo
orientador, diante de tanta dificuldade, encerrei o semestre fazendo apenas uma
gravação, das 14 gravações previstas. Decidi encerrar as gravações para só
recomeçar no outro semestre, já que não tive tempo hábil para concluir o
trabalho. Nesse final de semestre, talvez acontecesse uma segunda gravação,
caso o Deputado Durval Ângelo entrasse em contato e agendasse um horário em seu
gabinete. O Deputado não entrou em contato e até achei melhor, decidi
descansar, fazer umas leituras extras para recomeçar os trabalhos no próximo
semestre. Como tudo tem dois lados, ser reprovado no TCC teve o lado bom, pois,
assim poderia fazer o documentário com mais tempo, já que a parte escrita tinha
sido aprovada pelo professor orientador.
Já
no ano de 2012, depois do carnaval, resolvi voltar à rotina de gravações, só
que desta vez desde o início do semestre, já que no semestre passado, estava
muito ocupado com o trabalho teórico. Na segunda-feira resolvi dar três
telefonemas, um para o deputado Durval Ângelo, um para uma promotora de justiça
e um para uma defensora pública. Achava mais importante gravar com essas
pessoas para partir para outras etapas do documentário. A defensora pública
marcou quase que de imediato e promotora de justiça me atendeu, falando do
ponto de vista dela e pedindo um material para ela pensar como poderia ajudar.
Não consegui falar com o deputado Durval Ângelo, mas falei com um de seus
assessores que ficou de agendar um horário para mim. Na sexta-feira gravei com
a defensora pública e foi tudo de bom, ela foi bem prática e muita simpática e
gentil. Antes da gravação aconteceu um imprevisto que foi um desencontro com
meu amigo que seria o cinegrafista; cansei de espera-lo e chamei outro amigo
que passava na rua que foi comigo me ajudar nas gravações. Ocorreu tudo bem e
no fim paguei a ele os R$ 30,00 que pagaria ao meu outro amigo.
Nova
segunda-feira, e volto ao telefone para tentar agendar um horário com a
promotora de justiça e com o deputado Durval Ângelo.
Fazer
um documentário é muito angustiante, pois fazer contato e aguardar a resposta e
como dar um tiro no escuro. Nessas horas é que vejo a importância da fé. A
promotora leu meu trabalho e viu meu vídeo que fiz no curso anterior. De
repente recebo duas notícias, a secretária do Durval Ângelo agenda um horário
comigo e a promotora, devido ao teor do trabalho acha melhor eu pegar o
depoimento de uma promotora especializada em direitos humanos.
Com
a perspectiva de gravar com o Durval Ângelo fiquei ansioso, peguei o
equipamento no Nucom para o dia da gravação, um pouco antes da gravação, a
secretária dele ligou para desmarcar, pois o deputado não ia chegar à tempo de
uma viagem. Angustiado, pedi a secretária para o próximo dia. A secretária fez
a proposta de eu ir ao escritório parlamentar às 14:00 hs para aguardar uma
desistência. Graças a Deus, tudo deu certo e eu relaxei. Como tudo foi
imprevisto, não tinha uma pessoa para fazer a técnica, meu pai me ajudou e foi
comigo ao escritório do deputado e fez a técnica, além de me levar de carro ao
local combinado.
Nesse
meio tempo, estava tentando marcar com uma autoridade da psicologia, entrei em
contato com o Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais, que me passou o
contato de uma professora da PUC, que tinha experiência em presídios e também
um trabalho sobre o confinamento de mulheres. Entrei em contato com essa
professora e ela se disse envergonhada para participar de documentários e me
disse que duas outras psicólogas iam entrar em contato comigo, mas não me
contataram.
Na
próxima segunda vou contatar a professora de psicologia e a promotora. É tão
angustiante fazer um documentário que fica parecendo um serial killer
sublimado; que faz uma lista e tem que ir eliminando um a um.
Ao
mesmo tempo que corria atrás dos contatos para agendar um horário, pegava as
fitas de gravação e levava ao NUCOM (núcleo de comunicação) da faculdade para
passar as fitas para DVD com time code, para que eu pudesse assistir em casa,
fazer a decupagem e escolher as cenas que iriam para o documentário. Durante
esse processo tive um problema técnico, que era uma configuração de áudio que
estava diferente e na hora de passar para o DVD, teve que reconfigurar a
máquina para o DVD aceitar com som. O processo tava muito estressante, pois
descobrir as falhas técnicas tinha que consultar várias pessoas e muitas vezes
convencer, com bastante carinho os estagiários para conseguir a cooperação
deles para que o documentário saísse.
Contatei
a professora de psicologia da PUC mais uma vez e ela foi curta e grossa dizendo
que nem ela e nem as pesquisadoras que trabalham com ela não estavam
disponíveis. Liguei para a Marisa Sanabria, vice presidente do Conselho
Regional de Psicologia de Minas Gerais e ela prontificou a me atender. Na
quarta feira, dia 21 de março, fui até a sede do CRP/MG e gravei um depoimento
de aproximadamente sete minutos.
A
gravação no Conselho Regional de Psicologia foi a quarta, a cada gravação eu me
tranquilizava, ganhava confiança e desenvolvia a criatividade para o momento da
edição, comecei a ficar satisfeito. O que pensava para a edição, ia falando com
o professor orientador que me ajudava a amadurecer mais ainda minhas propostas.
Já na quarta gravação fui sem cinegrafista, ganhei confiança e fui aprendendo a
montar o equipamento rapidamente, ao mesmo tempo em que dava atenção ao
depoente. Também aprendi a operar a máquina, fazer o enquadramento e outras
coisas mais.
Após
a última gravação tive um sentimento de relaxamento por ter cumprido parte do
trabalho que me propus a fazer, ao mesmo tempo que um sentimento de desgaste
que me levou a exaustão física. Acredito que se misturaram os meus esforços
para fazer o documentário, junto com as obrigações de minha vida e não
aguentei, sucumbi diante de tanto cansaço. Para piorar a questão logo depois
veio a semana santa que provocou mais um atraso no processo. Ainda não estava
me sentido vencido e aproveitei para me recuperar do estresse e voltar ao
trabalho.
Marcar
uma entrevista na promotoria estava um verdadeiro suplício, já estava tentando
na segunda promotoria, a de direitos humanos, que depois de algumas ligações
disse que a melhor promotoria para o meu caso era a promotoria criminal.
Consegui agendar um horário com o advogado criminalista Guilherme Portugal, que
no dia marcado esqueceu do horário, mas mesmo assim nos falamos em seu
escritório, com uma hora de atraso. Conversamos bastante sobre os tópicos do
documentário e ele propôs um tempo de dois dias para escrever um texto e
elaborar melhor o seu pensamento. Ele queria fazer bonito no documentário.
No
dia marcado com o advogado Guilherme, aconteceu um imprevisto; ele me ligou
dizendo que tinha que entregar o imposto de renda e remarcamos a entrevista
para a próxima semana, no mesmo horário, no mesmo local. Após o final de semana
haveria o feriado do dia dos trabalhadores na terça-feira, então deixei para
fazer os contatos para os outros depoimentos na quarta-feira. Durante todo o
processo vinha sentindo bastante dificuldade com a promotoria, só percebi uma
boa vontade da parte deles quando disse que já tinha o depoimento da defensoria
pública e que o documentário ficaria incompleto sem o depoimento da promotoria,
além de ameaçar colocar o nome do promotor no documentário como uma pessoa não
colaborativa. Quanto aos depoentes da própria associação, senti também uma
dificuldade de organizar os depoentes para as gravações.
Realmente
fazer este documentário está sendo um teste de resistência física e
psicológica, além de uma boa oportunidade de exercitar a paciência e a
serenidade. O advogado criminal Guilherme Portugal, que também é professor
universitário e apoia a Associação das Pessoas em Privação de Liberdade
desmarcou pela terceira vez o nosso encontro, onde eu ia gravar seu depoimento.
A Associação me deu um retorno depois de eu ligar mais uma vez e mandar um
email, a advogada criminalista Fernanda Vieira se propôs a organizar o encontro
para fazer as gravações com os membros da associação.
Um
outro problema que tive foi no NUCOM (Núcleo de Comunicação) da faculdade. A
promotoria agendou um horário comigo, depois de um mês de várias tentativas em
uma segunda-feira. Quando fui pegar o equipamento na sexta feira tive
dificuldade para conseguir o equipamento. Depois de muita conversa consegui
acertar coma coordenadora do NUCOM, Adriana Ferreira, um equipamento para a
segunda-feira pela manhã. Comecei a gravar com outro tipo de equipamento mais
antigo para não perder as gravações.
Depois
de muitos desencontros com o advogado criminal Guilherme Portugal, minhas
folhas de requisição de equipamentos acabaram, tive que ir ao NUCOM pedir
folhas de requisição que não estavam impressas, depois de dois dias de
insistência, consegui que a professora Adriana Ferreira imprimisse as
requisições. Peguei seis folhas de requisição, para ter certa tranquilidade
para requisitar os equipamentos e tive que ir atrás do professor orientador
Gilvan Araújo para assinar as folhas me autorizando a pegar os equipamentos.
Finalmente
consegui gravar com o Promotor de justiça Joaquim Miranda, ele deu um
depoimento que transitou nos dois pontos de vistas das pessoas que lutam contra
e a favor dos direitos humanos. Em seu depoimento ficou mais explícito a crença
no Estado Penal e de promover a lei e a ordem pelo temor ao castigo.
Na
mesma semana marquei com a Dra. Fernanda Vieira, advogada criminalista que
trabalha na Associação de Amigos e familiares das Pessoas em Privação de
Liberdade. Dra. Fernanda deu um depoimento de 30 minutos, bem abrangente do
porque defender os direitos humanos e sobre as injustiças sociais que as
‘minorias’ estão submetidas quando julgadas pelo direito penal.
No
mesmo dia, na parte da tarde, voltei à Associação e gravei o depoimento da
Grazielle Santarelli, que é vice-presidente da associação citada, que falou da
posição de familiar de um egresso do sistema carcerário. Ela falou das
injustiças, descaso e humilhações que os detentos e a família são submetidos
nos presídios. Falou também de sua luta por dignidade e direitos que os membros
da Associação estão sempre a buscar e a promover para ajudar outros detentos e
seus familiares. Fiquei de retornar na próxima semana para pegar o depoimento
da Dona Tereza, presidente da Associação, e do Gregório, um egresso do sistema
prisional. Durante as gravações com a Dra. Fernanda Vieira e coma Graziele
santarelli tive problemas com o microfone que não modulou. Fiz as gravações com
o próprio microfone da câmera, oque talvez deve ter influenciado na qualidade
da gravação.
Acredito
estar chegando à reta final das gravações. Consegui agendar com o Gregório, um
egresso do sistema carcerário e a Dona Tereza, a presidente da Associação dos
Amigos e Familiares das Pessoas em Privação de Liberdade. Marquei os dois no
mesmo dia e no mesmo local. Já estou na quarta fita mini DV e levei a terceira
fita para passar para o DVD, com o time code, com o objetivo de fazer a
decupagem, que facilita na edição. Agora que o NUCOM (Núcleo de Comunicação)
está apertado, não posso mais simplesmente chegar e pegar equipamento, então
fiz a reserva de equipamento para o dia agendado. Se tudo der certo vai ficar
faltando mais três gravações. Talvez terei que fazer a decupagem nas férias e a
edição no próximo semestre.
Antes
de ir ao encontro da Dona Tereza e do Gregório Andrade, fiz a reserva do
equipamento no NUCOM, a cada dia tenho a impressão que o Núcleo de Comunicação
da Faculdade está ficando sucateado. Mesmo fazendo a reserva chego lá, tenho
que ficar esperando mais de uma hora, às vezes até duas horas para carregar as
baterias das máquinas de filmar e lidar com os cabos de microfone que não
funcionam. Desta última vez, ao testar o cabo do microfone que não modulava, o
atendente do NUCOM abriu o cabo e passou uma fita crepe para o fio fazer
contato. Este procedimento me deixou temeroso de acontecer problemas técnicos
durante a gravação, que de fato aconteceram.
Cheguei
na associação meia hora antes e logo depois o Gregório Andrade chegou para dar
seu depoimento, montamos um cenário e começamos as gravações, Gregório estava
muito ansioso Para falar e falou por mais de uma hora. Mesmo enriquecendo o meu
processo de pesquisa e aprendizagem, me provocou problemas. Tive que alertá-lo
que a bateria não ia aguentar para ele concluir sua fala e deixar um pouco para
a Dona Tereza falar. Quando o Gregório concluiu, esperei a Dona Tereza terminar
de almoçar para gravarmos. Ela estava pouco receosa, mas foi dar um depoimento
breve sobre a Associação dos Amigos e familiares de pessoas em Privação de
Liberdade. Nesse dia quando a Dona Tereza terminava o seu depoimento a bateria
da câmera começou a sinalizar, mas deu tudo certo, Dona Tereza terminou seu
depoimento antes da carga da bateria chegar ao fim. O único problema técnico
que tive no dia, foi o microfone que parou de modular por alguns segundos na
fala do Gregório, que me fez para a gravação para ajustar o cabo e voltar a
gravar novamente. Quando terminei as gravações neste dia, me senti um pouco
mais aliviado, agora só faltavam mais três gravações. Queria deixar registrado,
que fazer todo este documentário, mesmo sendo uma experiência muito rica, foi
um sentimento de tristeza constante, pois foi muito difícil chegar até onde
cheguei, sinceramente, não sei onde consegui forças para chegar até aqui. Agora
já estou na quinta fita mini DV e já preciso ir no NUCOM pegar a terceira fita
que foi passar para DVD e levar a quarta fita. Este processo é necessário para
eu fazer a decupagem em casa, o que facilita na edição do documentário.
Para
agendar um horário com o jornalista Luis Carlos Bernardes foi difícil, tive que
conversar com um amigo meu que anda sempre com o jornalista para agendar o
horário. Combinamos que eu ia pegar o equipamento e ia atrás deles na OAB
(Ordem dos Advogados do Brasil). Chegando lá participei de uma reunião da
comissão de Direitos Humanos, que estava discutindo a comissão da verdade,
referente a morte de JK. Depois de finalizado fomos até um bar na Savassi, onde
gravei o depoimento. E o fim está cada vez mais próximo, agora só falta ir à
APAC e entrevistar o advogado Guilherme Portugal.
Finalmente
consegui ir ao encontro tão esperado com o advogado criminalista Guilherme
Portugal. Nesse dia além do ônibus estragar no meio do caminho que me atrasou
em 1 hora; quando fui gravar o depoimento com o Guilherme a bateria deu um
problema técnico e descarregou totalmente em cinco minutos, o que não me
permitiu gravar todo o depoimento. Combinei com o Guilherme de ele gravar o
depoimento e me mandar por email, só a voz, que na edição do documentário
usaria imagens da APAC.
Então
muito estressado não aguentei a pressão e chutei o balde. Tinha sete matérias
para estudar, mais o documentário para fazer. O advogado criminalista Guilherme
Portugal não me mandou o áudio e quando fui passar a quarta fita para o DVD deu
problema na imagem que pôde ser corrigida parcialmente. Então adiei mais uma
vez o trabalho, mas agora só tinha mais dois entrevistados e a edição. Estou
tranquilo.
Pela
terceira vez no TCC, a fita que tinha dado problema no semestre passado, sumiu,
então não pode ser passada para o DVD para eu fazer a decupagem. Fiquei muito
irritado com a falta de profissionalismo do NUCOM (Núcleo de comunicação e
falei com o novo coordenador do NUCOM, o professor Getúlio Nuremberg, de forma
a exigir e reivindicar meus direitos de aluno em uma instituição privada, que
não se responsabiliza por seus atos errados. Falei que além de aluno, tinha o
direito de reivindicar o direito como cidadão, que me dava um duplo poder
reivindicatório: tanto no PROCOM, quanto na justiça cível. Dei um prazo de uma
semana para fita ser achada e nada. Marquei uma reunião com o diretor da
faculdade e falei, de forma educada, tudo o que disse à coordenação do NUCOM,
além do direito que teria de jogar este fato nas redes sociais, que poderia
queimar a imagem da instituição, visto que as informações nas redes sociais se
multiplicam rapidamente. Saí da sala do diretor satisfeito com meu desabafo,
esclarecimento, mas sem resultado.
Ao
mesmo tempo em que passava por todo este estresse, liguei novamente para o
advogado criminalista Guilherme Portugal, que se prontificou a me atender,
agendando um horário para nos encontrarmos na semana seguinte. Estou aguardando
o momento que combinamos e planejando a viagem para Itaúna, onde visitarei uma
APAC, com a ajuda do diretor do estabelecimento. Ainda penso que vou insistir
para encontrarem a fita que gravei, pois é um fato sem sentido e sem explicação
e falarei claramente que vou buscar meus direitos na justiça e farei queixa na
polícia civil e militar para pressionar e motivar os profissionais do NUCOM.
Sem resultado
para encontrar a fita perdida, senti tratado com descaso pela instituição de
ensino. Não consigo entender o acontecido mas tive que “relevar” para evitar
mais estresse. A impressão que o NUCOM me passa é que os “profissionais “ fazem
o trabalho de qualquer jeito, pois, não sofrem consequências dos seus atos.
Então resolvi pegar o DVD que não tinha sumido e a ficha de requisição do
serviço, que além de uma folha documental é um saco onde ficava guardado a fita
e o DVD. Eu queria aproveitar o DVD que não tinha sido usado e o documento de
requerimento para usar como prova, caso fosse necessário um processo judicial.
Tanto o DVD quanto o saco com a ficha de requisição desapareceram
misteriosamente, me deixando de mãos abanando. Mais uma vez fiquei furioso e
pensei: “serviço de profissional”.
Nesse
meio tempo todo fiquei correndo atrás do Advogado Criminalista Guilherme
Portugal, mas ainda sem sucesso para gravar um depoimento. Espero que corra
tudo bem até o final. Hoje é domingo e amanhã entrarei em contato com o
Guilherme Portugal.
Hoje
é dia 17 de setembro e consegui agendar um encontro com o advogado Guilherme
Portugal para a próxima semana. Espero que tudo dê certo, pois, depois é fazer
a gravação na APAC de Itaúna e partir para edição. A fita que desapareceu no
NUCOM, a que eu chamo de fita 4 não apareceu ainda, como vou ter que relevar
esta perda e continuar a tocar este projeto, resolvi que esta semana vou passar
a fita 5 para o DVD para fazer a decupagem e reiniciar as gravações a partir da
fita 6.
Passei
a tarde fazendo a decupagem da fita 1 a 3, me animei, pois consegui captar
fragmentos de bons depoimentos, sempre pensando que o documentário não podia
ultrapassar 30 minutos. Levei ao Nucom a fita 5 para passar para DVD. Só depois
que eu decupar a fita 5 vou saber o material que perdi. Para assegurar que tudo
desse certo, aproveitei e fiz a reserva do equipamento para segunda-feira, dia
que marquei de gravar o penúltimo depoimento.
Hoje,
21 de setembro editei a parte escrita e mesmo faltando a finalização da
metodologia, o artigo ainda está com 16 páginas.
Consegui
decupar fita 5 e gravar o depoimento com o advogado criminalista Guilherme
Portugal, mais uma etapa vencida. Depois de decupar a fita 5 percebi que a fita
4 perdi grande parte do depoimento do Gregório Andrade, um egresso da APAC e o
depoimento inteiro da Garaziele Santarelli,esposa de um egresso do Sistema
Prisional.
Agora
vou marcar o depoimento com o Valdeci, diretor da APAC de Itaúna, A APAC
considerada modelo de referência em Belo Horizonte.
A
fita 6 que ficou registrado o depoimento do Advogado Criminalista Guilherme
Portugal está pronta para passar para DVD e ser decupada e preparei a Fita 7
para registrar o depoimento do diretor da APAC e as imagens do estabelecimento
prisional modelo. Depois que eu decupar a fita 7, vou partir para a edição.
Fiz
a decupagem da fita 6, do advogado criminalista Guilherme Portugal e consegui
marcar uma visita à APAC de Itaúna, com o diretor Valdeci. A visita ficou
marcada para o dia 15 de outubro, bem no dia dos professores.
Fui
à Itaúna de ônibus e na rodoviária de lá fui de taxi até à APAC. Conversando
com o motorista do taxi, fiquei sabendo que existia também uma APAC feminina na
cidade e que os moradores da cidade tinham orgulho da APAC na cidade, como uma
prisão modelo, pois viam resultados e pessoas se transformando na APAC.
Qunado
cheguei fui super bem recebido, por recepcionistas, que são recuperandos, pois
lá não se usa a palavra preso. Tive um momento de conversa com o Valdeci que é
diretor da FBAC (Fraternidade Brasileira de Assistência ao Condenado). A FBAC é
uma federação de APACs que promove o modelo APAC e dá assistência e consultoria
técnica a todas as APACs. Gravei com o Valdeci e depois fui para o refeitório
almoçar com os recuperandos. Muito interessante que a comida estava muito
gostosa e além de comer no refeitório, os recuperandos podiam usar garfos e
facas. O local tinha um ambiente agradável, um espírito de solidariedade que
chegou a me comover.
Depois
do almoço, o Valdeci me deixou com um recuperando do sistema semi-aberto para
me apresentar as instalações e atividades da APAC. Depois fui para uma área de
segurança, que é uma espécie de transição para o sistema fechado, onde um
recuperando do sitema fechado assumiu e me apresentou o sistema fechado.
Depois
de me apresentarem o sistema fechado, me levaram para um auditório, onde
fizeram uma espécie de discurso e cantaram louvores para mim e me perguntaram o
que eu tinha a dizer a eles, aí abri meu coração e tentei passar uma mensagem
de esperança. Foi comovente. Me apresentaram a loja de artesanato e comprei uns
brindes para presentear amigos em Belo Horizonte.
No
fim pedi para chamar o mesmo taxi e saí de lá como se eu tivesse feito um
retiro espiritual e não visitado uma prisão.
Devolvi
o equipamento no NUCOM e levei a fita 7 para passar para DVD e fazer decupagem.
Agora vou iniciar o processo de edição.
Antes
defazer a decupagem da fita 7, onde está a entrevista com o diretor da FBAC
(Fraternidade Brasileira de Assistência ao Condenado) e a cobertura da APAC de
Itaúna, assisti todo o CD e depois decidi como decupar. Foi muito difícil,
pois, depois de todas as fitas decupadas, achei muito importante várias cenas
que gravei em Itaúna. Estou receoso do documentário ficar grande. Fiz a
decupagem e decidi, se necessário fazer dois filmes: uma versão completa e uma
versão compacta. Já agendei dois dias para edição para o dia 29 e 30 de outubro.
A
edição do documentário durou três semanas, muito tensos devido a problemas
técnicos, por defeito do e equipamento e também por inexperiência operação
técnica. Passava as manhãs no NUCOM (Núcleo de Comunicação) editando,
corrigindo problemas, colocando efeitos de corte, template de abertura e ficha
técnica. Na edição decidimos fazer um documentário com a fundamentação teórica,
que ficou durando 30 minutos com o depoimento de diversas autoridades. E no
mesmo DVD haveria os extras, que é a visita à APAC de Itaúna, onde os próprios
recuperandos apresentavam o estabelecimento. Depois de muito trabalho, conseguimos
gerar o disco matriz para fazer as cópias para entregar aos professores
avaliadores e para fazer as cópias que eu iria distribuir para o Grupo de
Amigos e Familares de Pessoas em Privação de Liberdade.
Depois
da parte técnica encerrada, parti para a parte artística de designer: Fazer as
bolachas dos DVDs, a capa das caixas do CD e mandar para uma gáfica rápida
imprimir em papel couché e cortar no tamanho certo. Feito todo esse processo
era apena um exercício manual de paciência de montar os kit contendo um DVD com
os dois filmes e um CD contendo a aprte teórica em formato PDF. Felizmente deu
tudo certo, entreguei o relatório impresso aos dois professores avaliadores e o
filme parfa lançar a nota de AV2 e agendar a banca examinadora.
4.2.
HISTORY
BOARD
Daniel Nepomuceno – Vereador do PSB fala
sobre o porque defender os direitos humanos e humanizar as prisões.
|
|
Dra. Marolinta Dutra – Defensora Pública
fala sobre o papel da defensoria pública para que o direitos dos encarcerados
e da família sejam garantidos.
|
|
Durval Ângelo – Deputado Estadual do PT /
MG explica com base na teoria do estado o porquê defender os direitos
humanos.
|
|
Marisa Sanábria – Vice presidente do
Conselho Regional de Psicologia fala da importância de se entender a situação
de sofrimento vivida para se reivindicar os direitos.
|
|
Dr. Joaquim Miranda – Promotor de Justiça
fala da importância das penas alternativas de privação de direitos e da importância
da participação social no processo de inclusão social dos egressos.
|
|
Fernanda
Vieira – Advogada Criminalista transmite de uma forma de fácil entendimento
uma compreensão sobre os direitos humanos.
|
|
Dona Tereza – Presidente do Grupo de Amigos
e Familiares de Pessoas em Privação de Liberdade fala da penalização das
famílias dos condenados e das condições indignas dos presídios brasileiros.
|
|
Luis Carlos Bernardes – jornalista fala da
obrigação do Brasil, como país emergente, cuidar melhor e recuperar os
encarcerados.
|
|
Guilherme Portugal – Advogado Criminalista
explica melhor o conceito de crime e de criminoso que vai mudando ao longo da
história.
|
|
Gregório Andrade – ex recuperando da APAC
que teve experiência em presídios comuns. Ele fala da diferença entre os dois
sistemas e fala também de suas conquistas pessoais.
|
|
Valdeci Ferreira – Diretor Executivo da
FBAC (FraternidadeBrasileira de Assistência ao Condenado) fala da importância
do método APAC para recuperar pessoas que cometeram crimes.
|
|
APAC de Itaúna – os próprios recuperandos
apresentam a APAC, fazendo o papel de jornalistas. Nesse vídeo são mostrados
o regime fechado e o semi aberto.
|
5.
CONCLUSÃO
Do
ponto de vista profissional foi como fazer um estágio como autônomo, ao mesmo
tempo em que se aperfeiçoam as técnicas de apuração, produção e entrevista; um
aperfeiçoamento técnico que me fez sentir capaz de estar mais próximo de um
vídeo repórter, que domina todo o processo de pré-produção, produção e
pós-produção.
Como
pessoa, aprendi bastante sobre o caráter público da sociedade, sobre os
direitos do cidadão e os deveres do estado. Também aprendi um pouco mais sobre
a alma humana num sentido multidisciplinar.
Da
pesquisa teórica feita e das entrevistas aprendi mais sobre os bastidores do
poder, sobre a opressão e sobre o paradoxo social entre pessoas que tem mais
compaixão de outros seres humanos e pessoas que são menos tolerantes.
Depois
de todo o processo, tive um grande aprendizado e me tornei um ser humano
melhor, mesmo que não tenha me tornado mais rico financeiramente. Agora tenho
mais consciência política e mais poder de crítica sobre a mídia e sobre os
atores sociais.
6.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
4⁰
FESTIVAL INTERNACIONAL DE FILMES SOBRE DEFICIÊNCIA. Assim Vivemos: filmes e debates. Lavoro Produções Artísticas. Belo
Horizonte, MG; Porto Alegre, RS: 2010.
ANACHE,
Alexandra Ayach (org.); SILVA, Iolete Ribeiro da (org.). Educação Inclusiva: Experiências profissionais em psicologia. Belo
Horizonte. Conselho Federal de Psicologia, 2009.
ARBEX
JR., José. Showrnalismo: a notícia
como espetáculo. 4º ed. Casa Amarela. São Paulo, SP: 2001.
BARROS
FILHO, Clóvis. Ética na comunicação.
5º ed. Summus editorial, SP:
2003.
BOAS,
Sérgio Vilas. Estilo Magazine: O
texto em revista. São Paulo. Summus, 1996.
BOULET,
Marc. Na Pele de um Dalit: A
história real de um jornalista que viveu entre os intocáveis, os homens mais
discriminados da ìndia. 2⁰ ed. Bertrand Brasil. Rio de Janeiro,
2009.
BRASIL.
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome. Política Nacional do idoso. Brasília, 2007.
BRASIL.
Ministério da Justiça. Comissão da Anistia. 30 Anos de Luta pela Anistia no Brasil: Greve de Fome de 1979.
Brasília, 2010.
BRASIL.
Ministério da Justiça. Comissão da Anistia. Relatório Anual da Comissão da Anistia. Brasília, 2008.
BRASIL.
Ministério da Justiça. Comissão da Anistia. Relatório Anual da Comissão da Anistia. Brasília, 2008.
CONSELHO
ESTADUAL DE SAÚDE DE MINAS GERAIS. IV
Conferência Estadual de Saúde Mental Intersetorial: Saúde Mental direito e
compromisso de todos, consolidar avanços e enfrentar desafios. Por uma reforma
psiquiátrica antimanicomial. Belo Horizonte, 2010.
CONSELHO
FEDERAL DE PSICOLOGIA. Ano da
Psicoterapia: Textos geradores. Brasília, 2009.
CONSELHO
FEDERAL DE PSICOLOGIA. Falando sério
sobre a escuta de crianças e adolescentes envolvidos em situação de violência e
a rede de proteção: Propostas do Conselho Federal de Psicologia. Brasília,
2009.
DIMENSTEIN,
Gilberto. As armadilhas do poder: Bastidores
da imprensa. 1º Ed.. São Paulo. Summus Editorial Ltda., 1990.
ERBOLATO,
Mário L.. Técnicas de Codificação em
Jornalismo: Redação, captação e edição no jornal diário. 5º Ed.. São Paulo.
Ática, 1991.
FERREIRA,
Diana (org.); NEBENZAHL, Luís Carlos (org.); RAJÃO, Nanci das Graças Carvalho
(org.). Psicologia: Integrando o
trabalho, o social e as organizações. 1º Ed.. Belo Horizonte. Conselho Regional
de Psicologia de Minas Gerais, 2010.
FERREIRA,
Diana. Gerenciamento e práticas de prevenção do estresse ocupacional – contribuições da psicologia. In: FERREIRA,
Diana (org.); NEBENZAHL, Luís Carlos (org.); RAJÃO, Nanci das Graças Carvalho
(org.). Psicologia: Integrando o
trabalho, o social e as organizações. 1º Ed.. Belo Horizonte. Conselho Regional
de Psicologia de Minas Gerais. 59-65, 2010.
FOUCAULT,
Michel. Vigiar e Punir: História da
violência nas prisões. 38º ed. Petrópolis, RJ: 1997.
GOFFMAN, Erving. Manicômios, Prisões e Conventos.
7ª ed. São Paulo: Editora Perspectiva, 2001.
HERSCHMANN,
Micael (org.); SCHOLHAMMER, Karl Erik (org.); MESSEDER, Carlos Alberto (org.);
RONDELLI, Elizabeth (org.). Linguagens
da Violência. 1º Ed.. Rio de Janeiro, RJ: Rocco, 2000.
HONNETH,
Axel. Luta por Reconhecimento: A
gramática moral dos conflitos sociais. 2º Ed. São Paulo, SP: 2009.
KARAM,
Maria Lúcia. Estado Penal, novo inimigo interno e totalitarismo. In: OLIVEIRA,
Rodrigo Torres (org.); MATTOS, Virgílio de (org.). Estudos de Execução Criminal: Direito e Psicologia. 1º ed.. Belo
Horizonte: TJMJ/CRP, 2009.
LAGE,
Nilson. A Reportagem. Teoria e
técnica de entrevista e pesquisa jornalística. 5º Ed.. Rio de Janeiro. Record,
2005.
LEAL,
Henrique; PENNA JUNIOR, Afonso. A Arte de
Furtar e o Seu Autor: edição comentada. 2º ed.. Belo Horizonte: Gráfica e
Editora Expressa, 2009.
MACHADO,
Lourdes aparecida. Saúde mental e trabalho: perspectivas. In: FERREIRA, Diana
(org.); NEBENZAHL, Luís Carlos (org.); RAJÃO, Nanci das Graças Carvalho (org.).
Psicologia: Integrando o trabalho, o
social e as organizações. 1º Ed.. Belo Horizonte. Conselho Regional de Psicologia
de Minas Gerais. 51-57, 2010.
MATTOS,
Virgílio de (org.). Descontrução das
Práticas Punitivas. 1º ed.. Belo Horizonte: CRESS 6º Região / CRP-MG, 2010.
MOTTA,
Georgina Maria Véras. Psicologia organizacional e trabalho e compromisso com a sociedade e com a
profissão. In: FERREIRA, Diana (org.); NEBENZAHL, Luís Carlos (org.); RAJÃO,
Nanci das Graças Carvalho (org.). Psicologia:
Integrando o trabalho, o social e as organizações. 1º Ed.. Belo Horizonte.
Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais. 23-28, 2010.
MEDINA,
Cremilda de Araújo. Entrevista: O
diálogo possível. 4º Ed.. São Paulo. Ática, 2000.
MEDINA,
Cremilda de Araújo. Notícia um produto a
venda: jornalismo na sociedade urbana e industrial. 4º Ed.. São Paulo.
Summus editorial, 1988.
MELLO,
Marcello Guimarães (org.). Biomassa: energia
dos trópicos em Minas Gerais. Belo Horizonte: LabMídia / FAFICH, 2001.
NASSAR,
Paulo (org.). Comunicação Interna: a
força das empresas. São Paulo: Aberje Editorial, 2006.
NIETZCHE,
Friederich Wilhelm. A genealogia da
moral. 3º Ed.. São Paulo. Editora Escala, 2009.
NOBLAT,
Ricardo. A arte de fazer um jornal
diário. 3º. Ed.. São Paulo. Contexto, 2003.
OLIVEIRA,
Rodrigo Torres. Desconstruindo a Ideologia da Defesa Social. In: MATTOS,
Virgílio de (org.). Descontrução das
Práticas Punitivas. 1º ed.. Belo Horizonte: CRESS 6º Região / CRP-MG, 2010.
OLIVEIRA,
Rodrigo Torres (org.); MATTOS, Virgílio de (org.). Estudos de Execução Criminal: Direito e Psicologia. 1º ed.. Belo
Horizonte: TJMJ/CRP, 2009.
OYAMA,
Thaís. A arte de entrevistar bem. 1º
ed.. São Paulo: Editora Contexto, 2008.
REIS,
Lúcio Mauro. Inclusão dos trabalhadores com deficiência e reabilitados do
INSS. In: FERREIRA, Diana (org.);
NEBENZAHL, Luís Carlos (org.); RAJÃO, Nanci das Graças Carvalho (org.). Psicologia: Integrando o trabalho, o
social e as organizações. 1º Ed.. Belo Horizonte. Conselho Regional de
Psicologia de Minas Gerais. 67-79, 2010.
RIBEIRO,
Alex. Caso Escola base: Os abusos da
imprensa. 2º Ed.. São Paulo. Editora Ática, 2003.
SILVA,
Iolete Ribeiro da. A rede de proteção de crianças e adolescentes envolvidos em
situação de violência na perspectiva dos direitos humanos. In: CONSELHO FEDERAL
DE PSICOLOGIA. Falando sério sobre a
escuta de crianças e adolescentes envolvidos em situação de violência e a rede
de proteção: Propostas do Conselho Federal de Psicologia. Brasília. 17-25,
2009.
STENGEL,
Richard. Os Caminhos de Mandela: lições
de vida, amor e coragem. São Paulo: Editora Globo, 2010.
PIN,
Sun; TZU, Sun. A Arte da Guerra: edição
completa. São Paulo: Editora WMF
Martins Fonte, 2009.
VIDAL,
J. W. Bautista. Brasil Civilização
Suicida. Brasília: Star Print e Editora, 2000.
7. BIBLIOGRAFIA
AMARANTE,
Paulo (org.). Loucos Pela Diversidade:
da diversidade da loucura à identidade da cultura. Rio de janeiro: FIOCRUZ,
2008.
BASAGLIA,
Franco. A Instituição Negada. 3º
ed.. Rio de janeiro: Edições Graal, 1985.
BASAGLIA,
Franco; AMARANTE, Paulo (org.). Escritos
Selecionados: em saúde mental e reforma psiquiátrica. Rio de Janeiro:
Garamond, 2005.
BERNUZZI,
Denise. Consumir é ser feliz. In: OLIVEIRA, Ana Cláudia de (org.); CASTILHO,
Kathia (org.). Corpo e Moda: por uma
compreensão do contemporâneo. Estação das Letras e cores. 57-66, 2007.
DA-RIN,
Silvio. Espelho Partido. Azougue
Editorial, 2004.
FERRÉS,
Joan. Televisão Subliminar: Socializando
através de Comunicações Despercebidas. ARTMED, 2009.
FOUCAULT,
Michel. História da Loucura na Idade
Clássica. 8º ed.. São Paulo:
Perspectiva, 2009.
GOFFMAN,
Erving. Estigma: LTC Editora, 1988.
GIL,
Antônio Carlos. Como elaborar Projetos
de Pesquisa. São Paulo: Editora Atlas, 1998.
GUILARDI,
Maria Inês (org.); BARZOTTO, Valdir Heitor (org.). Nas Telas da Mídia. São Paulo: Editora Alínea, 2002.
GUIMARÃES,
C. G. O rosto do outro: ficção e fabulação no cinema segundo Deleuze. IN: Pensamento nômade: Nietzsche e Deleuze.
1ª ed.. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2001.
KATZ,
Helena. Por uma teoria crítica do corpo. In: OLIVEIRA, Ana Cláudia de (org.);
CASTILHO, Kathia (org.). Corpo e Moda:
por uma compreensão do contemporâneo. Estação das Letras e cores. 69-83, 2003.
LINS,
Consuelo. O documentário de Eduardo
Coutinho. Editora JZE, 2004.
MACHADO,
Arlindo. A Televisão Levada a Sério.
4º ed.. São Paulo: Editora SENAC, 2005.
MATTOS,
Virgílio. Uma Saída: Preliminares
para a desconstrução das medidas de segurança. Rio de Janeiro: Editora Revan,
2006.
NICHOLS,
Bill. Introdução ao documentário. Papirus
Editora, 2005.
NILO,
Kelly et al. (org.). Política de Saúde
Mental de Belo Horizonte: O Cotidiano de uma Utopia. 1º ed.. Belo
Horizonte, 2008.
OLIVEIRA,
Ana Cláudia de (org.); CASTILHO, Kathia (org.). Corpo e Moda: por uma compreensão do contemporâneo. Estação das
Letras e cores, 2004.
SANTOS,
Boaventura de Souza. Para uma Revolução
Democrática da Justiça. São Paulo: Cortez Editora, 2007.
SIMIONI,
Ana Paula Cavalcanti. Descosturando gêneros: da feminilização das artes têxteis
às subversões. In: OLIVEIRA, Ana Cláudia de (org.); CASTILHO, Kathia (org.). Corpo e Moda: por uma compreensão do
contemporâneo. Estação das Letras e cores. 11-23, 2004.
VALVERDE,
Monclar. Estética da Comunicação. Quarteto
Editora: 2007.
VILAÇA,
Nízia. Moda e periferia: negociações midiáticas. In: OLIVEIRA, Ana Cláudia de
(org.); CASTILHO, Kathia (org.). Corpo e
Moda: por uma compreensão do contemporâneo. Estação das Letras e cores.
45-55, 1988.
VIVAS,
Marcelo Dayrell (Org.). Cidadania,
Direitos Humanos e Lideranças: Coletânea de textos-base em comemoração aos
60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Belo Horizonte:
Escritório de Direitos Humanos de Minas Gerais, 2008.
8. REFERÊNCIAS
DE SITES
CÂMARA
DOS DEPUTADOS. LEI DE IMPRENSA. Lei nº 5.250, de 9 de fevereiro de 1967.
Disponível em: www.estadao.com.br/especiais/2009/03/arq45fc47c34f81c.pdf.
Acesso em: 16 set. 2011.
COSTA,
Lucas; PARREIRAS, Arthur. APAC: alternativa na execução penal. Jornal da PUC
Minas. Disponível em: http://www.carceraria.org.br.
Acesso em: 16 out. 2011.
CUNHA,
Auxiliadora.Disciplina x Punição. Disponível em: http://www.colegiobj.com.br/v1/index.php/noticias-bj/artigos-bj/72-disciplina-x-punicao. Acesso
em: 08 nov. 2011.
GRUPO
DE AMIGOS E FAMILIARES DE PESSOAS EM PRIVAÇÃO DE LIBERDADE. Disponível em: http://antiprisional.blogspot.com/.
Acesso em: 19 out. 2011.
KOERNER,
Andrei. Punição, disciplina e pensamento penal no Brasil do Século XIX.
Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ln/n68/a08n68.pdf.
Acesso em: 08 nov. 2011.
LANER,
Vinícius Ferreira. A Lei de Imprensa no Brasil. Revista Jus Navigandi. Disponível em: http://jus.com.br/revista/texto/146/a-lei-de-imprensa-no-brasil.
Acesso em: 16 set. 2011.
RUIZ, Ana Paula. Disciplina
sem punição: uma tendência nas empresas. Disponível em: http://www.catho.com.br/jcs/inputer_view.phtml?id=5181.
Acesso em: 08 de nov. 2011.
9. REFERÊNCIAS FILMOGRÁFICAS
A
PESSOA É PARA O QUE NASCE. Direção: Roberto Berliner. Produção: Renato Pereira, Rodrigo
Letier e Paola Vieira. Intérpretes: Regina
Barbosa, Maria das Neves Barbosa, Francisca da Conceição Barbosa Roteiro: Maurício Lissovsky. 2004.
A
QUEDA DO IMPÉRIO ROMANO. Direção: Anthony Mann. Intérpretes: Sophia Loren,
Stephen Boyd, Alec Guinnes, James Mason, Cristopher Plummer, Omar Sharif. 1964.
ENTREATOS.
Direção: João Moreira Salles. Produção: Maurício Andrade Ramos. Intérpretes: Luís Inácio Lula da Silva, Marisa Lula da Silva , Duda
Mendonça , José Alencar , José Dirceu. 2004.
FALCÃO
MENINOS DO TRÁFICO, Direção: MV Bill.
Produção: Celso Athayde,
Central Única das Favelas. 2006.
INVISÍVEIS
PELO SILÊNCIO. Direção: Hellen Baesse. Produção: Rafael Silva Guilherme. 2008.
JOANA D’ARK. Direção: Christian Duguay. Intérpretes:
Jacqueline Bisset, Neil Patrick Harris, Olympia Dukakis. 1999.
JOGO
DE CENA. Direção: Eduardo Coutinho. Intérpretes: Marília
Pêra, Andréa Beltrão, Fernanda Torres,
Aleta Gomes Vieira. Roteiro: Raquel Freire Zangrandi e
Bia Almeida. 2007.
JUSTIÇA.
Direção: Maria Augusta Ramos. Produção: Luis Vidal, Niek Koppen, Jan de Ruiter,
Renée Van der Grinten. 2003.
MANDELA:
LUTA PELA LIBERDADE. Direção: Bille August. Intérprete: Dennis Naysbert. 1988.
RECORDAÇÕES
DE UM PRESÍDIO DE MENINOS. Direção: Lourival Belém Jr.. Produção: Luiz cam,
Lourival Belém Jr., Lisandro Nogueira. Roteiro: Lourival Belém Jr. 1984.
ANEXOS
10. ANEXOS
No
momento que se decidiu fazer um documentário participativo, a participação do
diretor teve um peso importante. O documentário participativo, a partir da
pesquisa teórica e da proposta de ser um documentário em defesa das lutas
sociais e para os movimentos sociais, teve um recorte e um foco dirigido. Para
que os depoentes não perdessem o foco na hora das gravações foram feitos alguns
mini roteiros para ajudar na construção e elaboração dos depoimentos. Nesse
anexo estão os nomes dos ‘atores’ que participaram do vídeo, os dados
curriculares que autorizam essas pessoas um discurso com credibilidade e o mini
roteiro elaborado pelo diretor do documentário.
I.
DANIEL
NEPOMUCENO
Daniel
Nepomuceno é vereador em Belo Horizonte, filiado ao partido PSB (Partido
Socialista Brasileiro). É advogado e mestre em ciências sociais. Já foi
coordenador da subsecretaria de Direitos Humanos da prefeitura de Belo
Horizonte, é um grande defensor dos direitos humanos e colabora com a
Associação dos Amigos e Familiares de Pessoas em Privação de Liberdade.
·
Por que defender os direitos humanos?
·
Como humanizar o sistema carcerário?
·
Motivos para defender as APAC’s (Associação
de Proteção e Assistência aos Condenados).
·
Por que defender “bandidos”?
·
Como o sistema carcerário penaliza a família
dos detentos?
II.
MAROLINTA
DUTRA
Marolinta
Dutra é defensora pública do Estado de Minas Gerais. Durante o bate papo que
tive com ela coloquei alguns pontos a serem destacados que foram:
·
Falar sobre o trabalho da Defensoria Pública
no Sistema Carcerário.
·
Como a família dos detentos são penalizadas
pelo sistema carcerário?
·
Como a Defensoria Pública trabalha na
promoção e conscientização dos direitos dos encarcerados e seus familiares?
·
Por que a Defensoria Pública ainda está aquém
no sentido de assistir os encarcerados?
III.
DURVAL
ÂNGELO
Durval
Ângelo é deputado estadual em Minas Gerais e foi ex seminarista. O deputado foi
procurado por ter uma trajetória de defender radicalmente os direitos humanos e
militar em defesa da humanização do sistema prisional. Antes do depoimento foi
elaborado o seguinte roteiro para ajudar na elaboração do raciocínio.
·
Fale sobre o motivo de defender os direitos
humanos e fazer militância na luta antiprisional.
IV.
MARISA
SANABRIA
Marisa
é psicóloga clínica especializada na saúde da mulher, mestre em filosofia e
vice presidente do Conselho Regional de Psicologia. Ela foi escolhida porque
tem um trabalho com as mulheres de familiares que estão presos ou egressos da
prisão. Durante a coleta de depoimentos foi elaborado um mini roteiro para
ajudar na elaboração do raciocínio. O mini roteiro ficou da seguinte maneira:
·
Como o trabalho com as mulheres que tem
familiares em situação de encarceramento pode ajudar?
·
Sob a ótica da psicologia, por que defender
os direitos humanos?
V.
JOAQUIM
MIRANDA
Dr.
Joaquim Miranda é Promotor de Justiça do Estado de Minas Gerais, coordenador do
Centro de Apoio Operacional Criminal, mais conhecido como CAOcrim. Tive com o
Dr. Joaquim para ter um testemunho que fizesse contraponto ao depoimento da
Defensoria Pública. Antes de gravarmos o depoimento dele preparei um mini
roteiro que ficou da seguinte forma:
·
Fale sobre o Estado Penal, você é a favor da
Tolerância Zero?
·
Acredita em defender os direitos humanos?
·
Acredita nas penas alternativas para diminuir
a superlotação dos presídios?
VI.
FERNANDA
VIEIRA
Fernanda
Vieira é advogada criminalista e participa, como voluntária, da Associação dos
Amigos e Familiares das Pessoas em Privação de Liberdade. Tive um encontro com
ela para entender melhor o porque da defesa dos direitos humanos e na luta em
defesa dos direitos das pessoas encarceradas. O mini roteiro que fiz para ela
dar o seu depoimento ficou estruturado da seguinte maneira:
·
Por que defender os direitos humanos?
·
Por que defender os direitos das pessoas
encarceradas?
·
Como o direito penal criminaliza a pobreza e
as pessoas marginalizadas?
VII.
GRAZIELLE
SANTARELLI
Graziele
Santarelli é vice-presidente da Associação dos Amigos e Familiares das pessoas
em Privação de Liberdade, ao mesmo tempo em que é familiar de um egresso do
sistema prisional, seu marido ficou preso por quatro anos e ela tem família
constituída. Ela fala um pouco dos traumas que seu marido adquiriu na prisão e
também fala da penalização da família dos encarcerados. Em meu encontro com
ela, preparei um mini roteiro que ficou estruturado da seguinte maneira:
·
Como o Estado penaliza as famílias as
famílias dos encarcerados?
·
Por que atuar em uma Associação em defesa das
pessoas em situação de privação de liberdade?
VIII.
GREGÓRIO
ANDRADE
Gregório
Andrade é egresso do sistema carcerário, ao todo ficou detido por 11 anos e
teve passagem, tanto por penitenciarias como pelo sistema APAC. Hoje Gregório
trabalha no Projeto Minas pela Paz e é graduando em Direito, além de militante
da Associação dos Amigos e familiares das pessoas em privação de liberdade.
Antes de coletar seu depoimento fiz um mini roteiro para ajudar na construção
do seu depoimento. O mini roteiro ficou assim:
·
Conte um pouco de sua história
·
Por que defender os direitos das pessoas
encarceradas?
·
Por que defender os direitos humanos?
IX.
DONA
TEREZA
Dona
Tereza é familiar de egresso do sistema prisional, também é presidente da
Associação dos Amigos e familiares das Pessoas em privação de Liberdade. Antes
de gravar o seu depoimento, fiz um mini roteiro para ajudar no desenvolvimento
de seu raciocínio. O mini roteiro ficou assim:
·
Por que defender os direitos das pessoas
encarceradas?
·
Por que defender os direitos humanos?
·
Fale um pouco do trabalho da Associação.
X.
LUIS
CARLOS BERNARDES
Luis
Carlos Bernardes é jornalista e advogado. Trabalhou na TV Cultura e na Rede
bandeirantes de Televisão. Como advogado pertence à comissão de Direitos
Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Ultimamente está empenhado na
comissão da verdade da OAB, que investiga os desaparecidos da época da
ditadura. Em nosso encontro fiz um mini roteiro para que ele fisesse seu
depoimento. O mini roteiro ficou estruturado da seguinte forma:
·
Diga como a imprensa marginaliza as
‘minorias’ em detrimento de uma cultura dominante.
XI.
GUILHERME
PORTUGAL
Guilherme
Portugal é advogado criminalista e professor de direito na faculdade Dom Helder
Cãmara. É coolaborador da Associação dos Amigos e Familiares das Pessoas em
Privação de Liberdade. Em meu contato com ele, pedi que desse o depoimento com
a seguinte orientação:
·
Fale de forma esclarecedora porque defender
os direitos Humanos.
·
Conte um pouco da história das prisões e
porque os presos dev em ser tratados com dignidade.
XII.
VALDECI
FERREIRA
Valdeci
Ferreira é advogado e teólogo católico. Participa da igreja como religioso
leigo e é diretor executivo da FBAC (Fraternidade Brasileira de Assistência aos
Condenados). Valdeci Mora em Itaúna e lá ele me deu uma entrevista e pediu para
que recuperandos do regime fechado e semi aberto me apresentassem a
instituição. Em nossa entrevista pedi que ele desse um depoimento com a
seguinte orientações:
·
Fale porque defender os direitos humanos.
·
Por que lutar pelos direitos das pessoas em
privação de liberdade?
·
Explique o método APAC.
XIII.
APAC
MASCULINA DE ITAÚNA
Na
APAC (Associação de Proteção e Assistência ao Condenado) de Itaúna almocei com
os recuperandos (presos), que fizeram o papel de repórteres e me apresentaram o
regime semi aberto, o semi aberto entre muros e o regime fechado. Apenas
orientei quanto ao tempo de fala de cada esapço da APAC, eles me explicavam em
off e elaboravam a fala e eu gravava a fala dos recuperandos.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
REGRAS DO CHAT
Não fazer flood.
Não falar palavrão.
Não falar coisa imprópias para menores de 18 anos
Não fazer publicidade
DIVIRTA-SE
Não falar palavrão.
Não falar coisa imprópias para menores de 18 anos
Não fazer publicidade
DIVIRTA-SE
EM DEFESA DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO
O SUS é Legal !!!
Cartãozinho Legalzinho
PAULINHO LEGAL
COLAÇÃO DE GRAU
FORMATURA
FORMATURA JORNALISMO
ÁLBUM JORNALISMO
PAPIS E MAMIS
SALVE OXALÁ
AOS "AMIGOS"
É Sugerida as Boas Vindas a este Espaço Virtual Somente às Pessoas de Boa Índole. Pessoas do Mal e que NÃO Valorizam a Consciência, podem visitar, pois aqui é um Espaço Democrático de Reflexões sobre a Realidade. Este ambiente foi Desenvolvido para Fomentar a Reflexão e não a Fofoca.
Obrigado pela compreensão!
"Esta Casa tem Quatro Cantos, cada Canto tem uma Flor, nesta Casa NÃO entra a Maldade, nesta Casa só entra o Amor"
SARAVÁ !!! - Paulinho Maluco
SALVE OXALÁ !!!
0 comentários:
Postar um comentário